Jadson elogia o técnico do Corinthians: "A confiança faz toda a diferença" (Foto: Marcos Ribolli)
Mais do que os gols e assistências que viraram rotina em 2015, Jadson comemora a regularidade que passou a ter no Corinthians sob o comando do técnico Tite. O meia vive a grande fase de sua carreira e é um dos responsáveis pela atual vice-liderança alvinegra no Campeonato Brasileiro. "Culpa" do comandante.
Jadson deixou para trás a fama de irregular, os problemas com peso e a reserva que chegou a amargar entre passagens por São Paulo e Corinthians. Em 2015, são nove gols e 14 assistências – o meia está a um gol de Guerrero, que deixou o clube, para se tornar artilheiro do Timão na temporada.
A gratidão a Tite é tão grande que o meia fala até em dívida com o técnico. Paga de que forma? Com títulos, claro.
– A confiança faz toda a diferença. O Tite me passou isso. Com essa confiança, você tenta ajudar o técnico da melhor forma. Tenho uma dívida com o Tite por ele ter me ajudado e confiado no meu futebol.
Quero terminar bem esse ano. E com um título – avisou o meia.
Em um ambiente tão cheio de pressão, o meia se orgulha de ter tomado boas decisões na sua carreira. A melhor delas, sim, a troca do São Paulo pelo Corinthians, em fevereiro do ano passado – Alexandre Pato fez o caminho inverso. Às vésperas de reencontrar o ex-clube, no dia 9 de agosto, no Morumbi, Jadson quer continuar vivendo seu sonho particular.
– Foi a melhor decisão, não tenho dúvidas. Pelo menos para a minha parte foi a melhor decisão. Estou muito feliz, sempre sonhei em jogar no Corinthians pela torcida que tem. Meu sonho era jogar aqui, e espero continuar realizando – disse o camisa 10.
"Magic Jadson" testa sua nova chuteira em um clube da zona norte de São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)
Jadson, sorridente, conversou com a reportagem por cerca de 15 minutos, enquanto testava sua nova chuteira e brincava como se fosse criança em um clube da zona norte de São Paulo. Avisou que quer seu primeiro título pelo Timão ainda neste ano, revelou a meta de gols pedida por Tite em janeiro e comemorou a ausência de Pato no Majestoso.
– Ele está vivendo um bom momento, não é? Então melhor deixá-lo
fora.
Confira abaixo a íntegra da conversa
GloboEsporte.com: Com 16 rodadas no Brasileirão, o Corinthians se consolidou na vice-liderança e busca o Atlético-MG. Já é hora de pensar em título?
Jadson: Nossa equipe conseguiu manter um padrão de jogo, todos estão bem. São seis jogos sem perder. Estamos criando uma base, um grupo fortalecido. Estamos pensando sim no título. Faltam muitos jogos, claro, mas temos de continuar fazendo o que estamos fazendo para chegar nas últimas rodadas com chances reais de conquistar o Brasileiro.
Você é o artilheiro do time no campeonato, mas todos têm colaborado com gols. É esse o segredo da reconstrução do Corinthians?
– Isso tem sido fundamental para a nossa equipe. Todos têm dado contribuição, a cada jogo um se destaca. Todos têm sua parcela de apoio dentro de campo. No último jogo, Elias e Renato Augusto brilharam, o Renato estava atrás do gol fazia tempo e merecia. Jogando assim, todos vão aparecer juntos. Não temos só um, temos um grupo.
Falando no Renato... Ano passado era quase utopia vê-los jogando juntos. Por que em 2015 a parceria deu tão certo?
– Ano passado tivemos a chance de jogar algumas vezes juntos (sob o comando de Mano Menezes). Não fomos mal, mas cada técnico tem sua mentalidade e sua opção. Em 2015, o Tite acreditou em nós dois no meio-campo, veio com uma mentalidade diferente, e hoje estamos conseguindo ajudar. O Renato está fazendo um belo campeonato. Desde o Cássio até o Vagner Love, todos têm contribuído.
Aos 31 anos, você se considera na melhor fase da carreira?
– Estou muito feliz com meu trabalho. As coisas estão dando certo. Um dos meus desafios nesse ano era manter a regularidade o ano todo, e até agora está dando certo. Tenho feito bons jogos, mas preciso manter os pés no chão. Quero terminar bem esse ano, e com um título.
O que você tem feito de diferente para manter essa regularidade?
– A confiança faz toda a diferença. O Tite me passou isso. Com essa confiança, você tenta ajudar o técnico da melhor forma. Tenho uma dívida com o Tite por ele ter me ajudado e confiado no meu futebol. Quero ajudar muito o Corinthians, mas também o Tite que é uma pessoa sensacional. Ele tem o grupo na mão, todos pensam da mesma maneira, e queremos continuar fazendo um grande campeonato.
Até por essa dívida, pretende ficar por mais tempo no Corinthians? Seu contrato vai até agosto de 2016...
– Ninguém sabe o dia de amanhã, mas estou muito feliz no Corinthians. Meu contrato vai até agosto do ano que vem. Meu sonho é ganhar um título aqui, vou em busca disso. Depois de agosto, não sei o que pode acontecer. Vai depender muito do momento.
Você considera que já fez mais pelo Corinthians do que pelo São Paulo? Falta só o título?
– O título é uma busca constante pelo Corinthians. Quanto aos clubes, são situações diferentes. No clube pelo qual passei também tive bons momentos, mas o Corinthians é especial. Desde que cheguei, fui muito bem acolhido pela torcida, pelo grupo, pela diretoria. Desde o início me sinto em casa jogando na Arena Corinthians. Estou muito feliz e espero muito mais.
Como você projeta esse confronto direto no Morumbi?
– Vai ser um jogo difícil, sabemos disso, mas é fundamental para nós. Estamos em busca da liderança. Precisamos fazer nosso dever de casa e buscar vitórias fora da arena também. Nada melhor do que ganhar um clássico fora de casa.
Qual o peso da ausência do Pato?
– O Pato é um jogador de qualidade, todos sabem disso, mas foi um acordo entre as equipes. Ele está vivendo um bom momento, não é? Então melhor deixá-lo fora.
A troca entre São Paulo e Corinthians foi a melhor decisão da sua carreira?
– Com certeza, não tenho dúvida. Foi a melhor decisão. Pelo menos para a minha parte foi a melhor decisão. Estou muito feliz, sempre sonhei em jogar no Corinthians pela torcida que tem. Meu sonho era jogar aqui, e espero continuar realizando
Com nove gols marcados, você tem meta de artilharia até o fim do ano?
– O Tite até brincou comigo e com o Renato no começo da temporada. Deu uma meta a nós. Além das assistências, devíamos fazer os gols. Ele queria cinco de cada. Já tenho nove, passei longe, mas pretendo melhorar a marca e ajudar ainda mais o Corinthians.