A necessidade de cumprir compromissos duros logo no início da temporada fez o Corinthians acelerar boa parte de seu planejamento dentro de campo. O time se preparou para voar fisicamente logo nos primeiros jogos, eliminou o Once Caldas com facilidade na primeira fase da Taça Libertadores e também se classificou sem problemas na fase de grupos. Depois, o ritmo fortíssimo cobrou seu preço.

A derrota por 2 a 0 para o Guaraní, quarta-feira, no Paraguai, acendeu o sinal de alerta no clube.

Desde o empate por 1 a 1 com o Santos, dia 5 de abril, o Corinthians viveu um mês de dúvidas. A única vitória no período foi sobre a Ponte Preta, pelas quartas de final do Campeonato Paulista, em duelo contestado – no triunfo por 1 a 0, a equipe de Campinas teve gol mal anulado.

Foram sete jogos, com a vitória sobre a Macaca, quatro empates e duas derrotas. Seis gols marcados e nove sofridos. Um desempenho bem abaixo do que a equipe apresentava nos primeiros meses, quando foi alçada à condição de melhor futebol do Brasil.

Com o calendário ainda no mês de maio, os jogadores começaram a admitir que o Corinthians atingiu seu ápice muito cedo – físico e técnico. Admitem também que o momento atual é de repensar alguns pontos do time.

– Pode ser que tenhamos chegado cedo ao auge, mas também precisávamos disso, tínhamos pré-Libertadores e caímos no grupo da morte. Ficamos prontos rapidamente, depois demos uma caída, mas não tenho dúvida de que vamos retomar e fazer uma grande partida na próxima quarta-feira – afirmou o meia Renato Augusto.

Com a derrota no Paraguai, o Corinthians precisa vencer por pelo menos três gols de diferença no jogo de volta, quarta-feira, em Itaquera, para avançar na Libertadores. Tite sabe que o momento é de reflexão, mas mantém suas convicções.

– Não vamos mudar nossa maneira de jogar. Temos variações e vamos colocá-las em prática, mas a essência será a mesma – avisou.

A estreia no Campeonato Brasileiro, domingo, contra o Cruzeiro, é apenas um detalhe. Para Tite, pode ser uma chance de esboçar uma formação diferente para quarta-feira. Emerson Sheik e Mendoza estarão de volta de suspensão. E o técnico não descarta fazer outras mudanças na equipe depois de um mês de queda brusca de rendimento e dúvidas sobre a capacidade do próprio elenco.