27/3/2015 08:50
Gil lamenta ida "fora de hora" ao exterior, mas valoriza títulos no Brasil
Apesar de não ter tido sucesso no Japão, marcando dois gols em 16 jogos, Gil reconhece aprendizado
O atacante Gil despontou nos anos 2000 no futebol paulista como uma grande aposta para o cenário brasileiro. Apesar de ter ido ao exterior duas vezes, para o Verdy Tokyo-JAP e para o Gimnástic Tarragona-ESP, o jogador – que teve seus melhores momentos vestindo a camisa do Corinthians – reconhece, em bate-papo com a Gazeta Esportiva, que se prejudicou ao não saber o momento certo de deixar o Brasil.
Mesmo assim, o atleta, que hoje atravessa um momento de retomada da carreira, se mostra feliz com o que conquistou no mundo do futebol.
Campeão Paulista de 2001 e do Torneio Rio São Paulo, em 2002, com a camisa alvinegra – fazendo gol na final sobre o Tricolor, inclusive –, Gil foi um dos principais jogadores da equipe entre 2003 e 2004, quando vestiu a camisa 10.
Aos 23 anos, entrou para a história ao marcar o milésimo gol do clube em Campeonatos Brasileiros, em jogo contra o Cruzeiro - clube que vestiria a camisa três anos depois.
Deixou o Timão em 2005, coincidentemente no ano do acerto do clube , então presidido por Alberto Dualib, com a MSI, empresa representada por Kia Joorabichian, que foi responsável pela contratação do argentino Tevez, pilar do “time de galácticos” que conquistou o Brasileirão de 2005.
Em junho daquele ano chegava ao fim a trajetória do atacante no Alvinegro paulista. Depois de seis anos, 263 jogos e 57 gols, Gil deixou o Corinthians após o pagamento da rescisão contratual de 250 mil dólares (cerca de R$ 558 mil na cotação da época) pelos japoneses do Verdy Tokyo, que adquiriram seus direitos por seis meses.
E foi o tempo exato que o brasileiro suportou viver na Terra do Sol Nascente.
“Eles (japoneses) acham que o fato de ser campeão acontece naturalmente, eles não tem a ambição. Tem que ter algo a mais, tem que sonhar isso dia a dia. Eu sai do Corinthians, uma coisa imensa, muito grande, e com todo respeito às equipes eu passei, ao Japão, eu não estava acostumado com essa falta de cobrança”, contou. “O ponto é saber o momento certo de sair.
Na minha ocasião, acho que não teve essa preparação, o momento certo de eu poder sair, de me venderem. Então, você acaba sendo o maior prejudicado”, acrescentou.
Em meio ao itinerário de bate-voltas que teve entre o Brasil e o exterior na década passada, Gil conquistou, além dos títulos no Corinthians, o Campeonato Mineiro pelo Cruzeiro, em 2006, o Gaúcho pelo Inter e o Brasileirão de 2009 pelo Flamengo, seu último clube antes do “período de aposentadoria”, que durou cerca de três anos.
Seu segundo intercâmbio, agora na Europa em vez do Oriente, lhe trouxe a experiência de jogar a liga espanhola, uma das mais glamourizadas no cenário europeu.
“Embora os times que eu tenha trabalhado no Brasil sempre me pagaram tudo, eu ia jogar o Campeonato Espanhol, uma competição que todo mundo quer jogar porque vai jogar contra o Barcelona, contra o Real Madrid, e você está ali dentro do campo para todo o mundo ver. Se você fizer um jogo bonito, fica muito mais fácil de ele te olhar.
Então, de certo modo, eu estava mais próximo do sonho de jogar em um grande clube da Europa”, disse. “Na Espanha, porém, eu sabia que não ia ser campeão. O time tinha vindo da Terceira para a Segunda, e da Segunda para a Primeira, e precisava de reforços”, ponderou.
Defendendo a ideia de que “o brasileiro é respeitado ao redor do mundo porque sabe jogar futebol”, o jogador se diz orgulhoso por ter conquistado títulos na maior parte dos clubes que passou, já que, segundo ele, “fica marcado quem é campeão”.
Atualmente disputando a A3 do Paulista pelo Juventus, Gil acredita que por ser atacante não teve tantas chances de construir carreira dentro do Brasil, já que a cobrança é mais intensa, e citou os casos de Rogério Ceni e Marcos, atletas de posição oposta à dele, como exemplo.
“Você começa a pensar em sair porque chega um estágio dentro do clube que parece que te obrigam a sair, como o Léo Moura saiu do Flamengo. Aqui dá para jogar a vida inteira em um grande clube, como fizeram o Marcos e o Rogério Ceni.
Mas acredito que são posições que são mais fáceis. Não que sejam mais fáceis, mas não tem a cobrança de um atacante. Se o atacante passa dois jogos sem fazer gol, tem uma cobrança imensa.
Se não eu ficaria no Corinthians para sempre, se eu jogasse eternamente lá eu já ficaria muito feliz, não precisaria jogar fora em lugar nenhum”, comenta Gil, deixando claro que, pelo menos para ele, tarimba internacional não é tudo na carreira de um jogador.
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12522 visitas - Fonte: GazetaEsportiva.Net
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