Tite escalará Malcom no ataque titular (Foto: Mauro Horita/AGIF/LANCE!Press)
O Corinthians recebe o Figueirense na noite deste sábado, às 21h, em Itaquera, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Contra um rival da parte de baixo da tabela, o Timão tem chance de findar uma espécie de tabu que já ronda a Arena há sete partidas: a “maldição” do gol do Setor Norte.
A última vez que as redes daquela meta – na frente das arquibancadas que recebem as torcidas organizadas – foram balançadas foi em 1 de abril, na goleada por 4 a 0 sobre o Danubio, pela primeira fase da Libertadores. Na ocasião, Guerrero marcou dois tentos no gol do Setor Norte; Jadson e o próprio peruano anotaram os outros dois no Setor Sul.
Desde então, entre jogos sem gol e outros com tento no Setor Sul, o Corinthians completou 653 minutos sem “fazer a festa“ daqueles que se alocam nas arquibancadas norte. E o jovem Malcom, de 18 anos, é o personagem ideal para tirar a “zica”.
Como Guerrero não é mais jogador do Corinthians, o último atleta do atual elenco alvinegro que balançou as redes do gol norte foi Malcom. No dia 24 de março, contra a Portuguesa, pelo Paulistão, ele marcou os dois gols da vitória do Timão (um deles de frente para as organizadas).
– Foi contra a Portuguesa, né? Pô meu primeiro gol como profissional foi no gol norte também, contra o Chapecoense. Contra o São Bernardo eu também marquei lá. Esse ano fiz três lá. Tenho sorte naquele gol, espero que continue... Mas isso não influencia muito não, não importa onde vai sair o gol, o importante é vencer e ajudar o Corinthians – afirmou o atacante, em entrevista ao L!.
– Não tenho muito dessas coisas (de superstição). Na verdade tenho uma. Coloco sempre a primeira chuteira do lado direito. De resto, não tem. Ah, e entrar em campo com o pé direito – completou o camisa 21.
Três gols... De frente para o Setor Norte... Malcom faz parecer fácil. De volta ao Timão após vice-campeonato mundial pela Seleção Sub-20, o jovem será titular e terá a missão de “voltar a dar alegria” à torcida do Setor Norte da Arena Corinthians.
BATE-BOLA: MALCOM, EM ENTREVISTA AO LANCE!
Corinthians tem dificuldade de furar retranca. Figueirense deve vir à Arena bem defensivo...
Estamos totalmente focados no jogo, vale três pontos. Se eles buscarem o empate também é bom para eles. A gente só pensa na vitória, não importa se é Figueirense ou Grêmio, sei lá. O que importa é que vencer.
O Figueirense estragou a festa da Arena ano passado, né?
Ah, estragou a festa, né? Faremos por onde para dar esse “troco” neles. Se vencer, a gente volta para o G4, então queremos vencer e também fazer gol no gol norte (risos).
Durante o Mundial, ficou torcendo pelo “fico” dos atacantes?
Nossa, quando fiquei sabendo que o Guerrero e o Sheik estavam de saída... Estava eu e o Bruno Mazziotti, a gente estava lá, viramos e falamos: “vai complicar, né”? Mas sabemos que nosso grupo é muito qualificado, nosso trabalho é forte, o professor é inteligente mesmo. Não é porque saíram Guerrero e Sheik, ídolos, que vamos deixar de correr, dar a raça...
Sem eles, pressão aumenta?
A gente sabe que com eles a gente fazia mais gols, sem eles a gente vai procurar dar raça, vontade e fazer gols, porque a gente sabe. Eu, Luciano, Love... Eu preciso entrar mais na área, vamos fazer de tudo.
E lá na concentração da Seleção, você assistia aos jogos?
Era difícil, muitas vezes eu estava dormindo na hora do jogo. Teve um que eu acordei. Aí o Mazziotti falou que era para eu voltar a dormir. Despertei para ir no quarto dele, porque o Mazziotti baixou um programa para ver os jogos e acompanhava ao vivo.
Como é o “Malcom torcedor”?
Pulo, vibro, xingo... cornetar, não, porque o que não quero para mim, não faço para os outros. Eu xingo bastante, mas sou tranquilo. Minha família é fanática. Cheguei a ir no estádio quando era menor.
Torcida pede uso da base. Como você, prata da casa, encara isso?
A gente tem que aprender muito, eu também, não é porque estou há um ano no profissional. Tolerância vai ter, mas a responsabilidade vai do Cássio ao Love, é a mesma para gente. A gente gosta disso, eu me acostumei com pressão na base e sempre tirei de letra, graças a familiares e colegas. Gosto de viver sobre pressão.
Esperava voltar da Seleção e já ganhar chance como titular?
Pra falar a verdade, não. Depois do Sul-Americano Sub-20, em janeiro, eu voltei e esperei um pouco para ter chance. Agora me surpreendeu, mas o professor sabe quais as possibilidades de me usar, onde me usar, ele está confiando e eu vou fazer por onde.