Na noite em que reencontrou Roger, seu ex-jogador e aprendiz no Grêmio, Tite não conseguiu corrigir erros rotineiros de seu time e saiu de Porto Alegre derrotado pelo novato treinador gremista.

Desde os mata-matas do Paulista, encarar os laterais do Corintihans tem sido o sonho dos atacantes adversários, tamanha a facilidade de cruzar ou entrar na área e dar de bandeja a bola para um companheiro estufar as redes. Foi assim que a equipe do “ex-aluno'' Roger fez 2 a 1 no time do ex-professor, em cinco minutos, com aula de intensidade, como diria Tite.

Mas o treinador mais velho teve seus acertos. Fez o time triangular com velocidade no ataque, marcar um gol e ficar perto do empate. Só que a defesa errou após cobrança de escanteio ao tentar deixar os gremistas impedidos, num lance didático para quem não sabe o que é linha burra. Faz tempo que o alvinegro provoca taquicardia em seus torcedores com esse tipo de falha. Mas o professor não conseguiu corrigir o problema.

Também não deu para entender como Tite foi para o vestiário reclamando de falhas na marcação e voltou sem fazer substituições, mesmo levando de 3 a 1, que seria o placar final. Ainda assim, o time paulista melhorou, mas não compensou os erros do primeiro tempo.

A derrota com velhos problemas não tira de Tite o rótulo de um dos melhores técnicos do país. Até porque o treinador está longe se ser o único culpado. Não foi ele, mas sim os dirigentes do clube que se afundaram num processo de megalomania nos últimos anos provocando imperdoáveis atrasos nos direitos de imagem.

Tite nem estava no clube quando contrataram Cristian, que custou a marcar o Grêmio como o professor queria e que custa mais do que seu futebol tem sugerido. O técnico também não estava no Parque São Jorge quando a direção trouxe o esforçado, e nada além disso, Romero. Mas Tite já estava no cargo quando Vágner Love, que entrou no lugar de Romero em Porto Alegre sem resolver nada, mais uma vez. Se não alertou os cartolas para o risco da contratação agiu como principiante.

Agora, só resta ao experiente corintiano superar uma inesperada desconfiança da torcida sem esperar grandes contratações de um clube que já gastou mais do que podia. Enquanto isso, os gremistas ganharam nesta noite bons motivos para confiar no novato Roger.