17/6/2015 13:01

No Corinthians, cartola quer deixar de ser 'gavião'

Eduardo Ferreira tem Andrés Sanchez como professor

No Corinthians, cartola quer deixar de ser 'gavião'
Há quatro meses e meio, Edu da Gaviões foi escolhido para o cargo de diretor adjunto de futebol do Corinthians. Desde então, virou Edu Ferreira, seu sobrenome de origem, de quando ainda não tinha nenhuma relação com a principal organizada do clube alvinegro, como prefere ser chamado. Durante esse tempo, ficou discreto, sem dar entrevista, evitando exposição.

Pupilo de Andrés Sanchez, o agora cartola decepcionou alguns que ficaram do lado de lá, os que continuam apenas nas arquibancadas.

"Não havia blindagem nenhuma. Havia um diretor de futebol [Sérgio Janikian] e era ele quem falava. Eu nunca fui de falar muito, não é do meu perfil. Não tinha tentativa nenhuma [de se desvincular da Gaviões]. [Em entrevista, Roberto disse que o nome de Edu era Ferreira e não Gaviões] Ele disse isso porque meu nome é Eduardo Ferreira, não é Edu Gaviões. Não é problema nenhum isso [chamar de Gaviões]. Mas para o futebol, aqui no Corinthians, é esse o meu nome. Não me incomoda nem um pouco, mas sou Eduardo Ferreira aqui no Corinthians", disse, em entrevista para o ESPN.com.br, na última segunda-feira.

Se em 2007, Edu fez parte do movimento "Fora Dualib", pedindo a saída do então presidente e participando da oposição no Parque São Jorge, hoje trabalha pelo time da situação, motivo suficiente para desagradar seus velhos amigos.

Os quase 20 anos à frente da Gaviões da Fiel - onde ocupou ainda o cargo de assessor de imprensa - e a participação ativa na política interna do clube - há pelo menos dez anos - serviram, em sua visão, para o deixarem "cascudo" para enfrentar este novo momento.

Foi Andrés, a quem chama de professor, quem o indicou para estar onde está hoje. Chegou neste ano ao seu segundo mandato como conselheiro e segue com sua imagem ligada ao ex-presidente. Na oposição, é chamado de "fantoche". Vinculação que não o incomoda, apesar de fazer questão de dizer que é Roberto de Andrade quem manda.



Na entrevista, ele fala sobre tudo isso, da relação com a Gaviões, as suas impressões desde que assumiu, responde sobre a situação do time, reforços, renovações de contrato, reclama de Alexandre Pato e mais.

Leia a entrevista completa

Primeira vez que você dá entrevista desde que chegou. Havia uma blindagem?
Não havia blindagem nenhuma. Havia um diretor de futebol e era ele quem falava. Eu nunca fui de falar muito, não é do meu perfil.

O Roberto, logo na primeira vez que falou sobre você, tentou te desvincular da Gaviões. Algum motivo especial?
Nenhum motivo. Não tinha tentativa nenhuma. Ele disse isso porque meu nome é Eduardo Ferreira, não é Edu Gaviões. Não é problema nenhum isso. Para o futebol, aqui no Corinthians, é esse o meu nome.

Mas você nunca vai perder essa vinculação. Te incomoda isso?
Eu tenho nome. Não me incomoda nem um pouco, mas sou Eduardo Ferreira aqui no Corinthians.

Como você lida com isso?
Normal.

Na relação com os jogadores, isso atrapalhou de alguma forma?
Pelo contrário. Outras pessoas já me conheciam, isso não foi um problema, em nenhum momento.

Qual a relação que você tem hoje com a Gaviões?
Continua a mesma. Minha relação com as organizadas, com os torcedores de forma geral. Sempre foi boa. Com rico, pobre... Normal. Conheço muita gente, tenho contato diário e sempre que a gente pode a gente ouve as pessoas.

