10/10/2015 08:34

Com gols e superstição, Rodriguinho quer ajudar o Corinthians a ser hexa

Após gol salvador no empate com a Ponte Preta, meia espera mais oportunidades até o fim do Brasileirão, quer marcar mais vezes e diz que 2016 poderá ser o seu ano

Com gols e superstição, Rodriguinho quer ajudar o Corinthians a ser hexa
Rodriguinho desvia da escala em seu prédio: não quer dar azar ao Corinthians (Foto: Marcelo Braga)

Em reta final de campeonato, todo cuidado é pouco. Autor do último gol do Corinthians no Brasileirão, no empate por 2 a 2 com a Ponte Preta, no último dia 4, Rodriguinho não dá sopa para o azar. Em visita do GloboEsporte.com ao prédio onde mora, em São Paulo, o meia avistou uma escada na área de lazer do condomínio e não pensou duas vezes: desviou.

– Eu que não vou passar embaixo dela com o campeonato acabando, né? – brincou o jogador, que não para de sorrir desde que a sorte mudou para ele, em Campinas.

Chamado para sair do banco aos 21 minutos do segundo tempo na vaga de Elias, o meia de 27 anos foi fundamental para evitar a derrota por 2 a 1, que deixaria a vantagem do líder Timão para o vice-líder Atlético-MG cair para quatro pontos. Com o gol, ela passou para cinco. Um golaço de esquerda que já mudou a forma como as pessoas olham para ele nas ruas.

– O reconhecimento já mudou um pouco, né? Deu para ver no shopping ou restaurante, as pessoas vindo me dar os parabéns, dizendo: "Você salvou a gente". Isso mudou. Eu não estava sendo tão visto. Então, para mim, a confiança aumentou muito, eu precisava de um momento como esse, precisava me sentir importante. Claro que estava ajudando nos treinos, mas a ajuda foi mais efetiva dessa vez. É natural que o cara que não está jogando às vezes fique desmotivado. Por ficar só treinando, você acaba deixando cair um pouco. É uma luta diária.

De volta ao clube desde junho, Rodriguinho não tem números muito expressivos em sua segunda passagem. Aproveitado por Tite em apenas cinco jogos, só foi titular contra o Avaí, quando deixou o campo no início da segunda etapa. O momento de maior brilho aconteceu em um amistoso festivo contra o ABC, em Natal, cidade em que nasceu, quando marcou o único gol do jogo, de pênalti, em partida recheada de reservas. Situação que vinha incomodando o jogador.

– Não que eu estivesse me sentindo mal, mas estava com um sentimento de angústia, sabe? Sabendo que poderia ajudar mais. Mas é escolha do treinador. Tenho que trabalhar e demonstrar que posso ter mais oportunidades – afirmou ele, contratado a pedido do gaúcho, em 2013, após passagens por América-MG, Bragantino e ABC.

Antes de ser emprestado para Grêmio e Al Sharjah, dos Emirados Árabes, no ano passado, fez 13 jogos pelo Timão, entre o comando de Tite e de Mano Menezes. Não havia feito gols.

Mãe de Rodriguinho, Salete veio fazer companhia para o filho no feriado (Foto: Marcelo Braga)

Na companhia da mãe, Salete Maria, que veio passar o feriadão em São Paulo, Rodriguinho projetou uma reta final de ano diferente. À espera de novas chances, quer marcar novamente.

– Posso ajudar mais. Faltam nove jogos para acabar. Marcar mais uns três gols seria excelente.

Confira o restante do bate-papo com Rodriguinho nas linhas abaixo:

GloboEsporte.com: Durante a semana você afirmou que, diante da qualidade do time, não há como brigar por uma vaga de titular. Acha que o seu ano será 2016?
Rodriguinho:
Realmente é uma situação difícil. Quando você está no banco e vê um jogador da sua posição não jogando bem, fica o sentimento de que você pode contribuir mais. Mas neste momento não tem jeito. Os da minha posição estão muito bem, por isso estamos em primeiro. Torço para que joguem bem mesmo, aí chegaremos ao nosso objetivo de ser campeão. Posso demonstrar meu trabalho no treino para que o Tite veja que tenho condições. Mas ele já tem uma equipe definida, não vai mudar. Já está compacta, entrosada, então acho que 2016 pode ser o ano de afirmação para mim, em que eu possa atuar mais, ter mais oportunidades. Em 2015 estou focado em ajudar ao máximo para chegamos ao título, que vai ser importante para todo o grupo.

