25/10/2015 11:45

Cássio quer se aposentar no Corinthians, elege o Palmeiras como maior rival, enche a bola do Santos e conta que conheceu o pai

Cássio quer se aposentar no Corinthians, elege o Palmeiras como maior rival, enche a bola do Santos e conta que conheceu o pai
Cássio superou a marca de 200 jogos pelo Timão (Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians)

Ronaldo Giovanelli, Gilmar dos Santos Neves, Dida, Cabeção, Tobias, Ado… Certamente, Cássio já faz parte da relação dos goleiros mais importantes da história do Corinthians depois de ganhar praticamente tudo desde 2012, quando foi contratado do PSV como um desconhecido. Mas o alvinegro, de 28 anos, sonha com muito mais. “Sou apaixonado pelo Corinthians, adoro estar aqui e quero ficar aqui até o fim da minha carreira”, justifica Cássio, em entrevista ao Blog, concedida no CT do Parque Ecológico.

A convocação para a seleção brasileira, divulgada na última quinta-feira, só reforça o desejo do goleiro de nunca mais vestir outra camisa na carreira. No bate-papo, de quase uma hora, o gaúcho de Veranópolis falou sobre tudo: apontou o Palmeiras como maior rival do Timão, à frente do São Paulo, avaliou o Santos como o time mais difícil de ser batido hoje, contou que realizou a vontade de conhecer o pai, relembrou os tempos em que morava numa casa cheia de frestas, por causa da dura realidade financeira de sua mãe, que era doméstica.

BLOG_ Qual é o maior rival do Corinthians no futebol?
CÁSSIO_
Eu achava que era o São Paulo, mas, hoje, é o Palmeiras. Eles voltaram com força neste ano e os últimos jogos foram muito difíceis, tensos, com a cidade toda só falando do clássico. Se o Palmeiras mantiver essa base para o ano que vem, será bem forte.

para garantir que você nunca jogará no Palmeiras?
Não me vejo jogando em outro time no Brasil. Tanto que penso em encerrar a carreira no Corinthians. Já são mais de três anos, 200 e poucos jogos e muitas coisas positivas, que superam os momentos difíceis.

O seu contrato terminará em 2018, quando terá 31 anos. Já discute a renovação?
Ainda está cedo. Renovei no ano passado.

Desde que chegou ao Corinthians, teve propostas?
A única coisa que ouvi foi do Fenerbahce, da Turquia. Mas procuro não perguntar muito, porque essas coisas me atrapalharam na época do Grêmio. Naquela época, eu tive propostas de Espanha e Portugal, acabou não rolando e aquilo afetou meu desempenho. Saí do foco.

Mas você iria para China ou Arábia se aparecesse uma oferta milionária?
Sou apaixonado pelo Corinthians, adoro estar aqui e quero ficar. Mas não sei se prestarei para o clube até o fim da minha carreira. Goleiro, geralmente, joga até os 38 ou 39 anos. Só o tempo vai dar essa resposta.

Já se arrependeu de alguma coisa que falou?
Depois da derrota para o Atlético-MG (por 4 a 1 na Copa do Brasil), no ano passado, eu falei que havia jogadores que não estavam preparados para jogar no Corinthians. Expus meus companheiros e não foi correto. Hoje, sou um dos líderes do time e, por isso, penso duas vezes antes de falar.

Qual o adversário mais difícil de enfrentar no Brasil hoje?
O Grêmio é bem organizado, assim como o Palmeiras, mas, hoje, o Santos é o time mais chato. E não falo isso porque perdemos para eles na Copa do Brasil. Depois da contratação do Dorival Júnior, o Santos cresceu demais e é o favorito na Copa do Brasil, porque tem um ataque muito bom e faz uma fusão boa dos experientes com os meninos da base.

No video game, você vai de Barcelona ou Real Madrid?
Jogo com o Corinthians (risos). Mas também gosto de jogar com o Bayern de Munique, por causa de alguns atletas, como Neuer, Lewandowski, Muller…

Você nunca escondeu ser católico. Já fez promessa por causa de algum jogo?
Várias. Outro dia, mesmo, fiz promessa quando o juiz marcou pênalti para a gente, contra o Santos, e o Jadson foi bater. Ele fez o gol (na vitória por 2 a 0, no Brasileirão) e levei rosas para Aparecida. Também havia prometido doar cestas básicas se nós fôssemos campeões mundiais, em 2012. Ganhei o carro de melhor do torneio e doei a maior parte do prêmio.

E tem alguma promessa para o título do Brasileirão?
O título ainda está longe.

O jogo contra o Atlético-MG decidirá o título?
Não me preocupo com um jogo, apenas, e acho que isso ajuda a explicar a tranquilidade do time em campo. Nós não nos preocupamos com o que os adversários vão fazer nos outros jogos, mas apenas com o nosso próximo jogo.

Você foi a grande novidade na lista de convocados da seleção, na quinta-feira. Ainda tinha esperança de voltar?
Eu tinha certeza de que teria a minha chance e posso garantir que estarei pronto. O Dunga foi o primeiro técnico que me levou para a seleção, em 2008, logo depois do Sul-Americano sub-20. O time tinha Ronaldinho Gaúcho, Kaká…

Você já foi para cinco jogos, mas nunca entrou. Ficou perto em algum deles?
Em 2008, com o Dunga, cheguei a achar que entraria. Nós estávamos jogando contra Gana e o Jefferson se machucou. Então, eu era o reserva imediato do Júlio César, que acabou caindo algumas vezes no campo, mas não saiu. Imagina o meu nervosismo, só com 18 anos, podendo estrear.

