14/4/2015 07:56
Déjà vu? Tite repete frase: 'Corinthians será campeão neste ano ou no outro'
Em nova lua de mel no Timão, treinador vislumbra mais títulos, destaca conversas com jogadores e já trabalha o time para não ficar ‘manjado’ pelos rivais
“O Corinthians será campeão neste ano ou em 2012”.
A frase acima foi dita por Tite, em 10 de junho de 2011, em entrevista exclusiva ao LANCE!, quando o Corinthians que viria a brilhar e conquistar o mundo no ano seguinte ainda estava em formação.
Pouco menos de quatro anos depois da “profecia”, o treinador, novamente ao L!, usou a mesma declaração para contextualizar a boa fase do time de 2015, que vem se destacando no início da temporada.
– Se mantivermos todos os atletas e trouxermos um articulador, porque precisamos de um depois da saída do Lodeiro, o Corinthians vai bater campeão. Vai bater campeão neste ano ou no ano que vem. Repito o que eu disse antes, mas quero um ano de trabalho (risos) – afirmou.
Mas o novo bate-papo com Tite foi muito além de previsões. Opiniões, constatações e dados concretos também fizeram parte da discussão.
LANCE!: Elias falou recentemente que a forma de jogar do Corinthians já está em pauta no futebol europeu. Você tem a dimensão do atual sucesso do time?
Tite: Não sei a dimensão total, mas sei que muitas referências têm surgido. Agora, tenho certeza de que a gente não quer ser modelo para ninguém, a gente só quer fazer o melhor.
Mas inevitavelmente acabam acontecendo comentários, dissecam a nossa bola parada, observam a nossa bola lateral, ficam de olho no nosso posicionamento na bola parada... 30% dos nossos gols saem de bola parada, porque nossos batedores são muito bons.
O Felipe ataca bem, o Gil é um grande cabeceador, o Guerrero é um grande cabeceador...
A gente tem grandes finalizadores. Os adversários observam com cuidado o nosso time. No último sábado (pelo Paulistão), por exemplo, a Ponte Preta colocou dez jogadores na marcação nas nossas bolas paradas. O nosso time acaba sendo referência, é inevitável.
LANCE!: Você não quer ser modelo hoje ou não quer ser modelo nunca?
Tite: Não quero ser modelo nunca. Quero fazer as coisas que eu acredito, não tenho a pretensão de ser exemplo, até porque tem escolas diferentes, tem escolas que acreditam que deixar três jogadores na frente ou até mesmo deixar dez defendendo é mais virtuoso.
Tem time que quer ser mais contundente, tem outro que prefere triangular, ter posse de bola... O que sei é que dá para jogar de forma eficiente e bonita ao mesmo tempo.
LANCE: O sucesso do Corinthians é o bônus. Logo, o ônus é que todos passam a conhecer e estudar mais o time. Como lida com isso?
Tite: Isso é desafiador, porque aí você começa a buscar variáveis.
Tenho buscado sempre formas alternativas de trabalhar. Disse recentemente para o Malcom: “Malcom, você vai lembrar de mim para o resto da sua vida”. Ele sorriu e disse:
"Como é bom fazer gol, né?
Para fazer gol é preciso ficar dentro da área mesmo”. Nem ele imaginava que pudesse fazer gol de cabeça (na vitória por 2 a 0 em cima da Portuguesa, em 24 de março). Cobro dele esse posicionamento, fazer gol.
Isso é exemplo de que você começa a estabelecer novas variáveis, de ter um jogador mais agudo, mas que começa a ter presença de área e que pode fazer gol de cabeça. Já jogamos com dois armadores, com um armador de lado e três centrais, tendo dois atacantes de lado de velocidade...
LANCE!: Você já está no estágio de buscar mais alternativas táticas?
Tite: Sim. Primeiro, a equipe busca o aperfeiçoamento, se consolidar. Paralelamente a isso, ela busca formas alternativas de jogar.
LANCE!: Qual a importância de ter jogadores inteligentes no atual estágio do time?
Renato Augusto, Jadson, Guerrero...
Tite: O futebol se joga com a cabeça. Passei recentemente um slide com declarações do João Moutinho (meia do Monaco) depois da classificação em cima do Arsenal, pela Liga dos Campeões. Ele fala:
“Quanto mais eu compreender o jogo e as minhas funções, mais eu vou melhorar, mais eu vou crescer”. Todos os meus atletas compreendem as funções. Uns compreendem o mecanismo defensivo ou o ofensivo, mas tem outros que compreendem tudo. E tem aqueles que compreendem, mas que não falam para vocês (imprensa). Só que não subestimem esses caras.
LANCE!: Qual jogador que lê e entende melhor o que você quer?
Tite: Tem muitos jogadores com essa compreensão. O Renato Augusto, por exemplo, tem essa compreensão toda. O Fábio Santos tem, o Fagner tem...
O Ralf não fala muito, mas ele tem essa compreensão e tem um nível enorme de concentração. Vou te dar um exemplo do treino de hoje (ontem). Falei para Cássio:
“Cássio, feeling, percepção de jogo, porque isso é fundamental”. Nos últimos cinco minutos do primeiro tempo do jogo do último sábado, a
Ponte Preta teve uma chance clara de cabeceio e depois teve um gol
mal anulado, um gol legal. O que o Cássio fez?
A gente estava saindo tocando todas as bolas, mas, naquele momento de instabilidade da equipe, ele quebrou a bola na frente e adiantou a linha de quatro. Perfeito! Ele mostrou que leu a partida, que entendeu o momento de jogo. O Cássio está amadurecendo muito.
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