Como é esse contato diário?
Todo mundo tem meu telefone. Se alguém quer falar, saber como eu estou, saber de alguma coisa, eu falo, eu explico... Isso não é só com organizada, é com qualquer um. Eu falo, eu explico. Com conselheiro a relação é a mesma.

De alguma forma isso te pressiona?
Por eu conhecer muita gente, vários estilos de torcedores, fica um acesso maior. Mas sou um cara de atender todo mundo, sempre fui assim.

Os protestos não foram tão grandes depois da eliminação. Você ajudou nisso?
Não, não foi grande porque as pessoas confiam, teve um começo de ano forte. O futebol é assim dentro das quatro linhas, às vezes tem um tropeço e você acaba fora. O pessoal confia e a gente está mostrando que é possível dar a volta por cima. Se tudo der certo, vamos voltar o bom futebol que mostramos em fevereiro e março.

Qual a sua história no Corinthians?
Sou sócio desde 1992. Nos últimos 10 anos vivi intensamente a política do clube, cobrando, reclamando, perguntando, enchendo o saco. Procurando ajudar e tentando conhecer mais o Corinthians. Passei a ser conselheiro, ajudar nos departamentos sem ter cargo e depois passei ser um dos ouvidores do clube faz alguns anos e fui convidado pelo Roberto para ser o diretor adjunto. É uma satisfação enorme. E agora estamos aqui, ajudando no que é possível. Fazendo a mesma coisa que fiz nesses anos todos, procurando ajudar o Corinthians desde a peteca até o futebol, sem distinção.

Com a saída do Janikian, como fica a sua vida, aumenta a responsabilidade?
Aumenta, claro. A gente tinha antes alguém a mais pra dividir. Mas, estamos tocando. Tem o Edu, o Alessandro, o Roberto, que é muito presente, o próprio Andrés... A gente vai tocando, ajudando o outro e a vida segue. Estamos lutando para deixar tudo em ordem e para os resultados serem os melhores.

Que que você já aprendeu nesses quatro meses?
A ligação não era tão grande porque eu não estava dentro. Mas mesmo assim eu sabia de muita coisa. Sempre fui de me enfiar, para pegar informação e saber o que está acontecendo. Repito: da peteca ao futebol. Pra mim, quando eu cheguei aqui, a novidade que eu esperava ter era interna mesmo, eu conhecia já muita coisa, conhecia muita gente. A minha maior surpresa foi a estrutura do CT, desde a cozinha, até a rouparia, passando por todos os setores. É uma organização gigante, na qual o Edu Gaspar tem uma importância muito grande.

Mas o contato do dia a dia, com empresários, com jogadores, você não tinha.
Eu já conhecia um pouco disso antes. Bem pouca noção. Mas a maior surpresa disso é perceber o quanto o futebol é vulnerável. Não passamos uma semana sem sondagens, todo dia tem alguma coisa, alguém oferendo algo, pegando informação de outro. Sempre assim. Isso me assustou um pouco. Do resto, acho que fui conhecendo o trabalho e o dia a dia. A estrutura foi realmente algo muito surpreendente. O Tite é um cara impressionante, muito formidável. E esse negócio das sondagens.

Você chegou e já viveu os dois lados: um Corinthians que só ganhava e outro eliminado na Libertadores em crise.
Esses 70 dias foram intensos. No começo, como você falou, era só alegria. Meus amigos me encontravam e diziam que eu era pé quente. E eu sempre que ouvia isso falava para ter calma, porque a gente sabe que uma eliminação faz tudo ir por água abaixo, digo, pra quem está fora. Pra quem está dentro, o trabalho continua. Mas é assim mesmo. Foi muito ruim esse período. Eu tive uma vida ligada às arquibancadas, eu sei como funciona em um momento de derrota e eliminação. Foi uma pequena crise que teve, que graças a Deus foi passageira. Então, o que a gente fez foi voltar a preparar, ficar por perto, levar o moral de todo mundo e agora estamos vendo os resultados voltarem. Esse jogo contra o Inter já foi um futebol melhor, parecido com o que foi no começo. Com certeza vai melhorar ainda mais pela qualidade que o grupo tem. A gente deu a volta por cima e a confiança voltou.

