A Associação Paraguaia de Futebol (APF) emitiu nota oficial neste sábado para informar que ainda não considera esclarecido o caso do árbitro Carlos Amarilla, o qual suspendeu juntamente com os assistentes Carlos Cáceres e Rodney Aquino, por conta de suposta manipulação no duelo entre Corinthians e Boca Juniors, pelas oitavas de final da Copa Libertadores de 2013.

Na segunda-feira, escutas telefônicas revelaram conversa suspeita entre o ex-presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Julio Grondona, falecido no ano passado, e Abel Gnecco, representante da entidade na comissão de arbitragem da Conmebol. Nela, Gnecco conta como teria pressionado Alárcon (possivelmente Carlos Alarcón, diretor da comissão) a escalar Amarilla para a partida contra o time brasileiro.

A APF considerou o conteúdo suficiente para afastar o trio até que a situação seja devidamente apurada. Assim, a princípio eles não poderão participar das primeiras partidas do torneio Clausura do Paraguai, em julho. Gnecco, então, enviou carta à entidade paraguaia, que, por sua vez, rejeitou explicações, conforme nota divulgada neste sábado.

"Devo lhe dizer que, em atenção às circunstâncias não esclarecidas da conversa entre você e o senhor Julio Grondona, a AFP considera necessário retirar a confiança em você e no senhor Carlos Alarcón. A explicação que você apresenta em sua carta é totalmente insatisfatória", assina o presidente Alejandro Domínguez.

"Do nosso ponto de vista, a atitude mais decorosa teria sido colocar de imediato seu cargo à disposição das autoridades da CSF (Conmebol). O que não significa sua aceitação. A APF não apoiará a menor irregularidade, especialmente no que concerne à arbitragem dos jogos e apostará invariavelmente na transparência absoluta da gestão do futebol continental", acrescenta.

Em entrevista a uma rádio paraguaia, Amarilla negou ter manipulado o resultado da partida de 2013, na qual deixou de marcar dois pênaltis e anulou dois gols a favor do Corinthians, o que resultou na eliminação do clube brasileiro, campeão do torneio no ano anterior. O árbitro se disse chocado com a notícia e criticou as "palavras sujas de dirigentes corruptos" que, para ele, estragam o futebol.

Apesar da tentativa de defesa, ele e os assistentes Carlos Cáceres e Rodney Aquino seguem suspensos pela APF.