Quando Tite viajou pela Europa e conversou com colegas de trabalho de diferentes escolas e culturas, o principal objetivo do técnico era conhecer inovações táticas e alternativas ofensivas para montar suas equipes. Em constante evolução, Tite viu, entre três passagens pelo Corinthians, o número de gols do time aumentar em quase 90%.
O recorte utilizado para a comparação é o dos primeiros 19 jogos de cada período. Tite chega ao 20º jogo de sua terceira passagem contra o Santos, neste domingo, na Arena Corinthians.
Em 2004, o Timão fez 23 gols nas primeiras 19 partidas (média de 1,21 por jogo).

Em 2010/11, na segunda passagem de Tite, foram 28 bolas nas redes dos adversários (média de 1,47).

Em 2015, são 39 gols (2,13 por jogo) – contando só os 19 jogos oficiais, não os três amistosos realizados no início da temporada.
Números simples, mas que mostram a mudança de mentalidade do treinador.

A defesa sempre foi o forte de Tite, e essa qualidade ele manteve na atual temporada. Nos mesmo 19 jogos, foram nove gols sofridos – três deles em apenas 15 minutos, na vitória por 5 a 3 sobre o Penapolense. Com a evolução ofensiva, é natural que ele faça do Corinthians o time a ser batido em 2015.

– Todos que jogam contra vão querer ganhar. Pela campanha que o time está fazendo, pelo desempenho, por jogar bem. Chama a atenção o número de gols que ela faz. Cria muito volume. É isso que quero – disse o técnico.

O segredo para esse volume começa no esquema 4-1-4-1 que Tite aprendeu na Europa e colocou em prática desde o primeiro dia de pré-temporada, ainda nos EUA. A partir daí, com treinos sempre em campo reduzido, cobrou aproximação de seus jogadores – sempre três, pelo menos, para possibilitar triangulações.

A partir das trocas de passes, que podem envolver até seis, sete jogadores, os espaços são abertos. E um atacante, até um meio-campista (caso de Elias) pode se infiltrar na área e aparecer sozinho. Muitos dos 39 gols corintianos saíram dessa maneira.

– Ainda é uma equipe em formação, que vai crescendo e se consolidando. Crescendo em bolas paradas, em saída de bola... Já triangula e infiltra de maneira natural, executando todos os movimentos. O nível de concentração está muito alto – ressaltou Tite.

Em 2004, o técnico livraria o Corinthians do risco de rebaixamento e quase o classificaria para a Taça Libertadores. Em 2010 e 2011, os primeiros jogos deram o alicerce de uma equipe que seria campeã da Libertadores e do Mundial de Clubes um ano depois. Em 2015, a meta é conquistar os mesmos títulos da última passagem. E com um futebol mais interessante de se ver.