Como tudo começou na Gaviões?
Eu entrei para a Gaviões um ano depois de ficar sócio do Corinthians. Comecei a ir para a quadra com pai e mãe, comecei a desfilar, fazer parte. Eu era moleque, meu pai me levava no estádio. Eu ia depois para a quadra, sempre ajudando. Nos últimos anos eu tive que me afastar um pouco mais, devido a essa aproximação com o clube. Mas, não posso negar que foi uma escola muito importante para mim esses 22 anos de Gaviões. Foi muito importante, me deixou cascudo para estar no Corinthians.

Como foi a sua família com isso?
Meu avô, desde o tempo do Wadih Helu, ele era conselheiro e diretor. Passou pelo meu pai também, que era fanático. Meu pai conheceu minha mãe assim, então sempre foi uma coisa muito bem aceita, pra todo mundo. Meu pai até hoje vai nos jogos, frequenta. E foi isso.

Você me disse que estudou no Dante Alighieri a vida inteira, um dos colégios mais tradicionais de São Paulo. Como era isso na Gaviões?
Normal. Eu acho que não tem nada a ver. Eu sempre tive família boa, em termos financeiros, estudei no Dante, mas na Gaviões eu respirava Corinthians. A classe social não tinha nada a ver. Se tinha dinheiro, se não tinha, se era preto, se era branco, se era rico, se era pobre... Não tinha nada a ver e eu sempre vivi lá muito bem. Tem de tudo lá. Não afetava em nada.

A saída do Sérgio Janikian foi motivada por alguns erros que ele cometeu. O que você aprendeu com isso?
Não sei se foram erros. Foi uma decisão do presidente. Não sei o que você chama de erro.

Ele ter falado que era um presente de Deus, por exemplo...
A imprensa tem uma mania de pegar algumas frases do que o entrevistado falo. Concordo que ali ele não foi feliz, mas também deram muito valor para isso, como se o Sérgio tivesse entrado em campo. Mas já passou.

A torcida cumpriu alguns papeis políticos nos últimos anos, cobrando mudanças. Foi dali que surgiu o Fora Dualib e hoje a gente já vê um movimento de pessoas que pedem a saída do Andrés. Como você vê isso?
O Fora Dualib eu fui um dos cabeças lá trás, fiz parte. Sobre o Andrés, isso eu não sei. Não sei quem está pedindo isso. O Andrés foi e é um cara importante para o Corinthians. Não tem como negar isso. E se alguém está pedindo a cabeça dele, todo mundo sabe o que ele já fez pelo Corinthians. Se tem esse movimento, eu não conheço.

Tem quem compare o Andrés ao Dualib. Você vê semelhança nos períodos?
Isso você tem que perguntar para essas pessoas. Não vejo semelhança alguma. O que o Andrés fez em quatro anos como presidente e o que o Dualib fez em 15 anos. É incomparável. É só você olhar.

Há, na oposição, quem diga que você é o homem do Andrés na diretoria.
Na diretoria, no cargo que eu estou, eu sou o homem do Roberto de Andrade, o presidente, que foi quem me colocou aqui. Eu tenho muita ligação com o Andrés, ele foi meu professor nesses 10 anos. Eu sempre fui atrás, mas ele sempre me deu liberdade para crescer. Sempre. Além disso, sempre contei com meu grupo de amigos. Sozinho não chego a lugar nenhum.

Não te incomoda essa vinculação?
Não. Pelo contrário.

