Timão entrará em campo com duas mudanças em relação ao time que ganhou por 2 a 0, mas estrutura tática é a mesma
Passaram-se dois meses da vitória convincente do Corinthians sobre o São Paulo, na estreia de ambos na segunda fase da Libertadores. Desde os 2 a 0 do dia 18 de fevereiro, o Timão entrou numa rota que o levou à condição de receber o posto de melhor equipe do país – condição abalada pela derrota para o Palmeiras na semifinal do Paulistão –, enquanto o Tricolor degringolou.
Apesar de também ter sido batido na mesma fase do torneio estadual, não mostrou bom futebol em momento algum e chega ao clássico desta quarta-feira precisando de uma vitória para se classificar sem depender de ninguém. O rival já está nas oitavas da Libertadores.
As diferenças são absolutamente cristalinas, notáveis. Enquanto Tite já anunciou na véspera a escalação da equipe, com apenas duas mudanças em relação à formação vitoriosa daquele jogo na Arena, o São Paulo não tem sequer o mesmo técnico. Muricy Ramalho deixou o clube, vítima da saúde e do trabalho muito ruim que fazia em 2015.
Milton Cruz, interino, não deu entrevista na véspera nem esboçou publicamente o time que pretende colocar em campo. A certeza é que será bem diferente daquele que fracassou em fevereiro.
Muricy usou Michel na lateral, Maicon no meio e dois centroavantes: tudo caiu por terra e não voltou a se repetir depois
A escalação de Muricy na casa do rival foi criticada dentro e fora do clube. Ele optou por Michel Bastos na lateral. Destaque no meio, ele nunca mais voltou à posição na temporada. Maicon, utilizado como uma espécie de terceiro volante naquela partida, deixou o clube. Está no Grêmio, por empréstimo.
Outra dupla que praticamente não voltou a ser vista foi a dos centroavantes. A derrota provou que Luis Fabiano e Alan Kardec ocupavam o mesmo espaço.
Bruno, reforço contratado do Fluminense, foi o lateral-direito na Arena Corinthians. No Morumbi, é pouco cogitado para começar o jogo. Aparentemente, Milton Cruz optará por improvisar o zagueiro Paulo Miranda ou o volante Hudson na posição, dependendo de sua intenção de escalar Centurión como titular.
O argentino é uma opção importante de velocidade, mas preocupa a comissão técnica depois de ter se declarado infeliz em entrevista a uma televisão argentina, e irritado seus companheiros com os argumentos de que eles não entendem seu jogo.
Reinaldo, terceira opção de Muricy para aquele jogo, é a primeira do interino para a volta. Deixará Carlinhos, também contratado no início do ano a pedido do ex-técnico, no banco. O que deverá ser mantido, além de Rogério Ceni, é claro, é a dupla de zaga formada por Rafael Toloi e Dória, os volantes Denilson e Souza e o meia Paulo Henrique Ganso.
interino, Milton Cruz poderá escalar Paulo Miranda na lateral e meio-campo reforçado com Luis Fabiano isolado à frente
No Corinthians, Tite encontrou uma forma de passar segurança depois de resultados adversos e atuações irregulares contra Santos, Ponte Preta, San Lorenzo e Palmeiras. Anunciou a escalação na véspera. Um recado de que a situação está controlada. A formação não tem surpresas. Em relação ao jogo de fevereiro, entram Uendel e Vagner Love nos lugares de Fábio Santos e Danilo.
Na lateral esquerda, o titular, um dos remanescentes dos títulos da passagem anterior do técnico, voltou ao time só no último domingo depois de se recuperar de uma lesão no menisco do joelho direito. Já no ataque, Tite muda o substituto de seu principal artilheiro. No início da Libertadores, Guerrero estava suspenso por uma cotovelada num jogador do Once Caldas. Agora, ainda retoma o estado de saúde ideal após ter sido internado com dengue.
O 4-1-4-1, novidade tática da temporada brasileira, segue firme. O domínio foi amplo na Arena. Elias e Jadson, autores dos gols, demoliram o meio-campo do São Paulo. O zagueiro Felipe, escalado no início do ano mesmo com a contratação do experiente Edu Dracena, se firmou a ponto de deixar o companheiro no banco de reservas. Ele também está mantido.
Enquanto o Timão aposta na manutenção de um time que se formou, empolgou e perdeu o ritmo nas últimas semanas, o Tricolor tem fé na imprevisibilidade (termo que Tite deve gostar) de uma equipe que não construiu praticamente nada no ano, mas terá no Morumbi, no talento individual de seus jogadores e no desejo de sobrevivência seus principais trunfos.
Outra opção do São Paulo é o 4-2-3-1, com Michel Bastos e Centurión abertos: time ganharia em lances de linha de fundo