As palavras de ordem são claras: “redução de custo”. Em meio à maior crise financeira de sua história recente, o Corinthians tenta equilibrar suas contas a qualquer maneira.
Diretor financeiro desde o início do ano, Emerson Piovezan admite que o clube perdeu o rumo ao tentar dar passos largos sem ter recursos. Com dívidas que chegam a cerca de R$ 100 milhões, sem contar os gastos da construção da "bilionária" Arena, o dirigente reconhece erros da gestão passada e diz que Timão gastou mais do que deveria.
– Em certo momento, sim. O Corinthians era administrado por um regime orçamentário. Hoje, é um regime de caixa. Só gastamos o que temos no caixa. Foi a determinação do nosso presidente e é a realidade. Se tenho, eu gasto. Se não, não gasto. Não posso me comprometer com você se eu não tenho o “X” para te pagar.
A crise, ele diz, existe por diversos motivos. Agora, o Corinthians tenta se adequar a novos tempos, sem as receitas conquistadas em 2012, com o título da Libertadores e do Mundial.
– Essa crise existe por várias razões. De um ano e meio para cá, tivemos alguns desembolsos que nos levaram a essa situação. Uma das razões foi o investimento em jogadores que não deram certo.
Outra foi o acordo tributário no qual a gente deveria renegociar nossa dívida e fazer um aporte grande junto à receita. Perdemos alguns patrocínios, que estamos recuperando agora.
E ficamos sem a bilheteria dos jogos de futebol (o lucro vai para um fundo que existe para pagar os gastos da construção da arena). Estamos buscando uma solução para nos adequar a essa situação.
Toda renda da Arena Corinthians vai para um fundo, criado para pagar o financiamento da obra
Vista como prova da boa situação financeira na época, a contratação de Alexandre Pato se mostrou ruim para os cofres do clube. Piovezan lamenta que o atacante não tenha dado o retorno esperado para o Corinthians. E também admitiu que, caso fossem feitas hoje, as contratações de Edu Dracena, Cristian e Vagner Love teriam de ser revistas.
– Não, não se encaixariam (na realidade atual do clube). A gente teria de conversar novamente – afirmou.
Mas, na cabeça do diretor, o prazo para que o Corinthians possa se recuperar não é tão grave. Piovezan acredita que o clube possa viver dias melhores já no ano que vem.
– Até o final desse ano, vamos passar apertado. Mas, a partir do ano que vem, vamos viver uma vida mais tranquila e mais controlável.