O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, foi o dirigente de clube mais ativo no trâmite da MP 671, em Brasília, e o único a ser favorável à proposta desde o seu início. Até a manhã desta quinta-feira, 2, o dirigente estava confiante que o texto seria votado e aprovado pelos deputados na Câmara, mas após o adiamento da votação para a próxima semana, ele diz já não ter tanta certeza de que a MP será sancionada.

Como avalia as mudanças que foram feitas em relação ao relatório apresentado pelo deputado Otávio Leite, na semana passada?
Esse processo de aprovação de uma Medida Provisória é negociável. Tem que ceder de um lado para poder ganhar de outro.

Acha justo aumentar o limite de gastos no futebol para 80%?
Aumentar esse limite de 70% para 80% foi uma concessão para poder negociar. A intenção deles (dos parlamentares da ‘bancada da bola’ e em linha com as intenções de clubes e CBF) era que não tivesse nenhum limite.

Como você vê mais esse adiamento para aprovar a MP?
Hoje foi o episódio mais grave de todos. Depois de todas as negociações e acordos realizados nesses últimos dias, foi aberto uma questão que pode colocar tudo a perder. Nesta altura do campeonato, já não duvido de mais nada. O ideal seria ter colocada essa questão como destaque e votado. Aí iríamos ver quem é contra e a favor.

E foi bem o ponto que você tanto defende, que é o de alterar o peso de voto dos clubes nas federações.
Esse ponto que o deputado Marcelo Aro quer tirar do texto é o que faz um clube como o Flamengo ter o mesmo poder que a Colônia Juliano Moreira e o clube do Piscinão de Ramos. É assim que esse parlamentar e outros também vêem como mais justo.