19/9/2015 08:34

Os planos do Corinthians para o futuro: cartilha, volta do sub-23 e time B

Os planos do Corinthians para o futuro: cartilha, volta do sub-23 e time B
Corinthians está investindo em integração entre departamento profissional e amador

O Corinthians vem fazendo um trabalho forte nas categorias de base desde o ano passado, em um projeto que visa integrar o amador com o profissional e formar uma espécie de "cartilha" do clube, com todos os departamentos de futebol do clube.

Com o gerente de futebol Edu Gaspar à frente, o ex-capitão Alessandro como coordenador e o diretor José Onofre, além do apoio de Andrés Sanchez e Roberto de Andrade, o time alvinegro vem buscando a captação de novos atletas e quer, em longo prazo, unificar o futebol.

A criação de um time Sub-23 já foi cogitada, e um encontro entre todos os departamentos já ocorreu, inclusive com a presença do técnico Tite, que deu suas opiniões e também rejeitou um "esquema tático único" em todas as categorias, dando oportunidade aos treinadores das categorias de base trabalharem como quiserem.

Uma nova reunião vai ocorrer no mês de outubro para avançar ainda mais no projeto de integração base-profissional do Corinthians, e até a criação de um time B pode vir a ser discutida no futuro.

Alessandro, campeão da Série B (2008), de dois Paulistas (2009 e 2013), da Copa do Brasil (2009), da Série A do Brasileirão (2011), da Libertadores (2012), do Mundial de Clubes (2012) e da Recopa Sul-Americana (2013) falou a respeito da iniciativa com o ESPN.com.br na semana passada.

Confira, a seguir, como foi:

Alessandro hoje coordena as categorias de base do Corinthians

ESPN - Como está esse primeiro ano e meio de trabalho como coordenador da base?
Alessandro -
Está muito bom nesse mais de um ano meio trabalhando nesta função de coordenador visando a integração e desenvolvendo com o departamento amador. O ano passado foi mais de aprendizado, vendo como as coisas funcionam, mesmo tendo passado por essa etapa de amador é diferente. Foi há mais de 15 anos e quando você está na base fica sempre de olho no profissional, não vê tanto o que está sendo feito. Foi um primeiro ano de conhecer como tudo funciona, de mais conhecimento, convivendo com todos os departamentos e com um contato diário com eles. Hoje posso dizer que estou feliz, satisfeito e querendo aprender muitas coisas que ainda faltam.

ESPN - Existe um projeto de integração entre base e profissional. Pode explicar?
Alessandro -
Sempre foi um desejo do Roberto, do Andrés e da diretoria. O Edu sempre falou sobre isso desde o ano passado, que precisamos nos aproximar e um dia sermos apenas um departamento só dentro do clube. E que em algum momento a gente consiga uma linha de trabalho muito parecida para que o departamento de futebol se torne apenas um. Tem que buscar conhecer tudo o que o cerca para que os profissionais tenham liberdade para trabalhar. Todos que estão no departamento amador um dia desejam se tornar profissionais, principalmente os jogadores. É com essa troca de informações com os departamentos que conseguimos tirar mais conhecimento e achar mais soluções.

ESPN - Já ocorreram encontros entre profissionais dos departamentos. Pode falar como foram?
Alessandro -
O departamento amador tem que trabalhar para revelarmos mais jogadores, de grande qualidade e grandes profissionais. Fizemos um encontro e estamos organizando o segundo com todos os profissionais do futebol do cube. Pra que a gente possa dividir, encontrar temas e discutir os caminhos. Só com iniciativa que fazemos alguma coisa, essa liberdade que o Roberto (presidente) e o Andrés (superintendente) nos dão faz com que a gente caminhe.

ESPN - O Tite também participou, certo? O que ele achou?
Alessandro -
Fizemos com todas as comissões técnicas desde Sub-11 até o profissional, falamos da história do clube, do que cada um enxerga nessa integração do clube. O Tite falou sobre o que ele pensa, não foi uma linha técnica, porque ela é muito ampla e precisaria de um dia todo para isso. O Caco Espinoza, que não está mais no clube, perguntou para o Tite se ele gostaria que todos os times da base jogassem com o mesmo esquema tático do profissional. Ele disse que não, que cada treinador tem sua maneira de atuar e que ele acha que cada um deve ter total liberdade de colocar sua formação tática. É uma linha muito que depende muito mais do atleta, ele tem que saber jogar em um 4-4-2 ou em um 3-5-2, não pode ter dificuldade. Não são treinadores que devem usar o mesmo sistema tático para revelar jogador, longe disso. Nunca foi pensado isso, porque cada adversário às vezes requer um time diferente.

ESPN - Vocês pensam em trazer ex-atletas com história vitoriosa no clube para auxiliar?
Alessandro -
É importante ter pessoas em funções que conhecem o clube e foram atletas vitoriosos, mas não o suficiente para fazer o projeto ser vencedor. Os diretores precisam acreditar e dar autonomia para os projetos saírem do papel, algo que aconteceu e todos estão felizes com esse projeto. O ex-jogador que tem história de conquista será sempre muito bem-vindo e respeitado, desde que tenha perfil para a função que será escalado. Não pensamos em nomes ainda, o importante é fazer muitas melhorias ainda para que assim que isso estiver melhor possamos convidá-los para cá. Queremos que tudo esteja funcionando para que eles venham trabalhar e entender todo o processo.

