Nos piores jogos de Vagner Love com a camisa do Corinthians, era comum ver o atacante querendo findar toda a desconfiança da torcida em um só excelente lance, com alto grau de dificuldade. No último domingo, depois de ouvir um conselho por simplicidade nas jogadas, ele finalmente ganhou aprovação geral em Itaquera com boa atuação e dois gols na vitória por 3 a 0 sobre o Cruzeiro.

“Falei para ele: ‘Love, faz o simples’. Comentei: ‘Toca e corre na área que você vai fazer o gol’. Ele queria fazer tudo: driblar um, dois… A bola ia chegar. Como chegou para o Luciano. Chegou para ele, e ele fez os gols. Espero que continue assim”, afirmou Renato Augusto.

A conversa relatada aconteceu no ônibus, no caminho para a arena da zona leste de São Paulo. Nela, o meia – o companheiro alvinegro que mais fez questão de demonstrar publicamente confiança no atacante – reiterou a fé no futebol do colega e a estendeu à diretoria alvinegra.

Mais do que crédito dos amigos, Renato Augusto apontou temor dos inimigos em relação a Love. “Ele é um cara que dá respeito, né. O zagueiro olha, vê que é o Vagner. Assim como via e era o Ronaldo. O zagueiro sente. Era importante trazê-lo de volta, principalmente depois da lesão do Luciano. Voltou muito bem.”

Vagner Love havia perdido a posição para Luciano, que aproveitou a oportunidade e chegou a marcar cinco gols em três partidas. Quando vivia sua melhor fase, no entanto, sofreu uma séria lesão no joelho e ofereceu mais uma chance para o velho titular mostrar o ainda mais velho futebol.

Ao menos contra o Cruzeiro, esse futebol foi encontrado. Não foi o suficiente para o centroavante fazer efetivamente um desabafo contra as críticas, mas apontou “coisas absurdas” ditas a seu respeito e fez um aviso: “Achavam que o Vagner Love estava morto, mas o Vagner Love está morto, não”.