O calor estava de derreter durante o primeiro tempo de Corinthians e Goiás na última quinta-feira quando dois vendedores ambulantes chegaram na parte inferior da arquibancada atrás de um dos gols.

“Tem água?”, perguntavam os torcedores para em seguida engolirem a seco uma resposta inusitada. “Não. Água não está subindo (para a arquibancada). Não compensa carregar o peso, ganhamos só 50 centavos por copo. Todo lugar paga R$ 1, menos aqui”, respondeu um dos vendedores.

Para matar a sede, sobrou refrigerante, pois os ambulantes tentavam impedir os colegas de venderem água.

“Água só tem com aquele morto de fome que aceita fazer esse esforço para ganhar 50 centavos”, dizia um dos vendedores apontando para outro que estava distante. “Não deixa o morto de fome vir com água, não”, berrava outro.

A “operação seca” fez com que torcedores tivessem que comprar água nas lanchonetes da Arena Corinthians, aumentando as filas.

“Não tinha conhecimento dessa situação. Vou identificar quem fez isso e resolver o problema. Não pode acontecer”, disse ao blog Juliano Aniteli, sócio da AR Fast Food, que atua no estádio.

Segundo ele, os vendedores ganham a mesma remuneração vendendo água ou refrigerante. Então, não haveria motivo para “cortarem” a água, vendida a R$ 5 o copo.

“Os vendedores não ganham só os 50 centavos. Eles recebem bônus por metas alcançadas. Se nos outros estádios eles ganham mais, lá eles têm que levar seus próprios isopores. Aqui nós fornecemos mochilas importadas que dão mais segurança”, afirmou Aniteli.

Em pouco mais de um ano, a Arena Corinthians já teve de trocar de concessionário de lanchonetes. A empresa anterior não cumpriu um contrato milionário com o clube, pelo qual tinha que construir as lanchonetes, e seus produtos eram alvos de reclamações dos consumidores.