Há quatro rodadas se ressaltava aqui a tendência de equilíbrio do Brasileiro na briga pela ponta. Pois essa indicação se dissipou quando o Corinthians abriu sete pontos do Atlético-MG neste final de semana. Qual o tamanho desta vantagem? É possível para o Galo sonhar quando faltam dez rodadas?

A possibilidade existe, mas se tornou remota. Só uma equipe que abriu pelo menos cinco pontos de vantagem no Nacional a dez rodadas do final permitiu aos adversários a atropelarem. Foi o Palmeiras de 2009.

Naquele campeonato, o time tinha cinco pontos à frente do vice-líder Grêmio e 10 do Flamengo que acabou campeão. Só que nas rodadas finais aquele Palmeiras somou apenas 27% dos pontos, um aproveitamento de rebaixado.

Em quatro edições, o Cruzeiro (2014,2013 e 2003) e o São Paulo (2007) já tinham vantagens entre seis e 11 pontos quando faltavam dez jogos. Não foram ameaçados na conquista do título.

Houve ainda campeonatos nacionais equilibrados até o final em que times abriram diferenças de cinco pontos. Foi o caso do Corinthians em 2005. O Internacional encostou, mas não conseguiu virar. O mesmo ocorreu com o Fluminense em 2012 quando lutou rodada a rodada com o Galo, mas a diferença conquistada até o meio do turno pesou.

No atual cenário, se obtiver apenas 50% dos pontos nos próximo jogos, o Corinthians obriga o Atlético-MG a ter um rendimento de 73,3% para alcança-lo. É um aproveitamento superior a maior parte dos campeões brasileiros: 22 em 30 pontos.

Para resumir, o Brasileiro está decidido? Não. Mas os números mostram que só uma arrancada irresistível do Galo e um fracasso corintiano vão alterar o curso do campeonato. Resta saber se o Atlético-MG consegue desafiar a lógica nos pontos corridos como faz nos mata-matas.