22/4/2015 09:11
Opinião: ano tricolor não acaba hoje, e Corinthians precisa ser questionado
Resultado do clássico não é mais importante do que decisão sobre o futuro do São Paulo com a nova comissão técnica ou reflexão do Timão, eliminado e desvendado
Esta quarta-feira, dia 22 de abril, aniversário de 515 anos do Brasil, pode terminar com dois cenários: Corinthians e São Paulo classificados – com um ponto de diferença apenas entre eles se o Tricolor vencer o clássico, muito menos do que se esperava no início do torneio – ou só o Timão no mata-mata da Taça Libertadores. Independentemente do que acontecer no Morumbi, o ano do São Paulo não terminará nesta noite e o Corinthians precisa refletir sobre a forma como foi eliminado pelo Palmeiras e "descoberto" pelos adversários.
O Majestoso de hoje tem sido pintado em vermelho, branco e preto como o "jogo do ano". Todo ano tem uns cinco, seis "jogos do ano", o que prova que não existe "jogo do ano". É muito mais importante para o São Paulo não errar novamente na escolha de sua comissão técnica do que se classificar nesta noite, por mais que seja praticamente impossível convencer os torcedores diante da enorme rivalidade contra o Corinthians, em vantagem nos últimos anos.
Se o São Paulo for eliminado e plantar algo interessante para o futuro, capaz de corrigir anos e anos de decisões erradas, terá o Campeonato Brasileiro inteiro pela frente e, principalmente, terá uma perspectiva futura, uma luz no túnel, algo inexistente hoje.
A Libertadores é importante? Sim. Muito por conta de ser a única oportunidade de nós, brasileiros, superarmos nosso complexo vira-lata e termos a chance de enfrentar, por 90 minutinhos no fim do ano, os poderosos europeus daquele mundo distante de craques milionários, gramados impecáveis, campeonatos bem organizados, etc, etc, etc...
O fascínio que essa possibilidade de se sentir "europeu" por alguns dias nos faz até esquecer do campeonato mambembe de vestiários sem água quente, mortes em arquibancadas, proteção policial aos cobradores de escanteio... A Libertadores, enfim, esse torneio que detestamos amar tanto.
O próprio Tricolor prova que ela não encerra ano algum. As eliminações de 2006, 07 e 08 não impediram o tri brasileiro.
O clube não pode cair na armadilha de achar que uma temporada e seu futuro serão jogados em 90 minutos. E nem acreditar no outro extremo. Uma vitória levará a equipe para a próxima fase, mas não apagará o ano pífio da imensa maioria de seus jogadores, que levam ao torcedor a sensação de martírio a cada partida.
Também não depende do resultado o fato de o Corinthians ter se desviado de um caminho aparentemente firme e sem retornos percorrido no início do ano. A eliminação na semifinal do Campeonato Paulista, nos pênaltis, depois de um jogaço, poderia não causar espanto. Afinal, o adversário era o Palmeiras, tradicional, grande e em ascensão. Mas as circunstâncias foram estranhas: Elias e Renato Augusto, destaques da temporada, começaram no banco.
É impossível contestar exames que apontaram deficiência física nesses jogadores, mas, se no ano em que os clubes tiveram pré-temporada maior – o Timão foi até para os Estados Unidos –, e mesmo tendo poupado os titulares em várias rodadas do Paulistão, Tite precisou abrir mão de dois protagonistas com o agravante de já não ter no jogo decisivo os importantes Sheik e Guerrero, é sinal de que o planejamento do primeiro semestre não foi bem feito.
Se a decisão foi baseada na impressão de que a superioridade alvinegra era tamanha sobre os adversários, a ponto de permitir esse "rodízio" mesmo numa semifinal, provou-se equivocada. O Corinthians ainda é o melhor e mais bem treinado time do futebol brasileiro em 2015, mas não venceu Santos, San Lorenzo e Palmeiras, e contou com uma mãozinha da arbitragem para derrotar a Ponte Preta nos últimos jogos em sua casa.
Guerrero também ficou ausente de alguns jogos no começo do ano, bem substituído por Danilo. Vagner Love, mesmo tendo características mais semelhantes, não consegue executar a função com a mesma eficiência do peruano e nem sequer do rei dos clássicos.
A certeza atual é de que para seguir adiante na Libertadores, a partir do mata-mata, e para caminhar bem no Brasileirão, será preciso muito mais. Será preciso retomar o rumo certo.
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