Quando estabeleceu o recorde mundial dos 100 metros rasos, em 2009, o velocista jamaicano Usain Bolt chegou a alcançar velocidade máxima de 44 km/h para cumprir o percurso em impressionantes 9,58 segundos – de acordo com a IAAF, a federação internacional de atletismo. Mesmo ainda longe do fenômeno das pistas, o atacante Stiven Mendoza consegue, à sua maneira, atingir bons números para ajudar o Corinthians.
Em uma arrancada que originou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 sobre o Linense, nesta quarta-feira, em Lins, o colombiano atingiu os 25 km/h. Apesar de não ter feito o tradicional teste de velocidade no início da temporada, Mendoza é considerado pela comissão técnica um jogador acima da média no quesito. E há, sim, algo de Bolt em sua musculatura.
– Ele é um jogador com essa característica de velocidade. Se fizermos uma biopsia e analisarmos, vamos observar que ele tem muito mais fibras de contração rápida do que lenta, assim como Usain Bolt e outros atletas puramente de velocidade. Não tão extremo quanto o Bolt, claro – explicou o preparador físico Fábio Mahseredjian.
A arrancada que culminou no gol contra o Linense gerou brincadeiras na internet (assista ao lance acima). A comparação com Bolt virou assunto. O jamaicano, porém, está em outro nível. Mas, para o futebol, Mendoza está muito bem cotado.
Em abril do ano passado, a Fifa divulgou uma lista dos dez jogadores mais rápidos do mundo. Líder da relação, o equatoriano Antonio Valencia, do Manchester United, chegou 35,1 km/h. Gareth Bale, do Real Madrid, atingiu 34,7 km/h. O colombiano não faria feio perto dos maiores velocistas, pois a marca registrada por ele foi em um gramado considerado ruim. Na Arena Corinthians, por exemplo, o desempenho poderia ser ainda melhor.
– Ele é bem acima da média do nosso grupo. Um pique de 25 km/h é sim acima da média. O ideal era ter o teste de velocidade, não pudemos fazer porque choveu muito no dia, no início do ano. Quando fizermos, provavelmente ele vai ser mais rápido do grupo – esclareceu Fábio Mahseredjian.
A velocidade conquistou o técnico Tite, que usa Mendoza como uma válvula de escape pelo lado esquerdo do campo. A característica dele compensa até os problemas que ainda apresenta na marcação. Neste domingo, contra o Mogi Mirim, ele será lateral-esquerdo.
A finalização ainda é a principal preocupação da comissão técnica. Mendoza perdeu gol feito no clássico contra o Palmeiras depois de outra arrancada impressionante. Se ainda é preciso melhorar em alguns fundamentos, a velocidade está apurada com trabalhos de musculação com foco específico na explosão do jogador.
– O que potencializa a velocidade dele? Os trabalhos de musculação, principalmente de potência. Os outros também fazem esse trabalho, mas geneticamente o Mendoza é mais apto a isso – disse Mahseredjian.