GETTY

Em busca de reverter a decisão da Justiça de São Paulo que condenou o Corinthians a pagar R$ 2,8 milhões aos empresários do volante Ralf, o time alvinegro enviou recurso ao tribunal culpando "a crise econômica que está afetando a todos" para justificar o calote em parcelas da compra do atleta, após a Copa Libertadores 2012, conforme apuração do ESPN.com.br.

O time do Parque São Jorge diz que, para se safar de perder o atleta à Fiorentina, na ocasião autora de proposta oficial pelo volante, foi necessário comprar os 32,5% dos direitos econômicos pertencentes aos agentes e ao próprio Ralf. Mas a equipe paulista alega que o fez "acreditando vir a receber oferta para negociar o jogador e quitar integralmente a aquisição feita, o que era de se esperar com a natural valorização pelo título mundial".

Contudo, não foi o que ocorreu, e, sem dinheiro em caixa depois do título da Copa do Mundo de Clubes, no Japão, o Corinthians parou de pagar as seis parcelas restantes de 140 mil euros do acordo com a GP Sports, empresa que cuida da carreira de Ralf - o time já havia quitado uma parcela de 245 mil euros e outras seis de 140 mil euros.

"Infelizmente não ocorreu (nova proposta por Ralf) em razão das mudanças econômicas que repercutiram no mercado do futebol, havendo escassez de recursos financeiros. Nesse cenário, viu-se o Corinthians sem condições de dar continuidade aos pagamentos que estavam sendo feitos e impedido de pagar por causa da falta de dinheiro deocrrente da crise econômica que está afetando a todos", dizem os advogados da agremiação alvinegra, no recurso enviado à Justiça no mês de julho.

Em suas contrarrazões à apelação corintiana, a GP Sports pede para que a sentença em primeira instância seja mantida pelo tribunal e lembra que "o contrato pactuado entre as partes não estabelecia qualquer condição - venda do jogador Ralf para outro clube - e não previa a possibilidade de pagamentos serem suspensos por falta de recursos financeiros do Corinthians".

Os representantes de Ralf chamam a defesa alvinegra de "falácias" e alegam que o clube tenta ludibriar a Justiça. Por isso, pedem condenação do Corinthians por má-fé, o que lhe renderia o pagamento de multas previstas na lei e indenização pelos danos causados à empresa que abriu a ação.

O caso está sendo analisado em tribunal de segunda instância desde esta terça-feira e terá uma nova decisão do Poder Judiciário em breve.

No momento, Ralf não vive grande fase e tem convivido entre os reservas do Corinthians. O jogador terá seu contrato encerrado no final do ano e ainda não sabe se o time alvinegro vai renovar o vínculo, já que não foi procurado por ninguém da diretoria.