Escreveu o filósofo alemão Karl Marx no século XIX que a história repete-se a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. No terreno do futebol, mais restrito, porém não menos alegórico, as repetições podem ser trágicas, e muitas vezes soam farsescas. O fim de semana do Brasileirão deu mostras disso.

O Corinthians alargou para sete pontos sua vantagem na ponta ao repetir, sem farsa, o que fez nos outros três jogos em Santa Catarina: venceu. Depois de Joinville, Avaí e Chapecoense, a vítima alvinegra foi o Figueirense. O 3 a 1 foi construído à moda da equipe, com protagonismo do trio Elias, Jadson e Renato Augusto. E foi graças ao catarinense Joinville, lanterna da competição, que a liderança está vigorosa. O caçula da Série A chegou a ficar duas vezes atrás, mas empatou com Galo.

Nos dois clássicos estaduais é que a história se repetiu tragicamente para um dos lados. No Morumbi, o repeteco foi caprichoso. No último lance, Rogério Ceni entregou bola de presente para Robinho, que o encobriu. Gol parecido com o célebre feito no Allianz Parque, no Paulistão. O empate impediu o Tricolor de tomar a quarta colocação do rival.

No Maracanã, a repetição teve toques tragicômicos. Depois de perder o título carioca e ser eliminado pelo arquirival na Copa do Brasil, o Flamengo voltou a cair para o Vasco, e, para ser cruel, foi de virada. O Cruz-Maltino firmou sua reação numa busca que parecia impossível por fugir do rebaixamento. Na Vila Belmiro a história se repetiu com triunfo do Santos pela 11ª vez com Dorival Júnior nesta temporada. O 3 a 1 diante do Inter recostou a equipe no G4 e ratificou o Colorado no 'quase'.

Houve jogos em que a repetição não deu as caras, é verdade. Caso do Fluminense. O time, agora sob o comando de Eduardo Baptista, venceu a primeira no segundo turno, com 2 a 0 no Goiás. E com Ronaldinho Gaúcho em campo. Bafejo de originalidade no fim de semana!