Como começou a sua relação com o Andrés?
É uma história engraçada. Foi lá trás, em um momento de crise. Eu ia no clube, ver treino... O Citadini era o diretor de Futebol. Eu conhecia poucas pessoas. A primeira reunião que eu tive, política, tinha Waldemar Pires, Marlene Mateus... Ela que me chamou e eu fui participar. Depois, comecei a conhecer outras pessoas, mais no dia a dia mesmo. Era uma época que eu gostava de ver treino e essas coisas. Até que um dia eu vi o Andrés no clube. Aí veio a derrota contra o Figueirense, no Sul, no dia em que o Roger perdeu o pênalti. A gente foi pro hotel, aquela coisa de cobrar, achar um absurdo. E lá comecei a ter mais contato com ele. E isso foi levado pra dentro do clube também. Até que veio a eliminação contra o River Plate.

O Andrés tinha largado o futebol e eu não conseguia entender isso. Depois, eu entendi que ele tinha feito isso porque ia fazer oposição dentro do clube. Enquanto estava toda aquela confusão, bomba de um lado, bomba do outro, eu fui na porta do vestiário desabafar com ele, como sempre fiz. E foi assim que foi criando uma relação. Quando ele assumiu a presidência eu passei a frequentar mais o clube. Foi isso. Ele fala que eu era um dos caras mais chatos que tinha lá dentro.

Você era um cara conhecido por ser fiscalizador e agora está na situação.
Eu sempre fui e sempre vou ser. A pessoa tem mania de achar que eu deixei o lado do Fora Dualib de lado. E não é assim. Eu continuo tentando saber tudo que está acontecendo dentro do clube, ir atras de todas as informações, como eu sempre fiz. Eu vivo o Corinthians 24 horas por dia, seja pessoalmente ou por telefone. Mas agora no futebol, claro, fica mais difícil porque o futebol te consome muito, o tempo todo. Mas estou falando sempre com os outros diretores. Quero o bem do clube.

Luis Paulo Rosenberg, antes da situação, apoiou Roque Citadini para presidente na última eleição. Ele fez uma carta de apoio falando sobre uma ação entre amigos que existe hoje no Corinthians. O que pensa disso?
Primeiro, talvez ele tenha feito essa carta porque não faça mais parte do grupo. Esse seja o primeiro motivo, provavelmente, o fato de felizmente ou infelizmente ele não fazer mais parte do grupo. Eu vejo hoje um cube democrático, afinal, são os sócios que votam. O presidente que errar, a diretoria que bobear, com certeza não será reeleita. A diretoria e seus amigos, como vocês dizem. É uma democracia e é assim que funciona. A gente quer que as pessoas participem mais da política do clube, para impedir que os mais velhos fiquem muitos anos no clube. A Renovação e Transparência colocou três pessoas diferentes na presidência nos últimos anos.

O clube hoje não tem uma oposição forte no dia a dia. O que acha disso?
É importante, sim, ter oposição. Acho que o clube tem oposição, sim. Não tenho o que falar dela, nem bem, nem mal. Mas eu vejo ela sim lá dentro. Acho que tem muitos sócios questionadores também. Tem o Conselho lá dentro e a única coisa que eu acho é que esse espaço tinha que ser devidamente utilizado. As pessoas podem subir no palanque, podem até ir na sala do presidente, mas tem gente que prefere ficar fazendo oposição ali no social ou até mesmo pela imprensa. Eu acho isso uma forma errada. Tinha que falar tudo na cara. Seja no conselho, ou na sala do presidente. Falta fazer isso.

Havia um questionamento sempre ao Andrés sobre sair com jogadores, ir pra balada. Como você lida com isso?
Eu acho que voce tem que ter uma boa relação com qualquer jogador. Eu acho que você tem que ter boa relação, mas não precisa ir para a balada com ele. Mas se tem uma festa de um filho de jogador, não vejo problema nenhum em ir. Desde que sempre saiba separar e saiba dar o respaldo que os jogadores precisam dentro de campo. Você tem que estar sempre com uma boa relação.

