28/8/2015 07:38

Em paz na Suíça, André Santos avalia: "Podia jogar no Real, Barça, Bayern..."

Lateral exalta qualidade de vida ao acertar com recém-comprado FC Wil e fala sobre escolhas ao longo da carreira: "Não tenho dúvidas que minha missão foi cumprida"

Em paz na Suíça, André Santos avalia:
André Santos acertou com o FC Wil a convite de milionário turco que comprou o clube recentemente

O currículo de André Santos fala por si só. Campeão de seis títulos por Corinthians e Flamengo, com passagens pela Seleção e pela Europa, onde defendeu Arsenal e Fenerbahçe, o lateral-esquerdo acostumou-se a viver no mais alto nível no futebol.

Desde que deixou a Gávea, há pouco mais de um ano, no entanto, não tem sido assim. Destaque no FC Goa comandado por Zico na Índia, disputou o Paulistão pelo Botafogo de Ribeirão Preto e há pouco mais de um mês defende o FC Wil, da Segunda Divisão da Suíça. Realidade diferente para quem, aos 32 anos, optou por fazer da qualidade de vida a diretriz de sua carreira.

À espera da esposa grávida e do filho na tranquila St. Gallen, o brasileiro olha para trás com a sensação de dever cumprido, mas, ao mesmo tempo, com a certeza de que teria potencial brilhar ainda mais. E em nível mundial.

Convidado para retornar à Índia, André Santos aceitou, ao lado do ex-cruzeirense Márcio Nobre, o convite de um milionário turco que comprou o FC Wil e o conhecia dos tempos de Fenerbahçe. Alternando atuações na lateral e no meio-campo, começou com dois gols e uma assistência no confronto com o Bavois, pela Copa, a passagem pela Suíça. O desafio, no entanto, poderia ser maior do que levar o novo time rico da Suíça à Primeira Divisão em avaliação do brasileiro:

- Não tenho dúvidas em falar que poderia render muito mais. Podia jogar no Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, como jogam Marcelo, o Daniel, e vários laterais que talvez não tenham a qualidade que tenho. Mas não me arrependo. O futebol me proporcionou tantos momentos felizes. Talvez por não ter me esforçado ou aberto mão de alguma coisa, ter feito a escolha errada, faltou oportunidade.

A reflexão, por sua vez, não guarda qualquer tipo de frustração ou arrependimento. Garantido ter a "missão cumprida" no Brasil, André Santos prefere exaltar o fatores positivos da aventura suíça e celebra a estabilidade dos três anos de contrato (um com opção de renovação por mais dois).
- Queria estabilidade e qualidade de vida. No Brasil, está difícil. Na Suíça, foi perfeito para tudo. Tenho filho pequeno, esposa grávida (...)

Estou morando no centro da Europa. Querendo ou não, em 40 minutos de voo estou em Milão, uma hora e pouco em Londres, vou de carro para Munique. Tenho uma qualidade de vida fantástica e isso foi o que mais importou, antes até do time, que está começando e nunca teve uma perspectiva como agora.
Em bate-papo com o GloboEsporte.com, André Santos esmiuçou os fatores que o fizeram optar pelo FC Wil, falou sobre o que ainda projeta para carreira, revelou a absolvição do cargo de doping no Botafogo de Ribeirão Preto,

lembrou as cobranças na reta final no Flamengo e avaliou as escolhas na carreira. Confira abaixo:


Depois do Paulista pelo Botafogo (SP), tudo indicava um retorno ao FC Goa. De onde veio a decisão de seguir para o FC Wil?




- Eu tinha o certo no Goa, mas seriam só três meses. Queria estabilidade e qualidade de vida. No Brasil, está difícil. Na Suíça, foi perfeito para tudo. Tenho filho pequeno, esposa grávida. Tomei essa decisão. O clube é da segunda divisão, mas é um projeto novo, foi comprado por um "trilionário" turco, que contratou quatro jogadores experientes que ele conhecia da Turquia. Fui bem lá, pelo Fenerbahçe, deixei boa impressão. O salário é bom e tenho estabilidade, qualidade de vida.

Mas trata-se de um clube da Segunda Divisão da Suíça. O fator extracampo acabou sendo mais determinante?

- Estou morando no centro da Europa. Querendo ou não, em 40 minutos de voo estou em Milão, uma hora e pouco em Londres, vou de carro para Munique. Tenho uma qualidade de vida fantástica e isso foi o que mais importou, antes até do time, que está começando e nunca teve uma perspectiva como agora. Contrataram bons profissionais para estrutura, estão construindo CT, planejam ampliar o estádio...

