Tite em duelo contra o Guaraní (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)


Pressão. No Corinthians, a palavra acompanha vitórias e derrotas. Mas os 2 a 0 sofridos para o Guaraní (PAR), em Assunção, no duelo de ida das oitavas de final da Libertadores, expõem a linha tênue para um ambiente conturbado. Todos estão pressionados e a única solução é evitar uma tragédia na próxima quarta-feira, na Arena Corinthians.

Elogiado pelo 4-1-4-1 no seu retorno ao clube, com atuações acima da média e sucesso em todos os momentos decisivos, Tite já não consegue fazer o time render desde o duelo contra a Ponte Preta. E sabe que, taticamente, usou estratégias erradas contra Palmeiras e Guaraní. Parao duelo das oitavas, teve cerca de duas semanas para testar o substituto de Emerson Sheik. O escolhido, Luciano, foi um dos piores em campo.

- Mesmo perdendo, a equipe não vai mudar o jeito de ser. Esse é o objetivo. Não vai mudar o DNA dela - garantiu o treinador.

- Fundamentalmente, precisamos de uma retomada de confiança. A retomada do carinho do torcedor e da confiança é fundamental - completou.

A nova diretoria, que assumiu o cargo após a eleição do presidente Roberto de Andrade, em fevereiro, também precisa dar resposta. À Fox Sports, antes do duelo no Paraguai, o diretor de futebol Sérgio Janikian declarou que o Timão havia dado sorte de pegar o Guaraní. Virou assunto no vestiário após a derrota.

A promessa de que premiações e direitos de imagem atrasados serão pagos, até agora, só ficou na conversa. O primeiro prazo era fim de março, o segundo, fim de abril e, agora, não há garantia se sairá até a metade de maio. Nos momentos de derrota, os atletas serão cobrados e, claro, também vão cobrar.

O elenco, fechado e em ótima sintonia com Tite, até agora controla algumas situações particulares. Luciano, por exemplo, foi titular nesta quarta-feira, mas até então reclamava da reserva e forçava sua transferência para o Flamengo. Jogadores como Edu Dracena, Cristian e Petros, que nunca tiveram sequência no time titular na temporada, também se incomodam.

Nos últimos jogos, alguns dos destaques dos primeiros meses pararam de render. Um caso é Jadson, que virou o dono do meio de campo e é o líder de assistências da equipe. A velha teoria, de que começa bem e depois cai de rendimento, voltou à tona nas últimas decisões. Contra o Guaraní, errou praticamente tudo que tentou.

Emerson Sheik, ausente na viagem ao Paraguai por ter sido expulso contra o São Paulo, também está na berlinda. Desfalque na eliminação para o Palmeiras, por ter levado cartão amarelo bobo diante da Ponte Preta, ele divide opiniões internas sobre ser aproveitado na equipe.

Certamente, sua experiência e estrela serão solicitadas para o duelo de volta contra os paraguaios. Mas e se houver um próximo deslize? Como ficarão Tite e os dirigentes com o grupo?