Há muita coisa boa para se falar sobre o primeiro turno do Brasileiro deste ano, mas nada supera a volta do público aos estádios. Não sei ainda se apenas pelas matinês de domingo, se ainda tem a ver com o conforto oferecido pelas novas arenas, ou com a melhora na qualidade técnica das partidas (sim, tivemos bons jogos nestas primeiras 19 rodadas). Talvez seja a soma desses três fatores. O fato é que estamos voltando a nos acostumar com as imagens das arquibancadas repletas, o que é muito bom para futebol brasileiro.

Corinthians e Atlético Mineiro, os dois primeiros colocados, confirmaram a expectativa e se antecipam como os principais candidatos ao título. Mas o campeonato apresentou algumas agradáveis surpresas. A principal foi o Sport. Comandado pelo incansável Diego Souza, o time pernambucano fez partidas memoráveis contra Palmeiras, Corinthians, Atlético Mineiro, Atlético Paranaense e Flamengo. Time valente, que não se intimida diante de adversário algum. Caiu apenas duas vezes, diante de Atlético Mineiro e Corinthians, fora de casa, jogando um futebol de gente grande.

Surpreendente também a campanha da Chapecoense. Sem estrelas, sem alarde, fez uma campanha digna, derrubando muitos favoritos na Arena Condá. A Ponte Preta teve também os seus bons momentos, sob o comando de Guto Ferreira. Perdeu Renato Cajá, caiu de rendimento e ensaia uma reação, agora com Doriva no comando.

Muito bom ver o trabalho de alguns técnicos consagrados e outros novatos. Tite, Levir Culpi, Milton Mendes, Eduardo Baptista, Roger Machado e Vinícius Eutrópio foram os destaques neste primeiro turno. Muito bom também poder contar com as ideias do colombiano Juan Carlos Osorio, que representam a essência do futebol que queremos.

Decepcionante a campanha do Vasco, que chega ao fim do primeiro turno em situação desesperadora e ainda sem um time formado. Isso, depois de ganhar com méritos o Campeonato Estadual. Decepcionante, mais uma vez o Internacional. Entrou com banca de favorito e termina o turno como figurante.

Os árbitros erraram como sempre e foram atacados como nunca. Todos os 20 clubes têm motivos para se queixar. E é verdade também que todos foram beneficiados em algum momento. Mas não deixa de ser um alento ver a CBF revendo os seus conceitos e passando a fazer as escalas de acordo com a competência, e não com o estado de nascimento ou com a federação a que os árbitros estão vinculados. Arbitragem neutra nunca foi uma garantia de boa arbitragem.