21/10/2015 08:43

Ex-cobrador de van, carrasco do Palmeiras foi sondado pelo Corinthians e prevê guerra contra o River

Camilo é um dos destaques da Chapecoense neste Campeonato Brasileiro

Ex-cobrador de van, carrasco do Palmeiras foi sondado pelo Corinthians e prevê guerra contra o River
O início do segundo turno do Campeonato Brasileiro foi terrível para a Chapecoense. Uma série de resultados ruins derrubou a equipe catarinense para a parte perigosa da tabela de classificação da competição nacional, perto da zona de rebaixamento.

No mesmo período, porém, mesmo sem apresentar atuações convincentes, a Chapecoense incrementou o seu ainda pobre currículo internacional se classificando de forma inédita para as quartas de final da Copa Sul-Americana. Nas últimas três rodadas do Campeonato Brasileiro, o time dirigido por Guto Ferreira conseguiu bons resultados, respirando mais tranquilamente na tabela.

E, nesta quarta-feira, será realizado o primeiro duelo contra o poderoso River Plate, pela Sul-Americana. Sim, a Chapecoense vive um momento especial na temporada.

E um dos responsáveis por esse momento da equipe é o meio-campista Camilo. Com passagens por Cruzeiro, Avaí e Sport, entre outros clubes, o próprio Camilo reconhece que vive uma fase mais madura na carreira. Aos 29 anos, é um dos líderes do elenco. Mesmo com boa vivência no futebol, o jogador admite que enfrentar o River Plate é uma oportunidade bastante valiosa.

"É muito bom poder enfrentar a melhor equipe do continente, atual campeã da Sul-Americana e da Libertadores, que vai jogar o Mundial no final do ano e deve pegar o Barcelona. Estamos nos preparando para isso e será uma guerra", prevê Camilo, imaginando o ‘caldeirão' formado pela torcida do River no Monumental de Nuñez nesta quarta-feira.

Mas ele está pronto para o desafio. "De 2013 pra cá, a minha carreira tem melhorado e pude mostrar o meu futebol. Estou com boa experiência no futebol. Estou no meu melhor momento porque tenho maturidade e, agora, quero conquistar títulos na minha carreira", afirma o jogador da equipe catarinense.

Vendedor, catador e cobrador

Atuar contra o tradicional River Plate na Argentina é uma grande motivação para qualquer jogador. Ainda mais quando as dificuldades do início da carreira são lembradas, e tais pensamentos surgem com tudo na mente. Com Camilo não é diferente. O caminho até atingir esse momento da carreira foi longo...muito longo.

"Sou criado na Cidade de Deus e meu pai tinha um bar, e eu tomava conta. Vendia comida, bebida. Catei também muita latinha na praia para poder vender, quando via algum conhecido eu colocava a camisa na cara pra disfarçar", lembra Camilo, sorrindo.



"Até tomei conta de placa de comunicação na rua no final de semana (risos). Era chato demais, ficava oito horas sem fazer nada, parado lá para não deixar ninguém arrancar do lugar. Eu ficava ouvindo música ou lia alguma coisa para passar o tempo. Era muito entediante", conta.

"Uma vez uma família me viu parado e encostado no mesmo lugar e achou que eu estava perdido, porque estava muito tempo por lá. Daí expliquei a eles que não estava perdido, só estava trabalhando. Então, me deram um lanche para comer, foram muito bacanas", recorda o meio-campista.

Camilo também ajudou outros familiares em momentos de dificuldade. O jogador se dedicava aos treinos durante a semana, mas, quando possível, auxiliava o tio, que batalhava para manter o seu serviço de transporte.

"Fui cobrador de van que o meu tio dirigia. Você até conhece as pessoas que sempre passavam no mesmo horário, às vezes não tinham dinheiro para pagar. Eu deixava elas passarem, porque sabia que no dia seguinte elas iam pagar. Fazia isso mais nos finais de semana e férias, porque treinava durante a semana. Pegava o tempo livre para fazer uma grana", afirma.

O futebol, claro, também proporcionou ricas experiências para Camilo. Uma das mais marcantes foi vivida na China. Os percalços no país asiático ajudaram o jogador a absorver várias lições, contribuindo decisivamente para o seu amadurecimento.

"Quando eu fui para a China me disseram que o meu time era o quinto, só que eu cheguei lá e era o último (risos). Pior que eu não tinha mais como voltar, porque tinha assinado contrato. Mas fizemos um segundo turno tão bom que livramos do rebaixamento. Foi uma festa enorme na cidade. Ficou de aprendizado, para eu ficar mais esperto quando for assinar um contrato. Para piorar, no começo, eu não me acostumava com a comida de lá de jeito nenhum e perdi cinco quilos (risos)", diz o jogador.

Líder de olho

Após um início de segundo turno trágico para a Chapecoense, que refletiu em resultados muito ruins durante os meses de agosto e setembro, a equipe iniciou uma reação no dia 4 de outubro, quando recebeu o Palmeiras na Arena Condá. Com uma atuação de gala, o time catarinense não teve piedade do adversário e aplicou uma sonora goleada por 5 a 1. Uma partida que dificilmente será esquecida por Camilo. O meio-campista teve desempenho destacado no confronto, apresentando uma das suas melhores atuações na temporada.



Foram atuações consistentes de Camilo ao longo do ano que despertaram o interesse de um dos grandes clubes do futebol brasileiro: nada mais nada menos do que o Corinthians, líder isolado do Brasileirão, fez uma sondagem sobre a situação de Camilo na Chapecoense. E isso ainda no início do Campeonato Brasileiro, bem antes da grande exibição de Camilo no duelo diante do Palmeiras.

"O Corinthians fez uma sondagem esse ano. Um auxiliar do Tite conversou com o meu representante, mas não teve continuidade. Acabei fazendo os sete jogos e fiquei na Chapecoense. Fiquei feliz com esse reconhecimento. Seria uma grande oportunidade atuar numa equipe desse porte. Mas a Chapecoense é uma equipe que gosto muito. Tenho as portas abertas aqui e estou ajudando o clube", comentou o jogador.

O futebol apresentado contra o Palmeiras, por exemplo, serve agora de combustível para Camilo enfrentar um dos maiores desafios de sua carreira: encarar o poderoso River Plate na Argentina. Desafio esse que também é um dos maiores da história da Chapecoense. As curiosas histórias e as dificuldades superadas ao longo da carreira motivam ainda mais Camilo para esse confronto tão especial. Quem sabe a Chapecoense não protagoniza um dos maiores feitos do futebol em 2015?

"O futebol te traz muitos sacrifícios, faz 11 anos que saí de casa na Cidade de Deus e perco muitos momentos ao lado dos meus familiares porque estou jogando. Mas fico feliz em poder representá-los, é o lado bom porque consegui melhorar a situação deles com o dinheiro que ganhei durante a carreira. Estar num clube de Série A é uma felicidade muito grande", comemora Camilo.

Que venha o River Plate!


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