O jogo desta quarta-feira contra o XV de Piracicaba vale mais do que a manutenção da série invicta do Corinthians, que dura 22 jogos entre amistosos e encontros oficiais. Com time totalmente reserva em campo, o técnico Tite tem uma última chance de observar as alternativas do elenco antes de uma sequência de decisões entre Paulistão e Taça Libertadores.

A partir do fim de semana, o Timão vai deixar o rodízio de lado e entrar com força máxima em todos os jogos – em sete dias, a equipe pega a Ponte Preta, nas quartas de final do estadual, o San Lorenzo, na Libertadores, e uma eventual semifinal com clássico regional.
Por isso, a partida contra o XV é essencial para os reservas. Até hoje, em pouco mais de três meses de trabalho, a maioria agradou ao técnico.

O time alternativo foi utilizado em sete dos 14 jogos no Paulistão, com um empate e seis vitórias – a maior delas contra o Palmeiras, na casa do rival, com apenas cinco titulares em campo: Cássio, Gil, Fábio Santos, Ralf e Guerrero.

Com o bom desempenho dos suplentes, o Corinthians manteve um padrão alto de atuações e conquistou a liderança geral da primeira fase do estadual.

– Fizemos a melhor campanha e rodando todo o elenco, tendo Libertadores no meio. Isso é considerável. Tenho de registrar isso. Agora, vou dar um descanso no meio de semana a quem vem jogando mais – disse Tite, após o empate por 1 a 1 com o Santos, domingo.

Entre os que mais agradaram ao técnico na sequência dos reservas estão o meia Petros, o atacante Vagner Love e o atacante Mendoza, que chegou a ser titular em algumas partidas com time completo.

Por outro lado, outros jogadores perderam espaço. O paraguaio Ángel Romero, titular em parte do Campeonato Brasileiro do ano passado, teve poucos minutos em campo. Luciano, vice-artilheiro em 2014, só fez gols em amistosos e se lesionou recentemente. Um terceiro grupo, mais experiente, está na média: são os casos de Edílson, Edu Dracena e Cristian.

Confira abaixo o “termômetro” dos reservas do Timão:

Em alta
Petros – titular em 2014, começou o ano em baixa, mas recuperou espaço com a disposição para atuar em várias funções e o rápido entendimento do esquema tático de Tite. Substituiu Elias em uma dura sequência e não decepcionou. Jogou até de lateral-esquerdo.



Petros, Malcom e Romero, da esquerda para a direita: patamares diferentes

Vagner Love – apesar de ter feito só um gol pelo clube, conquistou o comandante pela disposição e entrega nas partidas. Não há bola perdida com ele.

Danilo – de quase descartável, o meia voltou a ser o jogador decisivo de sempre nas mãos de Tite. Jogou até de centroavante na Libertadores, sem Guerrero, e fez gols contra Palmeiras e São Paulo.

Mendoza – desconhecido, o colombiano impressionou pela velocidade e chegou a ser titular mesmo com elenco completo à disposição. Volta de lesão e enfrenta o XV nesta quarta.

Na média

Edílson – discreto, tem feito o "feijão com arroz", sem comprometer. Ainda recupera a melhor forma física.

Edu Dracena – a experiência compensa a falta de maior mobilidade na defesa em alguns lances. Tem sido importante também fora de campo, dando confiança ao titular Felipe.

Cristian – outro que vem crescendo em busca da melhor forma. Também já fez mais de uma função sob o comando de Tite.

Bruno Henrique – vinha bem até sofrer uma luxação no cotovelo que o tirou de campo por longo período. Aos poucos, volta a ser utilizado.

Malcom – alterna grandes atuações com outras apagadas. Fez os dois gols da vitória sobre a Portuguesa.

Em baixa

Luciano – vice-artilheiro do time em 2014, atrás apenas de Guerrero, ele só fez gols no amistoso contra o Corinthian-Casuals. Machucou a coxa e deve ficar pelo menos um mês fora de combate.

Romero – chegou a fazer dupla de ataque com Luciano em jogos do Brasileirão do ano passado. Em 2015, tem menos de 45 minutos em campo com a camisa do Corinthians.