Sem poder contar com receitas de bilheteria, eventos e outros serviços na Arena, o Corinthians espera receber uma carência da Caixa Econômica Federal no pagamento do financiamento do estádio.
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Isso será colocado em pauta pelo Corinthians nas negociações com o banco. Desde o fim do ano passado, o clube discute com a Caixa um novo modelo no pagamento do financiamento da obra. Como mostrou o GloboEsporte.com, há um acordo alinhado para adiar o prazo de quitação da dívida de 2028 para 2032. Por conta da paralisação dos campeonatos para evitar a propagação da COVID-19, esse período pode ser estendido.
Por enquanto, o cenário ainda é incerto. Dirigentes corintianos vêm acompanhando de perto as medidas adotadas pela Caixa e pelo BNDES neste cenário emergencial devido ao novo coronavírus, e confiam num acordo em breve.
Vale ressaltar que neste primeiro momento a suspensão das atividades na Arena não representa um grande problema para o Corinthians, já que os pagamentos à Caixa estão suspensos desde que o banco decidiu executar a dívida do clube, em setembro do ano passado.
Em fevereiro, a Justiça concedeu mais dois meses para que o clube e a Caixa cheguem a um acordo. O que vem emperrando as tratativas é o fato de o Timão se recusar a pagar uma multa de aproximadamente R$ 50 milhões que a estatal cobra.
Entenda o imbróglio
Ainda em 2018, o Corinthians acertou com a Caixa que pagaria apenas metade dos valores das parcelas do financiamento da Arena nos meses de novembro, dezembro, janeiro e fevereiro, em que a arrecadação do estádio é menor. Um novo contrato foi formulado, mas nunca assinado.
Em 2019, porém, mudou a direção do banco, com a troca do governo de Michel Temer para o de Jair Bolsonoro.
Mesmo sem o novo contrato ser assinado, o Corinthians passou a fazer pagamentos menores. A partir de março, o clube retomou os pagamentos pelo valor "cheio", mas o banco utilizou esse dinheiro para amortizar os débitos anteriores. Por exemplo: metade do pagamento de março foi usado para completar o pagamento de dezembro.
Além disso, nos meses de junho e julho, em que a Arena recebeu partidas da Copa América, as parcelas não foram pagas. Assim, no entendimento do banco, há seis parcelas em aberto.
Nas contas do Corinthians, com juros e correção, a dívida com a Caixa é de R$ 487 milhões. Já de acordo com banco estatal, o montante supera R$ 520 milhões.
Vale lembrar que o financiamento contraído para a construção da Arena Corinthians foi de R$ 400 milhões.
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