Antonio C Mafalda / Mafalda Press

Em meio a uma série de reclamações sobre a arbitragem do Campeonato Brasileiro, a direção do Corinthians optou por observar e se preservar. A avaliação interna é de que os benefícios não foram do tamanho da repercussão e de que é melhor ficar fora do foco.

O Corinthians virou espécie de vidraça depois de ter decisões favoráveis em lances difíceis nos recentes jogos contra São Paulo, Sport e Avaí. Além do clube pernambucano, que na quinta passada falou em ir à Justiça, manifestações de Flamengo, Atlético-PR e Atlético-MG falaram direta ou indiretamente sobre possíveis favorecimentos ao futebol paulista - e ao Corinthians - em arbitragens recentes.

"Se você levantar os seis primeiros colocados, vê quem teve mais polêmicas a favor. Outros times tiveram mais polêmicas. Há jogadas em que até vocês jornalistas se dividem", disse um importante representante do Corinthians ao UOL Esporte.

Na avaliação dos dirigentes corintianos e funcionários, a pressão de outros clubes sobre a Comissão de Arbitragem não justifica qualquer tipo de contra-ataque nos bastidores. Em 2014, o clube se mexeu nesse sentido.

Por conta da confusão entre o meia Petros e o árbitro Raphael Claus, no último ano, o Corinthians julgou ter despertado a ira de outros juízes e se sentiu prejudicado. Na ocasião, três providências foram tomadas: Mário Gobbi, então presidente, se reuniu com Marco Polo Del Nero, então vice da CBF; Mano Menezes, então treinador, fez reclamações públicas; Petros, no olho do furacão, foi retirado do time.

Dirigentes importantes de outros clubes brasileiros consultados pela reportagem apontam um momento favorável para o Corinthians em relação ao poder na CBF. No entendimento geral, Flamengo e Atlético-PR, por seus posicionamentos em relação à MP do Futebol e ao Bom Senso, são os clubes em momento político mais delicado na entidade, uma situação oposta à dos corintianos.

Por mais que deputado federal Andrés Sanchez se posicione como alternativa à presidência da CBF, o fato de ser adversário do Bom Senso nas questões discutidas em Brasília reduz uma possível rejeição ao Corinthians. A boa relação de Andrés com Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista, também dá força política ao clube nesse momento. Roberto de Andrade, por sua vez, foi recentemente eleito para presidir a Comissão de Clubes na CBF, uma vitória importante nos bastidores.