Libertadores deste ano foi decidia por River, da Argntina, e mexicano Tigres (Foto: Reuters)

O empresário Ricardo Silva, dono de uma das maiores companhias de direitos de transmissão de futebol, pretende criar em quatro anos um novo torneio: a Liga dos Campeões das Américas. A competição teria equipes dos principais países da América do Sul, Central e do Norte. Cada clube receberia US$ 5 milhões (cerca de R$ 20 milhões) para participar. O ganhador levaria US$ 30 milhões (cerca de R$ 120 milhões).

A ideia foi recebida com entusiasmo em alguns jornais sul-americanos. No "Clarín", da Argentina, a reportagem afirma que a nova competição poderia salvar o futebol do continente. No entanto, o correspondente da BBC Tim Vickery não se mostra entusiasmado. Na opinião do jornalista, existem três fatores que são grandes barreiras para a criação do novo campeonato.

- São três problemas: um é a distância. Não pode usar o modelo europeu, a Europa é muito menor. A distância de Buenos Aires para a Cidade do México é maior que a de Londres até a Índia. São hemisférios diferentes. A distância vai desgastar os jogadores de maneira escandalosa. O problema número dois é conseguir os vistos para poder entrar nos Estados Unidos. O terceiro problema é a política. São duas confederações: Conmebol e Concacaf. Os países mais fracos, dos Caribes, serão cortados, porque não são rentáveis. A Concacaf tem muitas ilhas Caribe, que têm força política - disse Vickery.

Na opinião do jornalista, seria mais viável criar uma competição com menos clubes, envolvendo os melhores da Conmebol e da Concacaf, em apenas uma sede, sem jogos com mando de campo.

- Pessoalmente, eu acho mais viável Concacaf e Conmebol manterem suas respectivas identidades. E aí, no início do ano, fazer um torneio no México em um ano, na Colômbia em outro. Faz um torneio com os quatro melhores da Liga dos Campeões da Concacaf e da Libertadores. Acho isso mais viável que uma competição onde um time de Buenos Aires tem que ir para o Canadá.

O formato proposto por Ricardo Silva teria 64 clubes. O Brasil e os Estados Unidos seriam os países com maior número de representantes: 16. A Argentina teria 10. México (oito), Colômbia (três), Chile e Uruguai (dois) seriam outros países com vaga garantida. Equador, Peru, Bolívia, Costa Rica e Guatemala teriam participantes na fase preliminar.