Novo vice de futebol do Corinthians e principal favorito para suceder Roberto de Andrade nas próximas eleições, André Luiz Oliveira, conhecido como André Negão, quer marcar um encontro com as principais organizadas do clube para propor uma parceria no sentido de trazer de volta as festas nas arquibancadas, com bandeiras, papel picado e faixas.

"O que acontece? Me acostumei a ver uma baita festa entre as torcidas e naquela festa não havia aquele tipo de agressão que se vê normalmente por aí, nas arenas e estádios. Queremos abrir um canal para discutir relações sociais, por que brigam, etc, se o futebol não fizer isso vai acabar toda hora tem canetada, não pode ter interferência de poder público no futebol, não pode tanta coisa, não pode isso, não pode aquilo, não pode dar ingresso para isso, não pode dar aquilo", analisou o dirigente, em conversa com o ESPN.com.br.


"Estou fazendo uma pesquisa, pois estava um dia desses tomando um lanche com uns caras da torcida e frequentam o clube e não são organizadas, mas frequentaram torcida durante anos, e falaram da volta das bandeiras, das fitas, do papel picado. E realmente querem acabar com o acesso da torcida. O Brasil foi reconhecido mundialmente pela festa que faz, nenhum outro país faz essa festa, então não é justo que façam o que estão fazendo. Acho que essa é a conversa que precisa ter. Precisamos punir quem cometer erros, e quem quiser fazer festa tem que ser respeitado", continuou André.

Recentemente, vários problemas envolvendo violência entre organizadas têm atingido o futebol brasileiro. No jogo Corinthians e Palmeiras, no Allianz Parque, por exemplo, um conflito entre palmeirenses e a PM antes do duelo tomou conta das ruas que envolvem o estádio. A preocupação para evitar conflitos tem sido cada vez maior nas vésperas de clássicos. Por isso, a ideia de André Negão é promover uma parceria com as torcidas alvinegras no sentido de discutir apenas a parte da festa.


André Luiz de Oliveira, o André Negão, vice-presidente do Corinthians


"Acho que tanto nós quanto os órgãos públicos tem que ter um discurso um pouquinho mais afiado. Todo mundo sabe quem são os torcedores, se reúnem como a torcida vai, como a PM não sabe? Todos sabem quem são os responsáveis", discursou o vice corintiano.

"Fiquei sabendo que montaram uma associação para integrar todas as torcidas, uma pessoa me procurou para bater um papo. Aí acho que em um período bem curto faço essa reunião (entre as organizadas corintianas) e depois eu vou ver o que eu faço.

Nenhum dirigente quer discutir isso. Não quero discutir violência, quero discutir como voltar as festas, quem tem que pensar em violência é a polícia, o Ministério Público. Nós temos que cuidar da festa, da parte institucional. Assim, tem que ter uma organização no sentido de que a torcida que não respeitar, a festa tem que ser cumprida, torcida tal não cumpriu? Então essa torcida não entra semana que vem", analisou o dirigente.

"Temos que abrir um diálogo e procurar as torcidas, os que participam, os dirigentes dos clubs, alguma forma de resolver o problema, pois daqui a pouco não teremos mais futebol no Brasil", finalizou André Negão.