O Jorge Kalil foi questionado por isso, por se manter muito perto de jogadores.
O Kalil não tem relação com jogador, ele não fica nem aqui no CT. É bom você tocar nesse assunto. O Kalil é vice-presidente e teve até uma política suja tentando queimar ele. Ele é muito bom coração, está sempre lá, tentando ajudar a todos. O Corinthians tem uma regra de manter o futebol apenas nas mãos do presidente e do diretor de futebol. O Kalil não se mete nisso

Como você ganha a vida?
Eu tenho um sócio e a gente constrói casas populares. Estamos há seis anos nesse mercado, construindo casas do Minha Casa, Minha Vida. E meu sócio tem me ajudado muito, porque agora o futebol me consome um tempo fora do normal.

Qual foi seu balanço da gestão Mario Gobbi?
Eu acho que a administração para o clube, a parte social, foi boa. O futebol teve as conquistas, continuação da gestão do Andrés. Acho que o Gobbi pecou na parte do planejamento financeiro, poderia ter caprichado um pouco mais. Mas, o Roberto fala isso, o Corinthians não está quebrado. Se aumenta muito isso. Vamos voltar a ter tudo em ordem em breve.

Vocês atribuem o atual momento à gestão Mario Gobbi?
Não. Eu não posso nem falar muito disso. É o dia a dia. Essa era nova, desde o Andrés, começou do fundo do poço. Teve a era nova, com o Ronaldo e com um monte de outras coisas. Desde então, se gastou muito pra ter um time forte e isso pode ter afrouxado uma coisa ou outra. Mas estamos resolvendo e a partir do ano que vem, pode escrever, já vai estar muito melhor.

Teve a questão dos impostos do Andrés...
Eu não sou o cara para falar de finanças. Mas com certeza isso veio de antes do Andres e em algum momento se priorizou pagar uma coisa só. Foi o que eu ouvi falar, algo mais concreto, eu não sei dizer.

Vocês jogaram com os direitos de imagem atrasados, nos últimos tempos. Quanto isso pesou?
Eu conheco as pessoas que estão aqui. A gente viveu 70 dias ganhando tudo, e lá estava ainda pior naquela época. E ganhamos tudo. Acho que vocês tinham que parar com esse assunto. Eu garanto que não tem ligação de uma coisa com a outra.

Como se reerguer?
Fechando as torneiras, reestruturando a parte financeira. Isso cabe melhor para o Roberto responder ou o Emerson.

Nesse momento que você fala isso, voces também falam que se interessam por Teo Gutierrez, que custa R$ 10 milhões. Como fica isso?
O Teo ou qualquer outro jogador dessa qualidade, devido a parte financeira, não tem contratação nenhuma. Não vamos mais fazer loucura. Esse semestre que falta será usado para acertar as contas. Não vamos fazer loucuras. Não vamos pagar valores altos por jogadores.

O que é um valor alto?
Você coloca na balança pra saber o que é um valor alto. A idade, a qualidade. Milhões é um valor alto. Agora estamos nessa dificuldade, mas vamos voltar a sonhar alto.

Uma das formas de receita é a venda de jogadores. Como trabalham com isso?
Graças a Deus, como eu falei lá trás, o Corinthians não está quebrado. Não estamos precisando vender jogadores para reerguer o clube. Além disso, não temos nenhuma proposta concreta nesse momento. Se vier, vamos analisar. Tem que ser bom pro clube e bom para o atleta. Se não for bom, não vamos fazer.

Vocês têm dito que o Corinthians não decide nada pelo jogador e que é ele quem decide se quer sair, no sentido de tentar dizer que vocês não estão forçando a saída de ninguém. Nem sempre isso é verdade. O caso do Elias, por exemplo, é emblemático. Vocês aceitaram a saída dele. Não falta por parte da diretoria assumir isso?
Da onde você tirou isso do Elias?

