6/6/2015 08:08
Rixas e processo. Em Joinville, Corinthians pega técnico que virou desafeto
Daniel Augusto Jr/Fotoarena/Folhapress
Adílson fala com Ronaldo e Roberto Carlos, um dos jogadores com quem teve problemas no Corinthians
Só há um treinador demitido pelo Corinthians desde 2008. É Adílson Batista, que estreia pelo Joinville na noite deste sábado, justamente contra os corintianos. A partida tem cara de decisão para dois times em situação ruim no Campeonato Brasileiro, mas provavelmente um sabor especial para Adílson. Tudo que você precisa saber sobre o jogo está aqui.
Em passagem de 75 dias pelo Corinthians em 2010, o treinador chegou a manter a equipe deixada por Mano Menezes na ponta do Campeonato Brasileiro, mas perdeu a mão ao promover mudanças drásticas na forma de jogar do antecessor. Esse foi o principal motivo para uma passagem breve e problemas com lideranças do grupo, em especial Roberto Carlos, e também com o ex-presidente Andrés Sanchez.
Um processo movido contra o Corinthians há 14 anos reforçou a fama de desafeto. Adilson Batista cobra até hoje uma dívida dos tempos de jogador do clube - ele foi campeão mundial em 2000. O treinador obteve vitória em seu processo nas duas primeiras instâncias, mas os advogados corintianos levaram o caso até o Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília. Na última decisão publicada, há cerca de dois anos, a quantia para Adilson receber era R$ 600 mil.
O fato de ter recusado um acordo amigável proposto por Andrés na chegada ao Corinthians, àquele momento, já fez Adilson deixar dirigentes ressabiados. A insistência de levar um preparador físico consigo foi outro ponto de desgaste na negociação.
Já na esteira disso e de queixas recebidas de alguns jogadores, o então presidente tentou demitir o treinador no Beira-Rio depois de derrota para o Internacional. Naquele momento, porém, Sanchez acabou convencido pelo elenco de que deveria dar sequência, mas quatro jogos depois ele acabou mesmo sacado.
A insistência em tentar reproduzir a fórmula que tinha dado certo no Cruzeiro fez Adilson Batista transmitir a impressão de imaturidade à diretoria do Corinthians na época. Em diálogo sobre reforços, ele chegou a pedir Marquinhos Paraná, Henrique e Thiago Ribeiro, destaques de sua equipe que foi vice da Libertadores 2009.
Praticamente todos os jogadores corintianos eram motivos de críticas internas, mas em especial Roberto Carlos. Para o técnico, ele deixou de se dedicar adequadamente depois de não ser convocado à Copa do Mundo 2010. Roberto chegou a demonstrar insatisfação pública pela maneira que era escalado. Adílson ainda improvisou Edu Gaspar na posição - e ele também reclamou.
Dois dias antes de ser demitido, Adilson foi chamado para reunião com lideranças do elenco, como os zagueiros Paulo André e William. No diálogo após derrota de virada para o Atlético-MG, o treinador foi alertado sobre a forma excessivamente ofensiva que a equipe se comportava. Mesmo com defensores lentos, o treinador queria a primeira linha da equipe adiantada, o que normalmente deixava o time vulnerável. Ele foi demitido após perder por 4 a 3 para o Atlético-GO com bagunça de torcedores organizados na porta do vestiário por ter barrado Chicão e escalado Thiago Heleno, pupilo dos tempos de Cruzeiro.
Mesmo com todos os problemas que determinaram sua saída, Adilson Batista também deixou fama de dedicado, estudioso e promissor para muita gente no Corinthians. A forma como sua carreira desandou na sequência, porém, deram razão aos mais críticos. Foram seis trabalhos desde então, quase todos breves. Santos, Atlético-PR, São Paulo, Atlético-GO, Figueirense e Vasco. Agora, ele está no Joinville.
Para a partida deste sábado, com o lanterna do Brasileiro, Adílson tentará vencer o Corinthians depois de apenas um treinamento pelo novo clube. Ele colocou uma prática que adotou na passagem de sete vitórias, quatro empates e seis derrotas pelo Parque São Jorge: não revelou qual será o time titular e fez um treino fechado.
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