Mesmo abatido, sem querer justificar a decepcionante eliminação do Corinthians da Copa Libertadores da América, o técnico Tite não conseguiu conter uma reclamação. Ele foi para o vestiário de Itaquera após a derrota por 1 a 0 para o Guaraní, na noite desta quarta-feira, e reviu “algumas vezes” o lance em que o lateral esquerdo Fábio Santos acabou expulso. E aconselhou o árbitro chileno Enrique Osses a fazer o mesmo.

“A primeira expulsão gera dúvidas. A ponto de eu passar pelo Osses e falar para ele dar uma olhada e tirar as próprias conclusões”, contou um cabisbaixo Tite. Fábio Santos levou o cartão vermelho – sem ter recebido o amarelo – por erguer demais o pé em uma disputa com o atacante paraguaio Santander. O segundo expulso citado pelo treinador foi o meia Jadson, que acertou a mão no rosto de Benítez pouco mais tarde.

“O Jadson já tinha o amarelo, e existe a interpretação da reincidência. Mas fiquei com dúvida na primeira expulsão”, repetiu Tite, que viu o Corinthians se desanimar de vez com dois jogadores e dois gols de desvantagem para o Guaraní. Os visitantes ainda chegaram à vitória no final, por meio de Fernández.


Seja justa ou não a expulsão de Fábio Santos, o lance colaborou para o Corinthians acumular o seu sexto cartão vermelho na atual Libertadores – antes, o próprio lateral esquerdo e os atacantes Paolo Guerrero, Emerson e Stiven Mendoza já haviam ficado marcados por atos de indisciplina. O peruano e o Sheik foram até punidos pela Conmebol.

“Há uma frustração em termos disciplinares”, reconheceu Tite, que antes se orgulhava de títulos de jogo limpo sob o comando do Corinthians. “Esse não é o meu normal nem o normal da minha equipe”, acrescentou.

Também são anormais duas derrotas consecutivas para o Guaraní na Libertadores, torneio que Tite priorizou em detrimento do Campeonato Paulista. “Não há justificativas. O Guaraní foi melhor em 180 minutos e mereceu se classificar”, aceitou o treinador.