Acompanhei o processo e vocês deixaram tudo certo com o Flamengo para a saída dele.
Sim, mas não foi a gente que procurou. O Flamengo procurou o atleta e depois procurou o Corinthians. Normal conversar. Acontece todo dia. O tempo todo. O Corinthians não quer vender o Elias. O Jadson quis ficar, graças a Deus. O Cassini, a gente passou oito dias tentando mostrar coisas pra ele ficar. Mas ele não quis, boa sorte. Segue o jogo. O Elias não tem nada sobre a gente querer empurrar ele, pelo contrário.

A gente entende que é normal que tenham sondagens e propostas. Mas não é covarde da parte de vocês dizer que é o jogador que decide e fazer com que ele assuma essa responsabilidade?
Eu vou repetir. Não estamos desesperados. Não é isso. Você tem que perguntar para o Flamengo e para o jogador. A gente conversou. Isso não significa que a gente queira vender. Depois de procurar o jogador, eles nos procuraram. A gente não vai deixar de atender, isso é normal. A gente quer contar com o Elias.

A situação do Ralf.
Tem uma sondagem, como vocês sabem. Ele e o empresário vão estudar para ver o que é melhor pra eles.

Eles vão estudar, mas e o Corinthians, quer o quê?
A vontade é que ele fique. O Corinthians não quer se livrar de jogadores. Se a proposta for boa para os dois, a gente senta e conversa. A proposta tem de ser boa primeiro para o jogador. Não vamos sufocar jogador aqui dentro. Se ele quer ir...

O Pato entrou na Justiça. Como você vê essa situação?
Lamentável. Eu acho lamentável. Não consigo entender. Não sou jurídico, mas acho lamentável. A gente buscou ele lá fora, recuperou ele, que não vinha jogando, deu muita confiança pra ele, meses e meses trabalhando a parte médica, fizemos tudo. Chega ser até triste, partir isso do jogador, e por quem conduz o jogador também. A gente vai ver a melhor maneira para trabalhar isso.

Ele tem um valor bastante alto para receber na imagem. Você no lugar dele não se incomodaria de ficar sem receber?
Como sempre é falado aqui dentro, dando satisfações diárias sobre os atrasos, que ia ser pago, o que estava ocorrendo, eu acho que faltou um pouco de paciência. Eles sabiam, estavam sendo avisados da situação, a cada passo. Eles sabiam que tudo seria pago. De repente, se precipitaram. Mas vamos resolver da melhor forma.

Danilo e Fabio Santos também estão com o contrato no fim. Já sabem o que vão fazer?
Nós já conversamos, vamos esperar sair da turbulência para resolver isso.

Não tem decisão, entao?
Ainda não. Nem positiva, nem negativa. Vamos esperar mais um pouco.

Relação com a base. Na carta do presidente ele fala sobre isso. O que vai mudar?
Esse assunto é bem importante. Vamos fazer uma integração maior e isso já está acontecendo. Tivemos três reuniões com a diretoria da base, conversamos com a nossa comissão técnica também, pra gente ter uma atenção maior. Vamos fazer um seminário, no começo do mês, juntando todos os profissionais da base e do principal para todo mundo se conhecer e trabalhar junto. Daqui uns quatro meses vamos estar com os campos da base prontos e isso também vai ajudar. Vai proporcionar uma ligação maior. Esse é um foco meu, explorar mais essa integração, ter mais jogadores da base nos profissionais. O Alessandro vem fazendo esse trabalho, elaborando reuniões e calendário. Se Deus quiser vamos ter cada vez mais gente na base no profissional.

Mas de imediato, o que podemos esperar?
Infelizmente, no futebol, as coisas não são imediatas. Já está melhorando a situação. São conversas que estão tendo. O Marciel foi pra jogos, o Rodrigo Sam também. Mas não dá pra ser tudo tão rápido. Estamos trabalhando, pode ter certeza.

Há uma cobrança com o Tite para isso?
Não, nada demais. Conversa do dia a dia, para integração maior. Conversa que tem sempre.

