"A entrada de Marco Polo Del Nero como presidente da CBF não muda nada no futebol brasileiro, é um ato apenas simbólico, pois ele já estava no comando desde que Ricardo Teixeira assumiu. Era quem mandava em José Maria Marin, verdadeiro fantoche do novo (velho) mandatário.

Del Nero tem muito jogo de cintura, já está fazendo o jogo das federações, que dominam o quadro eleitoral da entidade, e será uma espécie de porta-voz dos interesses mais retrógrados dos clubes. Entre eles, a batalha para derrubar as contrapartidas exigidas pelo governo para o refinanciamento das dívidas das agremiações com a União, já que tem bons contatos no Congresso Nacional.

Em relação à Seleção, fará de 2015 um período de observações e, se for o caso, mudanças. Escolheu Gilmar Rinaldi e Dunga às pressas, gosta muito do estilo autoritário dos dois, mas quer ver como o técnico se sai na Copa América do Chile para avalia-lo melhor.


Já em relação à base deve mudar o comando do time se não apareceram resultados até a metade do ano, podendo entregá-lo a um nome mais experiente na Olimpíada, como um Abel Braga, um Muricy Ramalho ou até um Vanderlei Luxemburgo.

Pretende ainda trabalhar melhor a imagem da Seleção, ainda fortemente abalada pelos 7 a 1 diante da Alemanha, pior fiasco da história do futebol brasileiro. Fiasco, aliás, fruto dos erros de gestão da CBF, que já tinha no comando a dupla Marin/Del Nero e errou feio na preparação para a Copa. E agora responsabiliza a comissão técnica, escolhida pelos dois, aliás, pelo fracasso no Mundial.

Sinal de que o futebol brasileiro parou mesmo no tempo. E as perspectivas não são nada boas, principalmente quando se fala nos campeonatos internos do país. Cada vez de pior qualidade quando comparados aos da Europa. E a distância entre uns e outros só tende a aumentar com a oficialização de Del Nero no poder".