Renato Augusto Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

Líder do campeonato, o Corinthians é dono também da maior média de público da série A. Colocando 32.136 pagantes por jogo, o Timão tem média superior a 17 equipes da primeira divisão em 2015. A presença massiva da Fiel tem sido fundamental para a excelente campanha alvinegra e o clube tem 89% de aproveitamento jogando em casa com 13 vitórias, um empate e uma derrota nas 15 partidas na Arena Corinthians pelo Brasileirão. O Esporte Espetacular conversou com o meia Renato Augusto, com o comentarista Casagrande e também com o arquiteto Aníbal Coutinho para desvendar os segredos deste “Hospício” que hospeda o “bando de loucos”.

Todos os ingressos para o jogo de contra o Flamengo já foram vendidos há um mês e a expectativa é de mais de 41 mil torcedores, e esse pode ser o recorde de público do Corinthians na Arena. Hoje, o clube ainda vai alcançar a marca de um milhão de torcedores só nesta temporada, será a partida de número 50 do time no estádio.

- O torcedor tinha o Pacaembu como casa, e depois que a gente foi para a Arena, o torcedor comprou o barulho de que é a nova casa. Não lembro de ter jogado para menos de 25 mil pessoas ali. Se aconteceu, eu não estava no jogo. Se bobear não joguei para menos de 30 mil.
Quem está ali vê que vai ter que suar sangue para ganhar da gente. Como falei, com essa união aí a gente conseguiu pegar um caminho bom. Às vezes o time está mal no jogo e mesmo assim eles continuam cantando, continuam cantando. Eles acabam te empurrando, tem dia que você não está bem no jogo, as coisas não estão fluindo. E eles continuam cantando e as coisas acontecem. Esse equilíbrio do time, unindo com o que a torcida vem fazendo, tem dado uma resposta boa – explica Renato Augusto.

O comentarista Walter Casagrande que marcou muitos gols no Pacaembu com a camisa do Timão, analisa agora o novo estádio corintiano e a questão do gramado molhado que ajuda o toque de bola corintiano e eventualmente atrapalha os adversários.

- Achei até que a torcida do Corinthians ia estranhar muito na época que construiu o estádio. Mas não estranhou e se sentiu em casa, o time também se sentiu em casa. Talvez por que eu venho de uma época em que o Corinthians jogava no Pacaembu, e um estádio para o clube era uma utopia, hoje é uma realidade. Os torcedores se adaptaram e os jogadores abraçaram esse novo estádio e hoje é a casa do time. Na Arena Corinthians, caiu lá é difícil de tirar resultado. A coisa dos adversários escorregarem e alguém se aproveitar, é um acaso. O Tite pede para molhar porque o time é técnico, joga de primeira e ele quer velocidade. Ele colocou velocidade na equipe e a preparação física é tão boa que eles conseguem corresponder a essa velocidade. E ele molha o gramado para a bola corresponder também. Fica um sincronismo da velocidade do jogador com a velocidade da bola – explica Casão.

Já o arquiteto Aníbal Coutinho que participou da elaboração do projeto arquitetônico do estádio e comenta como até isso foi pensado para ajudar a equipe.

- A arena foi feita para o Corinthians ganhar, ela ajuda, mas não é responsável por isso. Mas é um aliado importantíssimo para o Corinthians. Um dos aspectos que mais ajudam o time é a torcida estar próxima. Ele sentir a voz do torcedor, ele ver o rosto do torcedor. O torcedor que fica mais distante do lateral e da linha de fundo fica a nove metros. Isso faz a torcida dar um apoio efetivo ao time. O jogador consegue dialogar com a torcida. No túnel que leva ao gramado, nós rebaixamos um pouco o nível interno para que o time adversário entrasse com as cabeças viradas para a torcida do Corinthians. Essa é uma visão muito impressionante para quem entra no estádio – explica Coutinho.