Com elenco cheio, é dificil testar a base.
A gente tem um elenco hoje, com muita qualidade, fica difícil mesmo você colocar um menino. Precisa ser um baita atleta para conseguir isso. Mas hoje a gente pensa em deixar sempre um espaço para os meninos, para poderem crescer.

Saída do Guerrero, foi uma decepção?
Não foi uma decepção. Foi mais um ídolo que passou, deixou sua marca. Normal. Faz parte. Futebol é assim. O valor era muito alto aqui pra gente. Pelo atual momento, era impossível. Que ele siga a carreira dele.

Despedida: porque sim para o Sheik e não para o Guerrero?
A explicação já foi dada. A explicação é que o Sheik ficou aqui. O Guerrero saiu correndo para a seleção, não deu tempo também. A gente quer sim fazer algo pra ele.

Para a torcida, que você tanto conviveu, qual dos dois é mais ídolo?
O meu ídolo é o Corinthians. Para a torcida, você vai ter que perguntar pra ela. Sei te falar uns dez nomes que rodam por aí.

O Sheik passou pela polêmica de dar um selinho em um colega e postar isso no instagram. Isso foi um erro?
Foi de uma brincadeira que surgiu isso. Quem conhece ele sabe como ele é. Na época deu um barulho, mas passou. Bobeou de ter postado.

Não prejudicou?
Não.

Relação com a CBF, como você acha que tem que ser? Vocês não estiveram nas últimas reuninões..
Não fomos nas reuniões porque o Roberto tinha um compromisso. Não tem problema nenhum entre o Corinthians e a CBF. Nenhum.

Como você vê os escândalos?
Triste, né? Pode ser um fato positivo para começar a pensar de um jeito diferente, de organização e estrutura. Mas é triste.

Uma das pautas principais da torcida hoje é o preço de ingresso. Posição contraditória a sua agora?
Eu questionei o preço de ingresso várias vezes, na organizada e dentro do clube. Principalmente lá trás, quando teve uma mudança maior, ainda no Pacaembu. Eu acho que na parte popular, pelo desconto que tem, o preço está justo. Talvez em outros lugares, pode ter um preço menor. Mas na parte popular, eu acho que está justo.

Pro mais barato, está bom?
Com o Fiel Torcedor, acho que está bom, sim.

A porta do presidente tem de estar aberta para as organizadas?
Tem de estar aberta para todo mundo, para os comuns, os organizados, os diretores, os conselheiros. Fazendo disso uma história positiva. Para passar uma mensagem, entender mais do Corinthians. Eu cresci no Corinthians usando a porta do presidente e dos diretores, para cobrar e para aprender.

Quantos reforços vocês pretendem ter?
Tem de estar de porta aberta para o mercado. Chega diariamente uma série de sondagens, para compra e empréstimo. Mas chega também oferta, pedidos, de compra e empréstimo. Pode chegar alguém amanhã ou alguém daqui a dois ou três meses. Estamos trabalhando para isso.

Está perto?
Acho que pode estar. Tem chance de estar. A gente não sabe. Estamos analisando vários nomes. Pode chegar amanhã ou daqui um mês.

Mercado brasileiro ou sul-americano?
Jogadores brasileiros, mercado sul-americano, estamos de olho em tudo.

E o Dentinho?
Estamos trabalhando para ter ele. Tem chance.

Mais alguma dificuldade?
A pressão do dia a dia. Eu ia para o estádio, nervoso, um jogo qualquer. Aqui eu saio todos os dias nervoso, desde a saída do ônibus, é uma tensão desgraçada.

Como foi sua entrada aqui, para seus amigos da organizada? Alguns falaram em traição.
Para alguns foi normal, para outros não. Normal. Cada um tem a sua opinião.

Você lida bem com isso?
Eu coloco a minha cabeça no travesseiro e durmo tranquilo. É o que importa.

Algumas relações foram rompidas, então?
Não sei se rompeu. Eu me dou bem com todo mundo.



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