17/4/2015 13:51

Dérbis surpreendentes: relembre 10 "heróis improváveis" do clássico

Nos 98 anos de história de Corinthians x Palmeiras, muitos jogadores que não eram famosos ou consagrados (e nem vieram a ficar depois) deixaram sua marca

Dérbis surpreendentes: relembre 10
ROMARINHO

"Por que faz isso, Romarinho?" O meme - a piada que não se esgota nunca nas redes sociais - nasceu quando o atacante, recém-chegado do Bragantino, fez dois gols sobre o Palmeiras, num clássico no Pacaembu, às vésperas da primeira partida da decisão da Libertadores contra o Boca Juniors, em 2012 (quando ele também marcou, na Argentina). O detalhe é que o Corinthians jogou com um time reserva contra o Palmeiras. E Romarinho ainda faria outros três gols sobre o rival em mais quatro partidas.


Muitos craques já desfilaram talento nos 98 anos de história do clássico entre Corinthians e Palmeiras, o grande "Dérbi" paulista. Alguns desses jogos, porém, foram decididos por jogadores que não chegaram a ser brilhantes, mas que moram no coração dos torcedores justamente por terem se destacado diante do rival.

Os corintianos mais jovens, que se divertiram com os memes envolvendo a sina de Romarinho contra o Palmeiras, talvez não se lembrem que, nos anos 90, a fama de carrasco do rival cabia a Mirandinha - autor de 14 gols em dez Dérbis.

Muitos palmeirenses, por sua vez, cresceram ouvindo a história do gol de Ronaldo, na final do Campeonato Paulista de 1974. No time que entrou para a história como a segunda "Academia de Futebol do Verdão", com ídolos como Ademir da Guia, Dudu e Leivinha, foi o mineiro Ronaldo quem marcou o gol que calou a torcida corintiana - na época, vivendo um jejum de 20 anos sem títulos.

O GloboEsporte.com reuniu dez casos - cinco de cada lado - de "heróis improváveis" de Dérbis paulistas. A lista, obviamente, não leva em conta casos de jogadores que já eram consagrados, como Ronaldo Fenômeno (que fez o alambrado cair em Presidente Prudente, em 2009) e Luiz Imparato (autor de três gols e duas assistências no histórico 8 a 0 de 1933).

Como o Corinthians é o mandante, começamos com os heróis alvinegros:

MIRANDINHA


O Romarinho dos anos 90 se chamava Mirandinha. Folclórico atacante, que costumava dizer que não conseguia "correr e pensar ao mesmo tempo", fez incríveis 14 gols sobre o Palmeiras em 10 clássicos.
– Tem jogador que é medíocre e fica com medo de clássico. Eu não era medíocre e adorava um clássico. Principalmente contra o Palmeiras. Se tivesse clássico toda semana eu teria sido um dos maiores artilheiros da história do Corinthians – disse Mirandinha, numa entrevista ao GloboEsporte.com em 2008.

ELIVELTON



A final do Campeonato Paulista de 1995 foi uma das mais emocionantes da história da competição. Depois de dois títulos seguidos do Palmeiras, o Corinthians queria a revanche. E conseguiu. Num jogo tenso, disputado em Ribeirão Preto, coube ao ponta-esquerda Elivelton, formado no São Paulo, acertar um petardo e dar a vitória ao Timão, já na prorrogação. Na comemoração, ele jogou a camisa para a torcida - tinha tanta certeza de que faria um gol que entrou com duas em campo. No ano seguinte, curiosamente, foi jogar... no Palmeiras.

CASAGRANDE


Casagrande tinha apenas 19 anos quando, num jogo contra o Palmeiras, fez três gols em quatro minutos, fechando a goleada de 5 a 1, pelo Paulistão de 1982, no Morumbi. Aquele time, apelidado de "Democracia Corintiana", se tornaria bicampeão estadual (82 e 83). Casão, hoje comentarista da TV Globo, começou a cair nas graças da Fiel com aquela exibição.

BIRO-BIRO


Biro-Biro fez gol decisivo contra o Palmeiras, de canela, na semifinal do Paulistão de 1979


Outro herói improvável e que veio a cair nas graças da Fiel num Dérbi foi Biro-Biro. Na semifinal do Campeonato Paulista de 1979, o jogador, contratado do Sport Recife no ano anterior, fez o gol da classificação alvinegra. Detalhe: de canela. A partir daí, tornou-se um dos mais queridos jogadores da história do clube.

Agora veja os "heróis improváveis" do Palmeiras contra o rival:

FERNANDÃO



A última vitória do Palmeiras sobre o Corinthians foi em 2011: 2 a 1 pelo Brasileirão, em Presidente Prudente, de virada. Os dois gols do Verdão foram marcados por jogadores longe de serem considerados craques: Luan e Fernandão. Este último, porém, foi quem marcou o da virada e gostava de se dizer "predestinado" em clássicos.


OBINA



Presidente Prudente foi palco de outro Dérbi em 2009 - meses após o histórico gol de Ronaldo. O Fenômeno estava em campo, mas quem roubou a cena foi Obina. O folclórico atacante, consagrado no Flamengo, nunca foi unanimidade com a camisa do Palmeiras, mas jamais será esquecido pelos seus três gols sobre o rival, na vitória por 3 a 0, pelo Brasileirão.

GALEANO


Galeano foi um volante raçudo que fez 474 jogos com a camisa do Palmeiras - é o 11º com mais partidas na história do clube. Uma delas foi pra lá de especial: em 6 de junho de 2000, na semifinal da Libertadores da América. Foi dele o gol da virada sobre o rival, fechando o placar em 3 a 2 para o Verdão e levando a vaga para a disputa de pênaltis, quando Marcos brilhou e garantiu a classificação pegando um pênalti de Marcelinho Carioca.

– Não conquistamos o título na final, mas para o torcedor ali já foi uma conquista. Tanto é que sou lembrado por esse gol até hoje. Aonde eu vou até hoje, pode ser corintiano ou palmeirense, todo mundo fala desse gol – diz o ex-volante, que subiu para o profissional do Palmeiras em 1989 e se despediu do Verdão em 2002

MAGRÃO



O Palmeiras da Parmalat tinha uma infinidade de craques, mas foi Giuliano Tadeu Aranda, o Magrão (não confundir com o xará que passou pelo clube na década passada), quem arrebentou em 21 de maio de 1995, pela segunda fase do Paulistão. Ele fez os três gols da vitória alviverde por 3 a 1 (Marcelinho Carioca descontou pelo rival).

Magrão, formado nas categorias de base do Palmeiras, nunca conseguiu se firmar como titular naquele time que era uma seleção de craques. Mas deixou seu nome gravado na memória do torcedor.

RONALDO


O Corinthians já estava havia 20 anos na fila. E ficou mais três, graças a Ronaldo. De cabeça, esse mineiro de Belo Horizonte fez o gol do título paulista de 1974, consagrando a segunda Academia de Futebol do Verdão, que contava com craques como Ademir da Guia, Dudu, Leivinha, Luis Pereira e Emerson Leão.



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