11/4/2015 10:36
Da gratidão de Guto ao respeito de Tite, aprendizados unem técnicos
Técnicos de Corinthians e Ponte são amigos desde a época em que trabalharam juntos no Inter, entre 2008 e 2009; neste sábado, duelam pelas quartas do Paulista
Diego Ribeiro e Heitor Esmeriz
O que mais preocupa o técnico Tite antes de o Corinthians enfrentar a Ponte Preta, neste sábado, às 16h20 (horário de Brasília), não é apenas a qualidade do adversário dentro de campo. Às vésperas das quartas de final do Campeonato Paulista, o comandante corintiano está atento a possíveis surpresas de um colega de trabalho que conhece bem.
Guto Ferreira foi auxiliar de Tite no Internacional, entre 2008 e 2009, e ganhou muita moral ao ter sido peça-chave na conquista da Copa Sul-Americana de 2008. O atual técnico da Ponte Preta foi uma espécie de olheiro dos adversários da competição e passou informações fundamentais sobre Boca Juniors e Estudiantes, times que o Inter eliminou naquela campanha.
O comandante da Macaca é grato a Tite. Considera que o trabalho no clube gaúcho, ao lado do amigo, foi o que lhe permitiu alçar novos voos na carreira. O técnico do Corinthians tem o costume de deixar a vaidade de lado e incentivar seus auxiliares a buscar crescimento pessoal.
- O Tite sabe aglutinar, valorizar cada pessoa que está em volta. Agrega demais. Ele não só sabe delegar, como ouvir também, dá espaço para as pessoas opinarem. Aprendi muito com ele. Desde a simplicidade no trato com as pessoas até a maneira como pensa o jogo. É muito detalhista. Meu relacionamento com ele é de profissionalismo, amizade e respeito - elogiou Guto.
Por outro lado, Tite, até hoje, lembra-se da contribuição de Guto. Em todas as entrevistas sobre a Ponte Preta, fez questão de ressaltar que o que mais lhe preocupa é ter Guto do outro lado.
– A Ponte é muito bem dirigida pelo Guto, que conhece muito de futebol e capta algumas coisas com rapidez impressionante. Não é surpresa ele estar nesse estágio atual. Trabalhamos juntos e sei da sua competência – disse o técnico do Corinthians, após o empate com o Santos, semana passada.
Depois da amizade construída no Inter, Guto se lançou como técnico. Passou por clubes como Mogi Mirim, Criciúma, Portuguesa e Figueirense entre passagens pela Ponte, clube pelo qual teve mais sucesso. Tite foi para os Emirados Árabes e voltou para o Corinthians, onde conquistou tudo – inclusive Taça Libertadores e Mundial de Clubes.
O destino tratou de colocar os amigos em lados opostos. Nos dois duelos mais importantes entre os técnicos, o saldo é zero – o Corinthians, de Tite, goleou a Macaca por 4 a 0 nas quartas de final do Paulistão de 2013, enquanto Guto, meses mais tarde e já pela Portuguesa, fez 4 a 0 no Timão e quase causou a queda do colega.
Ainda se encontraram em mais três oportunidades. No geral, a vantagem é do pontepretano. Quando Guto estava no Mogi Mirim, empataram por 1 a 1 no Paulista de 2012. Depois, antes da vitória corintiana nas quartas de final, a Macaca fez 1 a 0 na primeira fase do estadual de 2013.
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