Além disso, na Suíça são dez times em cada divisão. Subindo, temos perspectiva de classificar para competições europeias. Há ainda a Copa, que são seis jogos para o título.
A realidade é muito diferente da que você estava acostumado no Brasil, com grande clubes, grandes torcidas...


- Está sendo muito legal. É bom jogar, ter confiança. Aqui, não há pressão da torcida, o calendário é muito bom. O último jogo do ano é na segunda semana de dezembro, terei tempo para ir ao Brasil. Depois,

voltamos com pré-temporada fora, em maio há mais um mês de férias. Meu filho vai estudar nos melhores colégios do mundo. O contrato é de um ano com possibilidade de mais dois. Pretendo ficar muito tempo. Queria jogar futebol até 35, 36 anos. Aqui, vou até onde o corpo aguentar. Tem tudo que gosto. O país respeita o ser humano.


No início do ano, você foi suspenso após ser pego no doping pelo Botafogo-SP. Tudo já foi resolvido?


- Está tudo resolvido. Fui julgado e me deram cento e poucos dias de suspensão. A data de início foi retroativa ao dia do exame. Então, já esgotou. Foi um diurético que tomei. Estou livre para jogar.
Você ainda projeta um retorno ao Brasil, voltar a jogar em grandes clubes, ou acha que já cumpriu o que tinha que fazer neste sentido?

- Não tenho dúvidas de que minha missão foi cumprida. Joguei nos melhores clubes do Brasil, na Seleção, ganhei mais de um título no Corinthians, no Flamengo, fui campeão no Atlético-MG, joguei no Figueirense... Passei por onde muitos queriam estar. Sou superfeliz. Meu objetivo era ser profissional, ajudar a família. Construí minha vida, me tornei um cara responsável, de personalidade. O futebol te dá muito. Passei momentos felizes, tristes... Hoje, não tenho pensamento de voltar.

Quando você olha para trás, não acha que poderia ter rendido ainda mais na carreira? Ter alcançado mais coisas?

- Com certeza. Não tenho dúvidas em falar que poderia render muito mais. Podia jogar no Barcelona, Real Madrid, Bayern de Munique, como jogam Marcelo, o Daniel, e vários laterais que talvez não tenham a qualidade que tenho. Mas não me arrependo. O futebol me proporcionou tantos momentos felizes. Talvez por não ter me esforçado ou aberto mão de alguma coisa, ter feito a escolha errada, faltou oportunidade.
Quando você aceita ir para Índia e agora jogar na Segunda Divisão da Suíça, não é como se abrisse mão de jogar em alto nível?

- Não é abrir mão. Estou no centro da Europa. Amanhã, se um clube quiser me contratar, estou disponível. Talvez, abri mão do Brasil, da Índia... Nada me impede de fazer um novo contrato em Dubai, na China. Isso é escolha no momento certo da vida.

Você falou que talvez tenha feito escolhas erradas no passado. Quais seriam essas escolhas? No Flamengo, você foi muito cobrado e falavam de questões extracampo...

- São questões dentro de campo. No Flamengo, por exemplo, ninguém me cobrou quando fui campeão, levantei taça... Cobravam quando o time estava mal, não estava ganhando. Aí, sempre tem um culpado. Sempre vai ter um. O Flamengo não vem bem no Brasileiro e o Samir é um exemplo. É um cara que tem uma grande qualidade, excelente jogador, e a torcida já está desconfiada. Quando você escolhe jogar em um grande time, tem que saber que há pressão.

Olho para trás e não me arrependo. Talvez tenha errado, mas não me arrependo. Até porque, se desse para se arrepender e voltar, estaria no Barcelona, no Real... Sei o que posso render, mas tenho que viver o presente. O futebol te dá oportunidades, é um aprendizado.

Na Índia e no Botafogo, você foi meia. Como está atuando no FC Wil? A mudança de posição foi definitiva?

- Estou na lateral, mas o treinador, como me conhecia da Turquia, perguntou se pode contar comigo no meio. No Fenerbahçe, como tinha o Roberto Carlos, eu jogava quase que como um ponta. Na Copa, joguei como meia e fui bem, fiz dois gols, dei assistência. Estou aqui para ajudar e jogar sempre, onde puder render melhor.





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