A jogada aérea não tem sido arma do Corinthians no Campeonato Brasileiro. Acostumado a contar com a força ofensiva dos zagueiros e do atacante Paolo Guerrero nos últimos anos, a equipe treinada por Tite perdeu peças e se tornou mais afeita à bola nos pés. Por isso, o Timão é o único clube do Brasileirão que ainda não fez um gol de cabeça após 11 rodadas disputadas.

A ausência de Guerrero e a má fase recente do zagueiro Felipe contribuíram para a escassez de gols no fundamento. Nem sempre foi assim.

No início do ano, com Taça Libertadores e Campeonato Paulista, o Corinthians tinha importante contribuição das bolas altas para fazer gols. Foram nove cabeçadas certeiras nos primeiros meses do ano: três com Felipe, duas com Guerrero, os destaques nessa estatística.

O último gol de cabeça, porém, faz mais de dois meses. O autor foi o meia Danilo, no empate por 2 a 2 com o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista, dia 19 de abril. Desde então, o Corinthians foi às redes mais 11 vezes em 14 jogos – média de 0,78 gol por jogo.

A saída de Guerrero foi fundamental para a mudança de característica do time. Com Vagner Love entre os titulares, a jogada preferencial passa a ser rasteira – é assim que o novo camisa 9 gosta de jogar e se sente mais à vontade. Com o peruano, brigador, as bolas cruzadas na área eram mais frequentes. O centroavante vai defender o Flamengo.

– A obrigação de fazer gol não é só do Vagner Love. Pela qualidade do time, a obrigação é de todo mundo – cobrou o meia Renato Augusto.

Felipe, que mostrou vocação artilheira em 2015, perdeu lugar para Edu Dracena e viu suas investidas ao ataque diminuírem. O zagueiro retomou sua vaga nas últimas partidas e já levou perigo ao gol adversário, mas não conseguiu marcar novamente.

Contra o Atlético-PR, quinta-feira, na arena, uma coincidência. O Corinthians vai encontrar o segundo time que menos fez gols de cabeça no Brasileiro. O Furacão só marcou assim uma vez, com o zagueiro Gustavo, na vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo.