Tevez, Pogba, Pirlo, Vidal, Buffon, Morata... O elenco da Juventus não deixa a desejar a nenhum outro da Europa. No meio de tantos craques está um brasileiro. Quase não notado. É Rubinho. Ex-Corinthians. Irmão do ex-volante Zé Elias, o "Zé da Fiel". Em quase três anos no clube de Turim, o goleiro entrou em campo apenas duas vezes (a última, em maio de 2014). Nesta quarta-feira, no Estádio Olímpico, contra a Lazio, na final da Copa da Itália, ele estará no banco de reservas, como de praxe. Só que, desta vez, aguardando para colocar o nome em mais um dos canecos da Velha Senhora.

Na véspera da decisão, Rubinho atendeu a reportagem do LANCE!Net. O goleiro não se incomoda com a condição de terceiro reserva. Pelo contrário. Prefere destacar alguns aspectos que o tornam importante para o elenco bianconero, mesmo sem defender a meta do atual tetracampeão italiano.

- Quando fui contratado, sabia que teria poucas oportunidades. Além do Buffon, tem o Marco Storari, outro goleiro experiente. Mas minha colaboração acontece também nos treinos. Trabalho muito com os atacantes, quando eles querem se aprimorar nas cobranças de faltas e pênaltis. Trocamos muitas ideias. Mesmo jogando pouco, sei bem da minha importância para o grupo. E meus companheiros, membros da comissão técnica e dirigentes reconhecem isso - lembra o jogador formado pelo Timão, tricampeão italiano e campeão da Supercopa Italiana.

Virar titular num plantel liderado por uma lenda como Buffon é uma tarefa ingrata. Rubinho tem razão. Mas, já que o mito é quase insubstituível, por que não tirar proveito de estar ao lado de um dos melhores jogadores italianos de todos os tempos. Para o brasileiro, é um privilégio estar ao lado do capitão da Azzurra e da Juventus.

- Estou na Itália há mais de dez anos e sempre fui admirador e tive boa relação com o Buffon, pois conversávamos quando minha equipe enfrentava a Juventus. Quando surgiu a possibilidade de ser seu companheiro, em 2012, fiquei muito feliz. Além de um goleiro extraordinário, é um ser humano maravilhoso. Nos tornamos grandes amigos.

Além de Corinthians e Juventus, Rubinho tem passagens por Vitória de Setubal, Genoa, Palermo e Livorno. Aos 32 anos, o goleiro pensa em seguir a trajetória no Velho Continente. E garante que tem lenha para queimar.

- Aqui na Europa, um jogador de 32 anos é considerado praticamente no auge de sua carreira. Ainda mais no caso de goleiro. Penso em ficar aqui mais alguns anos.

BATE BOLA:

LANCE: A Juventus é soberana no futebol italiano há quatro temporadas. Nesta quarta-feira, na final da Copa da Itália, o time é favorito contra a Lazio, mesmo fora de casa. Como trabalhar para que esse favoritismo imenso não acabe derrubando a equipe?

RUBINHO: Nosso grupo procura encarar cada jogo com a mesma seriedade, seja ele contra um time considerado pequeno, ou contra um gigante do futebol mundial. O favoritismo é uma coisa relativa, pois as coisas se resolvem dentro de campo. Além disso, a Lazio conta com jogadores de qualidade e vai jogar no estádio onde costuma mandar seus jogos. Estamos nos preparando bem para esse jogo.

L: Todo ano, é Messi x Cristiano Ronaldo. Nesta temporada, o Tevez, pela bola que está jogando, pode ser o terceiro concorrente à Bola de Ouro? E como é a convivência com ele? O argentino fala em ganhar o prêmio de melhor jogador do mundo?

R: O Tevez está jogando muito e está bastante motivado. Vibra com cada jogo, cada gol. Temos uma boa relação, mas não chegamos a conversar sobre essa questão do prêmio. Mas, na minha opinião, pelo que vem mostrando ao longo da temporada, merece estar entre os principais candidatos. É um jogador fantástico.

L: Como a torcida da Juventus está encarado a possibilidade de ser campeã europeia após tantos anos sem levar a Champions?

R: A expectativa é a melhor possível. Superar o Real, que todo mundo apontava como favorito, fez com que a autoestima da torcida aumentasse muito. Mas sabemos que o Barcelona também será um adversário tão ou mais difícil que o time de Madri.