No dia 5 de outubro de 1977, há 38 anos, começava uma decisão que ficaria marcada para sempre na memória da Fiel. Corinthians e Ponte Preta fariam a final do Campeonato Paulista daquele ano, com uma alta carga emocional para o Timão: era a chance de encerrar um longo tabu sem títulos, que já durava quase 23 anos.

Para chegar à decisão, o Alvinegro do Parque São Jorge teve de superar uma grande pressão. À beira da eliminação, só três vitórias seguidas contra Botafogo-SP, Portuguesa e São Paulo deixariam o Corinthians vivo no Paulistão. Foi o que aconteceu, e o sonho de acabar com o jejum ficava cada vez mais perto de se tornar realidade.

A decisão seria disputada em melhor de quatro pontos (a vitória valia dois na época), que poderia ser disputada em dois ou três jogos. Era simples: quem ganhasse duas partidas levava a taça. Se ao fim de três duelos persistisse a igualdade em três pontos, o título paulista de 1977 seria decidido na prorrogação, com vantagem do empate para o Corinthians, por ter mais vitórias do que a Ponte Preta em todo o campeonato (26 a 23).

Havia uma grande expectativa para a final contra a Ponte Preta, considerada um dos times mais fortes do Brasil na época, atrás de uma conquista inédita e invicta há 16 jogos. E o retrospecto não era animador: o Corinthians tinha perdido todas as três partidas disputadas contra a equipe campineira no Paulistão 1977, inclusive uma por goleada de 4 a 0.

Mas a esperança e a fé eram maiores do que qualquer histórico, e o Timão deu um passo muito importante rumo ao título paulista de 1977. Isso graças a um lance inusitado do meia Palhinha.

Aos 14 minutos do primeiro tempo, o jogador recebeu a bola em profundidade, invadiu a área e chutou. A bola foi defendida pelo goleiro Carlos, mas, no rebote, explodiu no rosto do atleta corinthiano e foi para o fundo das redes da Ponte Preta.

Depois, o Timão segurou o importante resultado, que o deixava a uma vitória do fim de um longo sofrimento.