A bola está ali, vivinha da silva, e o boleiro vai nela babando de vontade – e, quando vê, leva um drible entre as pernas ou um chapéu daqueles que fazem o sujeito pensar em cavar um buraco no meio do campo e pular dentro. Quem nunca, né? Pois o fim semana de estaduais no Brasil foi repleto de lances assim. Se quiser praticar o sadismo, é só dar uma espiada nos pobres dos marcadores nos lances abaixo.

Gilberto

Gerson, da Cabofriense, foi cheio de convicção colocar um calor em Gilberto, do Botafogo. Mas não poderia imaginar que o lateral tem olhos na nuca. Sabe-se lá como, o jogador alvinegro percebeu a aproximação do adversário e deu um tapinha na bola, que subiu na exata altura necessária para não ser alcançada. Resultado: o marcador passou reto e sequer olhou para a sequência da jogada, fazendo de conta que nem era com ele.

Robinho

Ô, Robinho, isso não se faz. Marquinho é boa praça, é gente do bem. O rapaz dominou mal, a bola deu aquele escapulida, e aí o atacante do Santos não perdoou: deu um toquezinho e fez a redonda engatinhar entre as pernas do jogador do Audax. O algoz ainda levantou os braços, como se pedisse desculpas, e deu uma olhadinha pra trás, espiando a situação em que deixou a vítima. Maldade.

Willian Magrão

Willian Magrão cansou dessa vida de volante, dessa rotina de desarmes, dessa longa sina de sair por aí marcando adversários. E deu uma surtada. O jogador do RB Brasil aplicou não apenas um, tampouco dois, mas sim TRÊS chapéus seguidos em seus oponentes do Botafogo de Ribeirão Preto. De tão abusado, ele chegou a deixar nos adversários a desconfiança de que rolou certo desrespeito ali – e o tempo fechou.

Durval

OK, OK, não é nenhum lance garrinchístico, mas acontece que trata-se de um zagueirão, o Durval, e quando zagueiros aprontam uma jogada dessas, merecem certa homenagem, né? O defensor do Sport se aventurou lá no ataque, desarrumou a zaga do Náutico e ainda deu o passe para o gol de Ewerton Páscoa. O lance teve matada no peito e ginga para cima de Diego, seu marcador. Não parecia Durval, mas era ele mesmo, em carne, osso e malemolência.

Ricardo Oliveira

“Aqui se faz, aqui se paga”, deve ter pensado Ricardo Oliveira ao anotar o gol da vitória do Santos sobre o Audax. É que o goleiro Felipe Alves, na rodada passada, chamara a atenção por dar um chapéu dentro da pequena área, contra o Ituano - e dias depois experimentou o próprio veneno. Foi justamente com um lençol que o atacante santista fintou o guarda-redes adversário antes de completar para o gol.

Marino

Falando em chapéu, repara no abuso do Marino, do São Bernardo, para cima de Arouca, do Palmeiras. O volante foi com toda a fome na jogada e, quando percebeu, estava a ver navios. A jogada não teve lá grande resultado, mas que foi plástica, foi.

Everton

Everton, do Flamengo, mal havia entrado no clássico quando pegou uma bola pela esquerda, olhou dentro dos olhos de Madson, seu marcador, e aí mandou entre as pernas dele. Sacanagem. Para não ficar mais feio, restou aos vascaínos barrar a investida do jogador rubro-negro.

França

O que França, do Figueirense, fez com Rafael Pereira, do Criciúma, é o tipo de coisa que não se faz nem com o pior inimigo. O volante primeiro tocou entre as pernas do zagueiro adversário – e depois, se não fosse suficiente, passou reto por ele. O defensor, coitado, se viu obrigado a derrubar o adversário. Resultado: levou cartão amarelo e ainda ficou irritado com o árbitro, que não tinha nada a ver com a história.

Rodrigo Menezes

Essa ficou feia. Willians Santana, do Bahia, foi beijar o gramado depois de Rodrigo Menezes, do Galícia, aplicar uma bela janelinha nele. De tão desconcertante, a finta desequilibrou o atleta tricolor, que caiu sentado. Tá aí um lance que Willians não vai colocar no DVD...

William Arão

Lembra do Gerson, que levou o drible do Gilberto, lá no primeiro vídeo? Pois bem. Digamos que não foi exatamente o melhor dia da vida do rapaz. Dá uma espiada aí em cima em outro drible que ele levou, dessa vez do William Arão. Pior que os lances são até parecidos...