ESPN - O CT da base ser ao lado do CT profissional agora ajuda?
Alessandro -
A proximidade entre o CT da base e o do profissional melhora em tudo, mas mesmo sem isso a proximidade aumentou. Isso irá facilitar pela convivência, facilidade de subir os atletas até na questão de ser a concentração irá facilitar demais. Às vezes o Tite precisa de algum atleta para completar o treino e ele sobe do juniores, ou se estiver sobrando gente ele desce para um treino com o Sub-20, isso é muito bom.

ESPN - Vocês trabalham com algum número fixo de atletas da base treinando entre os profissionais?
Alessandro -
Não iniciamos a integração projetando esses números de quantos atletas da base deveriam integrar o elenco principal, até porque historicamente o Corinthians sempre fez isso. O que nós queremos é que seja grande o número, o difícil é chegar a uma porcentagem ideal para diretoria e torcida, porque depende da capacidade também dos atletas que estão subindo. Temos que capacitar além dos atletas todos os profissionais que formam.

ESPN - O Corinthians tem feito um trabalho forte de captação. Trouxe o Claudinho, do Santos, entre outros. Pode falar sobre isso?
Alessandro -
Captação e observação é algo sempre constante e um trabalho muito importante para o clube. Queremos aumentar esse profissionais dentro do clube proque são fundamentais, sempre de olho em todas as competições de base. Categoria Sub-20 é a parte final, é muito complicado trazer e o cara vir a ser profissional logo de cara, o ideal é que eles cheguem mais novos para que nós possamos participar da formação deles. Em alguns casos, como no do Claudinho, são boas oportunidades que nós também fazemos como um bom negócio. Queremos jogadores que tenham mais tempo aqui tempo do Corinthians. Só a peneira não resolve, acho ela importante ainda em certos casos. Ela é um processo bem cheio, de três dias, e é mais dificll para detectar um talento naquele pouco tempo, mas pode achar que tem erro na avaliação. A peneira é bom por causa das parcerias do clube com as escolinhas e abre a oportunidade dos garotos que estão nessas escolinha, porque eles têm a esperança de vir para cá. É um processo mais lento, não pode só avaliar pela peneira, por isso que trazemos bem jovem com 13 anos e observamos por três anos até ter uma avaliação.

ESPN - Onde é que entram os olheiros nisso?
Alessandro -
O trabalho de observação com os olheiros é diferente, no próprio Paulista de uma categoria tem algum jogador que chama atenção. Mandamos nosso observador acompanhar diversos jogos desse menino, sem ele saber é claro, e ele vai fazendo relatórios em todos eles, nós vamos avaliando a evolução desse menino. Às vezes ele fez o jogo da vida dele contra o grande, mas depois não demonstra a regularidade, precisamos ver isso. Nossos observadores sempre estão de olho, com relatórios semanais de atletas que estamos de olho, principalmente pelos treinadores da equipe. Caso ele goste de um atleta ele passa para o captador e o observador para que acompanhem e façam relatórios, para nós discutirmos em reuniões se ele teve evolução e vale a pena trazê-lo para cá.

ESPN - O Corinthians vai voltar com o time Sub-23? Ou até um time B?
Alessandro -
Ainda não tem nada oficial, mas acho interessante a idéia do time Sub-23, penso que seria muito positivo. Percebi que quando acaba a categoria Sub-20 alguns atletas ainda não tiveram oportunidade no profissional. E são atletas bons, mas não estão prontos para o profissional e precisam de três anos de atuação. Talvez esse Sub-23 seja importante para conseguirmos avaliar esses meninos melhor.

ESPN - E um time B?
Alessandro -
Queremos discutir e se pudermos segurar podemos fazer isso no futuro. Não discutimos sobre time B ainda, pode ser um caminho, mas tem outras situações que chegaremos até chegar a uma conclusão.

ESPN - Emprestar os atletas a clubes menores, até que ponto é válido?
Alessandro -
Não acho que seja bom, porque dificilmente eles jogam e têm condições de voltar, porque aqui eles são observados sempre, tem toda nossa equipe que acompanha esse atleta, mas quando vão para fora é complicado de acompanhar porque o dia a dia do futebol é muito cheio.

ESPN - E o projeto com o Flamengo de Guarulhos?
Alessandro -
A parceria com o Flamengo de Guarulhos foi que jogamos a Série A-3, mas ela é muito curta e muito dura para esses caras muito jovens , que irão enfrentar jogadores maduros com mais de 27 anos ou até mesmo veteranos, caras bem cascudos, não sei se é o ideal. Nós vamos discutir muito mais sobre isso e encontrar um caminho para os jogadores que têm qualidade, esse ano iremos sofrer com isso no final do ano, vários jogadores de qualidade nascidos em 95 serão dispensados porque não conseguimos encaixar no profissional e não têm mais idade para a Copa São Paulo. Emprestar para outros times não é positivo, infelizmente na maioria das vezes não funciona.


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6387 visitas - Fonte: ESPN

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