O futebol é uma “caixinha de surpresas” e “não tem jogo ganho” são máximas do esporte que, de vez em quando, dão as caras numa partida. Placares de 3x0, 4x1, 5x1. Jogo resolvido? Nem sempre, como foi visto no estádio Moisés Lucarelli, no dia 19 de setembro de 1998, em mais uma partida entre Ponte Preta e Corinthians.

De um lado, a equipe campineira buscava reabilitação após perder para o Palmeiras na rodada anterior. O Timão vinha de uma grande vitória sobre o Sport, na Ilha do Retiro, e queria manter o embalo daquela equipe que, meses depois, levantaria a taça do Campeonato Brasileiro de 1998.

Empolgado, o Corinthians precisou de apenas sete minutos para abrir o placar. Rincón passou para Vampeta, que encontrou Mirandinha aberto pelo lado esquerdo. O atacante mandou a bola para dentro da pequena área e Edilson, oportunista, escorou e fez o primeiro.

Com Marcelinho fora da partida, coube a Gilmar Fubá vestir a camisa 7 alvinegra. E em tempos de golaços do Pé de Anjo, o volante do Timão fez valer a escrita. Após assistência de Ricardinho, Gilmar entrou pela esquerda dentro da área e soltou uma bomba. Com 25 minutos do primeiro tempo, o Corinthians já tinha 2 a 0 no placar.

No segundo tempo, o Timão voltou no mesmo ritmo. Disposto a matar o jogo, Vampeta lançou para Edilson, que trabalhou como pivô. O Capetinha só rolou para Ricardinho, que vinha de trás e mandou para o fundo da rede. Timão 3 a 0 com oito minutos da segunda etapa.

Quem pensou que a Ponte Preta se entregaria viu a equipe campineira reagir. Em cruzamento da direita, Vander exigiu grande defesa do goleiro alvinegro Nei, mas Sandro Gaúcho marcou no rebote. Aos 18 minutos da etapa complementar, a Ponte Preta diminuía o placar: 3 a 1.

O Corinthians não sentiu o golpe e partiu para cima. Quem acompanhava o jogo via uma goleada se desenhar. Em jogada individual, Vampeta invadiu a área, bateu forte, a bola explodiu na trave e morreu no fundo do gol ponte-pretano. Um golaço do volante que colocou o 4 a 1 no placar com 23 minutos do segundo tempo.

E aí parecia que o Timão mataria o jogo. Em contragolpe puxado por Gilmar Fubá, Edilson recebeu em profundidade, driblou o goleiro Edinho e mandou a bola para dentro. Um baile do Corinthians no Moisés Lucarelli, goleada por 5 a 1. Com o jogo se encaminhando para o fim e “ganho”, o técnico do Timão na época, Vanderlei Luxemburgo, resolveu mexer na equipe. Gamarra, Rincón e Mirandinha saíram para as entradas de Batata, Dinei e Didi. Rodrigo, lateral direito, foi expulso. E a Ponte Preta, contra todos os prognósticos, reagiu.

Em cobrança de escanteio, Sandro Gaúcho, mais uma vez com oportunismo, subiu mais alto do que a defesa corinthiana e fez o segundo gol da Ponte aos 28 minutos.

O terceiro gol pareceu replay. Em outro escanteio, mas pelo outro lado, Regis cobrou e Sandro Gaúcho fez o terceiro dele e da Ponte Preta, aos 30 minutos. O Timão sustentava o 5 a 3, e a equipe de Campinas partia com tudo para cima.

O impossível parecia se desenhar. Em jogada pela lado direito, Jorge Luiz cruzou e Vânder, de primeira, acertou de sem pulo aos 39 minutos. A Ponte Preta marcava o quarto gol e incendiava de vez a partida.

Os minutos finais foram dramáticos. O Corinthians se defendeu a todo custo e garantiu mais três pontos na tabela de classificação.

O Timão voltará ao Moisés Lucarelli neste domingo (01), para enfrentar a Ponte Preta pelo Campeonato Brasileiro, às 16h.