19/3/2015 07:49

Fã de Galvão, goleiro do Timão realiza sonho e ganha surpresa do narrador

De torcedor apaixonado nas arquibancadas, Guilherme vira aposta para ser herdeiro de Cássio no Corinthians e ouve o primeiro "Sai que é suuuuuua" da carreira

Fã de Galvão, goleiro do Timão realiza sonho e ganha surpresa do narrador
O grito de "Cááááááássio é o nome dele!!!" narrado por Galvão Bueno na final do Mundial de Clubes de 2012 ecoa diariamente na cabeça de uma das maiores promessas das categorias de base do Corinthians. O chute de Fernando Torres e a espetacular defesa do gigante alvinegro funcionam como uma inspiração para resistir às mais cansativas série de treinamentos e realizar um sonho no futuro: ser o goleiro titular do Timão.

Das arquibancadas do Pacaembu, Zé Guilherme viu seis das sete partidas em casa do Corinthians na campanha do histórico título da Libertadores em 2012 – não conseguiu comprar ingresso para a decisão. Contra o Vasco, nas quartas de final, viu de perto Cássio fazer milagre cara a cara com Diego Souza e voltou sem voz para casa após o gol de Paulinho, que colocou o Corinthians nas semifinais...

Três anos depois, o "Zé" já não faz mais parte do nome, mas o alvo continua o mesmo. Guilherme saiu das arquibancadas para o CT Joaquim Grava. Visto como um goleiro de muita técnica, acabou promovido ao elenco profissional a pedido do preparador Mauri Costa Lima para ser a quarta opção de Tite nos profissionais sem nem precisar passar pela "prova de fogo" na Copa São Paulo de Juniores.

– Eu nem imaginava que poderia ficar (no time principal). O Mauri disse que, talvez, pudesse precisar de mim na pré-temporada, e depois o Alessandro (coordenador de futebol) me comunicou. Fiquei empolgado demais. Em casa foi uma festa só (risos) – recordou.

Durante a pré-temporada do Corinthians nos Estados Unidos, em janeiro, o goleiro decidiu mudar o nome que carrega no uniforme alvinegro. Preferiu, segundo ele, deixar apenas Guilherme na camisa por soar melhor para um goleiro. Mas o motivo também é outro.

– Qual goleiro não sonha com o Galvão narrando uma defesa sua? Guilherme fica melhor (risos). Eu não esqueço da final do Mundial contra o Chelsea. Já vi mais de cem vezes o Galvão narrando a defesa do Cássio com os pés no chute do Fernando Torres. Ele emocionou todo mundo aquele dia – recordou.

O goleiro vibrou quando viu pela televisão que Galvão Bueno narraria os primeiros jogos do Corinthians na Libertadores de 2015, contra o Once Caldas, ainda pela fase prévia. O garoto foi até a arena, assistiu de perto o Timão fazer 4 a 0 sobre os colombianos, mas retornou para casa apressado para ver os vídeos com a voz dele.

– Aquilo foi demais! Saí procurando na internet os vídeos só para ouvir a narração do Galvão. Já era de madrugada e no outro dia tinha treino para quem não jogou. O golaço do Elias (terceiro na goleada) com ele ficou sensacional. Bem que ele poderia narrar todas do Corinthians (risos).

Como incentivo, o GloboEsporte.com se antecipou e foi em busca de Galvão Bueno. Simpático, o narrador atendeu à equipe antes de comandar o programa "Bem, Amigos!", do SporTV, sugeriu um novo nome para o goleiro e ainda soltou um "Sai que é suuuuua, Guilherme!!!"

– Pô, até me emociono, porque o Galvão é um personagem do futebol, virou uma marca. Depois de vê-lo narrando o Brasil campeão da Copa em 2002 e o Corinthians no Mundial...é emocionante. Ele faz o povo acreditar que o Brasil é grande e forte. Parece que o Galvão quanto mais tempo de carreira tem, melhor narra – disse o garoto após assistir à mensagem do narrador.

