Depois de ficar com um pé na China, Jadson desistiu de deixar o Corinthians e vai ficar no Brasil pelo menos até o final do ano. Segundo a diretoria do clube, o meio-campista vai continuar recebendo exatamente o mesmo salário e em nenhum momento foi cogitado falar sobre dinheiro no processo de convencimento do atleta. Ele ganha cerca de R$ 350 mil por mês e a proposta era de cerca de R$ 600 mil.

Nos bastidores do clube, a impressão que ficou de toda a situação é de que a saída se tratava muito mais de uma pressão dos empresários de Jadson, do que a sua própria vontade de deixar o país.

Em uma conversa com Tite e o novo diretor de futebol, Sérgio Janikian, na tarde desta terça-feira, a decisão foi tomada pelo jogador. Na manhã desta quarta, chegou o documento oficial da equipe chinesa, a Jiangsu Sainty, informando que havia desistido de pagar a multa rescisória para contratar o corintiano.

"Não falamos em nenhum momento sobre dinheiro. Essa não era a questão. O contrato está mantido exatamente da mesma forma, com os mesmos valores e nada foi mudado. A conversa foi pra mostrar os lados positivos de ele permanecer", disse o dirigente, em contato com a reportagem.

"A única arma que eu tinha era mostrar pra ele a questão profissional. Não tenho dinheiro pra negociar. Foi um apelo emocional. E ele também decidiu com a emoção. Ótimo", completou.

Enquanto a equipe do Parque São Jorge era dona de 30%, os agentes detinham 70% dos seus direitos econômicos. O time chinês iria pagar 5 milhões de euros (R$ 16,2 milhões) pela multa.

Um dia depois do clássico contra o São Paulo, pela Libertadores, o atleta recebeu a equipe de reportagem da ESPN, quando ainda nem havia sido informado sobre a proposta, embora o assunto já estivesse na imprensa.

Mesmo sem saber, e até fora do ar, o tempo todo o meio-campista se mostrou contrário a deixar o Corinthians. Sua família, inclusive, também estava firme na posição de permanecer no Brasil, achando um absurdo o que ela chamou de "boatos e especulações".

Seu representante, aliás, Bruno Paiva, é o mesmo de Guerrero. A direção alvinegra, no entanto, espera que isso não atrapalhe nas negociações com o peruano.

"Não sei se teve pressão, se não teve. Nossa conversa foi com o jogador. Eu espero que não isso não atrapalhe. Eu espero que ele [empresário] saiba separar o joio do trigo. Eles fazem o papel dele de empresários e a gente faz o nosso de dirigentes. Uma coisa não tem a ver com a outra", finalizou Janikian.