Moacir é atualmente atleta do time do Boa Esporte (Foto: Assessoria de Imprensa / Boa Esporte)

Jogador de futebol sempre tem história para contar. Principalmente quando o assunto é a carreira, como tudo começou e os percalços que ele superou para chegar até um grande clube. Com Moacir não foi diferente. O jogador revelado pelo Central em 2007, após ser dispensado pela base do Sport, revela os altos e baixos em suas passagens por alguns clubes como Coritiba, Paraná e sua atual equipe, o Boa Esporte. Além da marcante eliminação da Libertadores de 2010, quando atuava pelo Corinthians.



A chegada ao Central foi de forma meio ingrata e, com certeza, inesquecível. Isso porque, o jogador que é natural do Recife, chegou a Caruaru após ser dispensado com apenas 18 anos de idade pelo Sport. Mas, apesar do momento amargo de rejeição ainda no começo da carreira, ele não se dava conta de que seria no Alvinegro caruaruense, que ele daria o primeiro passo até chegar a grandes clubes do futebol brasileiro.

- Eu cheguei ao Central no final de 2005, através do meu empresário que é o mesmo até hoje. Naquele momento, fui convidado para fazer testes na equipe, após ter deixado a base do Sport e abracei a causa, indo jogar no juniores. Fui aprovado. Daí então, fiquei na base até o fim de 2006 e subi para o profissional em 2007.



Moacir jogou no Central de 2007 a 2008, até chegar no Sport, onde deslanchou (Foto: Reprodução / Globo Esporte)



- Foi um jogo extraordinário. Foi um duelo que marcou a história do clube e parou a cidade naquele momento. Muita gente não acreditava na gente porque antes do Palmeiras tínhamos que enfrentar o Remo, então já era uma tarefa muito difícil e nós conseguimos passar. Daí então todos ficaram na expectativa por essa partida com o Palmeiras, tanto é que ainda estava rolando o Pernambucano e faltava cerca de um mês para este jogo, mas as pessoas só falavam nisso e nem ligavam tanto para o Estadual. A Copa do Brasil tomou conta de muita gente, não só de Caruaru, mas de Recife também. As pessoas de lá da capital também só falavam nisso comigo. Com certeza foi o jogo mais importante da minha carreira até então.



- Quando estamos jogando o Pernambucano não temos a noção de que estamos sendo observados, pois muitas vezes jogamos com times de menor expressão. Mas, teve um jogo contra o Sport que, com certeza, eu fui bem observado. Naquele dia, eu tinha a missão de marcar Romerito, que na época estava jogando muito, considerado o melhor jogador o time. Joguei bem aquela partida, marcando e saindo bem para o jogo. A partir daquele dia, tive a certeza que viram que eu tinha qualidade.


Moacir em ação com a camisa do Sport, que o dispensou na base e o contratou junto ao Central (Foto: Divulgação / Sport)



Por ironia ou não do destino, o jogador de 29 anos volta à Ilha do Retiro e, dessa vez, como contratado. Era o atleta considerado por muitos uma das revelações do interior e foi compor o elenco justamente do rubro-negro, que há anos atrás havia dispensado o "polivalente Moacir", que veio a se reinventar no Sport.

- Minha posição original era volante. Primeiro ou segundo volante. Quando cheguei ao Sport, eu comecei a jogar na lateral direita. Quando Nelsinho Batista estava sem laterais, após a saída de Diogo, ficou meio vaga a posição. No caso era ala, pois jogávamos no 3-5-2, aí ele foi testando jogadores, chegou a testar Carlinhos Bala e outros. Até chegar em mim, que consegui ir bem nos treinos. Depois, ele me usou nos jogos e foi dando certo, até que me firmei como lateral-direito, jogando a Libertadores e outras competições.



Destaque na Libertadores de 2009 pelo Sport, Moacir foi contratado pelo Corinthians para a disputa da competição continental no ano do centenário do Timão. Sob o comando de Mano Menezes o jogador foi titular em várias partidas. Sua passagem pelo Time do Parque São Jorge ficou marcada pelo pênalti cometido em Juan, jogador do Flamengo, nas oitavas de final da Libertadores de 2010, que foi convertido pelos rubro-negros, sendo fundamental para a eliminação dos paulistas.


Moacir no Corinthians em 2010 (Foto: Ag. Estado)

- Minha chegada ao Corinthians foi surreal, pois todo jogador almeja chegar a um time grande. Após ser apresentado, quando fui tomar o café da manhã com todos os jogadores, dei logo de cara com Ronaldo, Edu Gaspar e Roberto Carlos, só feras que você viu jogar quando mais jovem, em Copa do Mundo e Champions League, além de jogar no vídeo game. Demorou uns três dias para ficha cair e, depois disso, tudo voltou ao normal. Fui titular a Libertadores inteira, jogando no lugar de Alessandro. Cheguei a fazer aquele pênalti no Maracanã, contra o Flamengo, e muitas pessoas acham que foi ali que deixei a titularidade. Mas, o Mano Menezes conversou comigo, falou da pressão e que precisava eu sair naquele momento, mas voltei depois no Brasileiro joguei vários jogos, ainda disputei o paulista de 2011 e a pré libertadores contra o Tolima até minha lesão.



- Tive uma passagem bacana pelo Paraná, após ter passado novamente pelo Sport, quando joguei dois anos. Trabalhei com Dado Cavalcante pela Série B, onde tínhamos em comum o fato de tanto eu quanto ele já ter passado pelo Central, em épocas distintas. Depois passei no Coritiba, onde atuei apenas o primeiro semestre, pois acabei tendo um problema cardíaco. O momento foi um pouco complicado, pois nos primeiros dois dias pensei que não voltaria a jogar futebol. Mas, superei com a supervisão dos médicos e voltei este anos para o Boa Esporte, que confiou na minha reabilitação. Aqui no Boa, já joguei cinco jogos, como meia e volante. Estou me reinventando aqui.


Moacir atuando na lateral direita do Coritiba, no começo da temporada de 2014 (Foto: Divulgação/ Site oficial Coritiba)