Amor pelo Corinthians e idolatria a Cássio




Nascido em Dois Córregos, região central do estado de São Paulo, Guilherme começou a carreira em escolinhas da cidade. Jura que poderia ter sido um meia-esquerda de qualidade, até com chances de se tornar jogador profissional, mas acabou no gol por orientação dos técnicos Walter, Rodolfo e Ítalo. Aos 13 anos, já treinava com a equipe sub-17 do XV de Jaú, de onde seguiu para o Atlético-MG.

Após um ano em Belo Horizonte, chamou a atenção de dirigentes corintianos em um torneio, gerando mal-estar entre os clubes. O Galo chegou a acusar o Corinthians de aliciamento, tentou impedir a mudança, mas o negócio acabou concluído. Era a realização de dois sonhos: ver a carreira progredir e vestir a camisa do clube do coração. Pouco depois, já estava na seleção brasileira sub-15.

Guilherme foi visto por Mauri Costa Lima ação na base em 2012 e recebeu o convite para treinar algumas vezes nos profissionais. Era uma espécie de estágio para o preparador poder observar as qualidades técnicas e o comportamento perante ao grupo principal. Detalhe: o Corinthians acabara de ser campeão da Libertadores.
– No começo, eu ficava vendo Cássio, Sheik, Paulinho...e pensava: "estou no meio dos caras". Mas também não podia deixar isso influenciar porque é o meu trabalho. Precisava manter a concentração para fazer meu tudo da melhor maneira possível - lembrou.

Antes apenas uma referência para a carreira, Cássio é agora amigo do jovem goleiro de 19 anos. Daqueles de dar conselhos e puxões de orelhas quando necessário. Guilherme se espantou com a humildade do titular alvinegro ao conviver no mesmo quarto dele durante os treinamentos do Timão nos Estados Unidos.

– Cássio é uma pessoa do bem e um goleiro que você aprende muito. Ele quer que você melhore sempre. Eu o admiro demais como pessoa. Como goleiro, nem sem fale. É um ídolo. Ainda fico meio tímido, penso: “pô, é o Cássio”. Walter também é um grande goleiro, lembro dos milagres que ele fazia jogando no XV. Ele e o Matheus (Vidotto) também são grandes amigos – disse.



Goleiros Guilherme e Cássio durante treino do Timão no CT Joaquim Grava

Influenciado pelo tio Joaquim, Guilherme segue desde a infância a cartilha do corintiano fanático, com coleção de camisas, faixas de campeão e tantos outros objetos. Como não foi inscrito na Libertadores e no Paulistão, fica fora da concentração e do ônibus que leva os atletas aos estádios. Mesmo assim, pega seu ingresso e volta a ser um torcedor comum no meio de milhares de outros alvinegros.

– Eu vou a praticamente todos os jogos. Tenho um amigo, Waguinho, que é fanático e vai sempre comigo. Ninguém me reconhece, o que é bom por um lado. A Libertadores ficou marcada. Eu estava no tobogã quando o Paulinho fez o gol de cabeça contra o Vasco. A torcida comemorando, todo mundo se abraçando, pareciam todos amigos. Foi emocionante.

Aos 19 anos, o goleiro se apega também aos conselhos de um familiar com história no Timão. Ele é primo de segundo grau do ex-zagueiro Sangaletti, que defendeu o Corinthians em 1997 – 35 jogos e um gol.

– Conversamos bastante sobre futebol. Sei que ele foi um líder dentro de campo. Eu ainda sou novo e preciso aprender muitas coisas com o pessoal mais velho. Ter um cara como ele por perto ajuda bastante.

Guilherme disputará nas próximas semanas a Dallas Cup com a equipe sub-19 do Corinthians, nos Estados Unidos. Terá a chance de jogar para ganhar ritmo e, quem sabe, voltar ainda mais em alta do grupo principal do Timão.

– Quem sabe eu consigo fazer um jogo pelo profissional com o Galvão narrando? Seria demais! Ainda bem que ele não se aposentou. Sei que é um longo caminho, mas estou trabalhando para isso – finalizou.



Guilherme virou o quarto goleiro do Timão desde o início da temporada 2015


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8040 visitas - Fonte: Globo Esporte !

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