Cássio, hoje, é um dos principais jogadores do elenco do Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Agência Corinthians)

O que era para ser o início de um período de crise se transformou em uma das temporadas mais gloriosas da história do Corinthians. Meses antes de vencer a Taça Libertadores e o Mundial de Clubes, o Timão sofreu com uma dolorosa eliminação em casa diante da Ponte Preta, adversária deste sábado, às 16h20, em Itaquera, pelas quartas de final do Paulistão. Após aquele dia, surgiram o herói Cássio e a quase imbatível equipe de operários alvinegros.

Dono da melhor campanha depois de 19 rodadas, assim como agora, o Corinthians chegou às quartas como favorito ao título, mas sucumbiu diante da Fiel, no Pacaembu. Já questionado pela torcida, Julio Cesar assinou naquele 22 de abril o fim de sua história como titular do Corinthians. Falhou em dois gols e foi determinante para a equipe de Tite perder por 3 a 2 para a Ponte Preta e dar adeus ao sonho de mais uma conquista estadual.

Tite deixou o Pacaembu naquela noite decidido a mudar. O Timão teria em alguns dias um jogo importante e, claro, sob pressão diante do Emelec, em Guayaquil. Depois de muito pensar e conversar com a comissão, entendeu que Cássio venceu a disputa interna com Danilo Fernandes pela vaga no gol. O ataque também foi alterado. Liedson perdeu o lugar para Willian.

– Chamei o Julio e coloquei todo respeito que tenho por ele. Os outros dois buscam uma chance nos treinos e nos jogos que fizeram. A decisão é pelo Cássio – disse Tite na ocasião.

Mal sabia o treinador que, naquele momento, abria espaço para um goleiro que viraria ídolo da torcida rapidamente. Cássio pegou tudo no Equador e garantiu o 0 a 0. Ganhou a confiança do técnico, dos companheiros de time e, sobretudo, acabou com um fantasma que rondava o gol corintiano desde a saída de Dida.

Apesar de ter uma defesa sólida, o Corinthians precisou contar com os milagres de Cássio. A começar pelas quartas de final, contra o Vasco, quando pegou o chute cara a cara com Diego Souza, salvando a equipe e permitindo que Paulinho marcasse o gol da classificação nos minutos finais. E tinha mais.

O "gigante" operou uma série de milagres no Japão, parou Fernando Torres, Hazar e tantos outros para ser o melhor em campo na conquista do Mundial de Clubes.
Apesar das semelhanças com 2012, o Corinthians nem cogita perder para, mais tarde, ganhar a Libertadores e o Mundial. O Timão defende agora uma invencibilidade de 23 partidas (21 jogos oficiais) e o posto de melhor equipe do país neste momento.

– Perder, uma hora vamos perder. Não queremos que seja agora, vamos fazer de tudo para vencer. Tem de jogar bem para merecer vencer. Vamos deixar para perder no Brasileiro, que é um campeonato longo e dá para recuperar lá na frente (risos) – disse o volante Elias.