Já teve pesadelo com algum atacante?
Nunca. O dia em que fiquei mais tenso foi na véspera da estreia pelo Grêmio. Realmente, a noite foi meio longa.

Mas qual o atacante mais completo que você enfrentou?
O Guerrero é o mais completo. Ele é excelente centroavante, mas também sabe sair da área, vai bem no alto, chuta com os dois pés, acredita em todas as bolas… Tambem é difícil enfrentar o Luís Fabiano (do São Paulo) e o André, do Sport.

Qual a maior loucura que cometeu como goleiro?
Teve um Gre-Nal, pelos juniores, marcante. O Inter tinha um meia que gostava de chutar de longe e eu fingi estar desatento. Aí, ele chutou quase do meio-campo e eu quis matar a bola no peito, para tirar um sarro. A bola rolou e bateu na trave. Tomei uma bronca do técnico….


Walter e Cássio são amigos, apesar da concorrência (Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

No que o Walter, seu reserva, é melhor do que você?
É difícil comparar dois goleiros, mas talvez ele seja mais calmo. É um ótimo goleiro.

Já teve gente pedindo que ele fosse titular, meses atrás. Como é a relação entre vocês?
Ele é meu amigo, a ponto de a família dele estar sempre lá em casa. Outro dia, inclusive, passamos a folga na cidade dele (em Jaú, no interior paulista).

Tem alguma regra que você mudaria no futebol?
Gostaria de ver no Brasil uma coisa que já existe na Holanda: para o clube jogar a Primeira Divisão, ele teria de provar que tem dinheiro para pagar a temporada toda do elenco. O Renato Augusto estava contando que, na Alemanha, há casos de times que subiram mas não disputaram a elite, porque não teriam condição de bancar.

O que você faria se não fosse goleiro?
Nem imagino. Talvez trabalharia com esporte, ao lado de crianças. Gosto bastante de crianças e poderia ser professor. Não me vejo não praticando esporte.

Mas você levava jeito para outro esporte?
Para falar a verdade, nunca pratiquei muito outras coisas. Não tinha muito incentivo, a minha família era humilde. Só joguei um pouco de vôlei e handebol.

Chegou a passar necessidade na infância?
Tive uma infância bem humilde, porque sou filho de mãe solteira. Ela trabalhava como doméstica e teve de criar eu e mais dois irmãos. Nunca faltou comida, mas tínhamos só o básico do básico. Para se ter uma ideia, nós nem precisávamos abrir a janela para clarear a casa, de tanta fresta que tinha nas paredes.

Você revelou, em 2012, que tinha vontade de conhecer o seu pai. Já conseguiu?
Começaram a sair algumas matérias sobre ele no Sul e acabei ficando um pouco chateado, porque não era via imprensa que queria ter notícias dele. Ao menos, consegui combinar um dia e almocei com ele. Conversamos um pouco, o conheci e foi só.

É verdade que você começou a trabalhar cedo?
Como a minha mãe trabalhava fora, eu que arrumava a casa, tomava conta dos meus irmãos. Minha avó também dava a maior força. Comecei a trabalhar com uns 10 anos. Eu lavava carros no lava-rápido do meu tio. Depois, quando já jogava no Grêmio e ia passar folga na minha cidade (Veranópolis), trabalhava no fim de semana para ter o dinheiro da passagem do ônibus.

Seu irmão é goleiro?
Sim. O Eduardo chegou a jogar o último Campeonato Goiano pelo Itumbiara, mas, agora, está procurando clube. Sempre tento encaixá-lo em algum. Outro dia, mesmo, falei com o Fábio Carille (auxiliar técnico do Corinthians) para perguntar sobre o mercado.

Você já tinha ídolos goleiros na infância?
Sempre gostei de goleiro. Quando comecei a gostar de futebol, ia muito aos jogos do Veranópolis, na época em que o Gilmar Dal Pozzo era o goleiro. Depois, quando estava na base do Grêmio, conheci o Danrlei, excelente pessoa. Nós pedíamos fardamentos (camisas) e ele sempre dava. Mas quem me inspirou, mesmo, foi o Óscar Córdoba (goleiro colombiano que jogou no Boca Juniors de 1997 a 2001).

Em que você gasta sem dó?
Comida. Se tenho vontade de ir a um restaurante, vou. E, apesar de gostar de muitos cardápios, meu preferido é o churrasco. Como bom gaúcho.


VEJA TAMBÉM
- Timão escalado para o jogo contra o América-RN
- Corinthians goleia o Fluminense e vence a primeira no Brasileirão
- Timão escalado para o jogo contra o Fluminense









14391 visitas - Fonte: Blog do Jorge Nicola

Mais notícias do Corinthians

Notícias de contratações do Timão
Notícias mais lidas

Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Enviar Comentário

Para enviar comentários, você precisa estar cadastrado e logado no nosso site. Para se cadastrar, clique Aqui. Para fazer login, clique Aqui ou Conecte com Facebook.

Últimas notícias

  • publicidade
  • publicidade
    publicidade

    Brasileiro

    Dom - 16:00 - Neo Química Arena -
    X
    Corinthians
    Atletico-MG

    Sudamericana

    Ter - 19:00 - Neo Química Arena
    4 X 0
    Corinthians
    Nacional Asuncion
    publicidade
    publicidade
    publicidade