Tite consegue te deixar motivado, mesmo com você estando no banco de reservas?
R:
Ele prepara todo mundo da mesma forma, todo mundo que entra sabe o que vai fazer. Ele também dá palavras de incentivo. Na semana do jogo, eu vinha treinando bem e ele disse que, se precisasse, ia contar comigo na função do Elias. Eu disse que tudo bem e foi o que aconteceu. Já vinha treinando faz um tempo ali, então ficou fácil para eu entrar e desempenhar a função.

Você teve proposta do Bahia, mas não saiu. Certa vez, o goleiro Julio Cesar disse que era mais interessante ser reserva no Corinthians do que titular em outros times. Concorda?
R:
É verdade, tudo o que você faz aqui tem uma proporção maior do que em outros lugares. Um gol aqui, por exemplo. Tem cara que faz cinco ou seis em outro lugar e ninguém fala. Mas a proporção é maior para o bem e para o mal. Quando a coisa está feia, é difícil também.

Rodriguinho a caminho do CT na última sexta-feira (Foto: Marcelo Braga)

Você chegou ao clube em outubro de 2013 e, no ano seguinte, saiu após o Paulistão. Por que não conseguiu decolar no Corinthians?
R:
Cheguei em um momento difícil, reta final campeonato. Aqui havia uma equipe consagrada, jogadores campeões, não tive muito tempo para demonstrar alguma coisa. No início de 2014 comecei jogando, tive oportunidades, o time ainda não tinha encaixado com o Mano Menezes, mas depois perdi espaço com a chegada do Jadson. Achei que era a hora de sair, tentar outras coisas, mas sempre ficou um sentimento de que eu poderia ter jogado mais. É um clube que tenho muita vontade de jogar, pela torcida apaixonada e pelas pessoas também. Espero que as coisas passem a ser diferentes. Esse gol já mudou alguma coisa. Espero que a gente consolide o título, que será importante profissionalmente, e que eu tenha mais chances em 2016.

No ano passado, sua passagem pelo Grêmio também durou muito pouco (apenas 13 jogos e dois gols). O que aconteceu?
R:
Comecei bem com Enderson Moreira, o treinador que me levou para lá, comecei jogando, fazendo gols, mas aí o Felipão chegou com uma política diferente. O Grêmio estava com alguns problemas e eles resolveram priorizar atletas da casa. Como eu era emprestado, optei por sair.

Aí você foi emprestado para os Emirados Árabes. O que viu de mais diferente por lá?
R:
Primeiro começa pela quantidade de pessoas no estádio. A paixão deles maior é por outros esportes, como críquete. O nível de competição e o nível técnico são bem menores, mas existem uns seis times bons também. Meu time (Al Sharjah) tinha um técnico brasileiro (Paulo Bonamigo), o que me facilitou bastante as coisas. E tinha outros brasileiros: Maurício Ramos, Léo Lima, Vanderley e Fellype Gabriel. O mais diferente era a oração que eles faziam cinco vezes por dia. Antes, no intervalo e depois dos jogos. No vestiário, às vezes o técnico queria dar uma instrução, mas eles estendiam o tapete e rezavam. Sobrava uns três ou cinco minutos para ele conversar.

Esperava voltar para o Corinthians após a primeira passagem apagada?
R:
Era uma indecisão quando acabou meu contrato, eu não sabia se seria aproveitado, até porque o clube passava por uma crise. Mas fiquei feliz quando soube que o Tite me queria de volta. Foi uma alegria. Participar deste grupo e brigar pelo título me deixa ainda mais feliz.

Rodriguinho repete o chute de esquerda que deu o ponto para o Timão em Campinas (Foto: Marcelo Braga)


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