Tite abriu sua entrevista após a eliminação do Corinthians no Campeonato Paulista dando os parabéns ao Palmeiras, classificado à decisão. Em seguida, além de insistir que sua equipe apresenta o melhor futebol do Brasil, apontou o calendário como o grande motivo pelo adeus alvinegro, criticando até a TV Globo.

“A gente poderia jogar mais tarde. Vou arrumar problema com transmissão? Pode descer o cacete em mim”, afirmou. “Tivemos um dia para preparar a equipe. Um dia! O outro era para juntar os cacos do jogo contra o San Lorenzo. Tudo o que estava ao nosso alcance foi feito.”

Nem tudo. Em uma semana complicada, com curta recuperação entre as partidas de quinta-feira e domingo, o treinador claramente priorizou a Copa Libertadores, mesmo com a vaga nas oitavas de final bem encaminhada. Na semifinal do Campeonato Paulista, contra o maior rival, teve titulares cansados e dois deles no banco.

De acordo com Tite, o Palmeiras – vencedor por 6 a 5 nos pênaltis, após empate por 2 a 2 – soube aproveitar a vantagem física pela semana livre, acelerando bastante o jogo em Itaquera. “É estratégia. Calendário. Claro, não precisava ser muito inteligente. Você bota velocidade e intensidade para levar vantagem no aspecto físico”, disse.

A ideia alvinegra era controlar as ações no primeiro tempo e ser mais agressivo no segundo. O plano teve de ser alterado, no entanto, com o gol marcado por Victor Ramos logo aos 13 minutos da etapa inicial – em bola aérea na área do Corinthians, problema recorrente que o treinador não tem sido capaz de resolver.

“Nossa estratégia de guardar combustível para o segundo tempo se perdeu quando tomamos o gol. A gente teve de correr atrás. Criou e botou volume a ponto de virar o jogo no primeiro tempo. Depois, o Palmeiras cresceu, colocando velocidade. Foi efetivo na hora em que esteve melhor”, afirmou Tite.

O gaúcho viu seu time superior na maior parte do confronto e merecedor da vaga na final. Mas, na sua visão, faltaram pernas. Por fim, além de reclamar do calendário que foi submetido, ele se queixou do regulamento do Campeonato Paulista, sem vantagem do empate para o dono da melhor campanha: o invicto e eliminado Corinthians.