O jornalista Xico Sá acredita que os jogadores de futebol atuais poderiam pensar um pouco mais no reconhecimento como ídolos de grandes clubes, ao invés de apenas priorizarem seus rendimentos. A opinião foi dada ao comentar a saída do meia Jadson, que troca o Corinthians pelo Jiangsu Sainty, da China.
Segundo Xico Sá, os jogadores esquecem que podem perder um patrimônio importante para quando pararem de jogar. Este patrimônio seria o de estar na memória afetiva dos torcedores de grandes clubes. Na opinião do jornalista, jogar em centros menos reconhecidos engorda a conta bancária, porém o custo disso pode ser o esquecimento.
- Tem um patrimônio do jogador depois que para. É um momento muito difícil, acho que foi o Falcão que disse que o jogador tem duas mortes. Imagina que o Jadson vai ganhar um milhão de dinheiro lá, jogando no "xing-ling". Vai parar e o patrimônio que fica depois de jogar na China é quase nada. Patrimônio de memória, sentimental... a conta bancária resolvida, mas já está resolvida.
Aí ele joga no Corinthians, passa na 25 de março, e é o "Jadson do Corinthians". É uma nova vida para o cara. Não é o esquecimento de ter jogado lá no gelo da Ucrânia ou na China. Acho que essa coisa da memória é muito importante para você levar para o resto da vida, para o teu filho. Isso é uma coisa que, às vezes, os jogadores esquecem - afirma o jornalista.
Xico Sá acredita que os jogadores possuem condições de acumular dinheiro, sem ter que ir jogar em centros de menor expressão para alcançar a tal "independência financeira". Um dos exemplos usados pelo jornalista foi do próprio Jadson, que defendeu por sete anos o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.
- Acho que sete anos na Ucrânia já deu... eles sempre compram postos de gasolina ou alguma coisa. Já deu para formar uma base que dá para sustentar umas oito gerações - disse Xico Sá.
A saída de Jadson deve ser confirmada nesta terça-feira. O Jiangsu Sainty pagou a multa rescisória de cinco milhões de euros (R$ 16,2 milhões) do jogador junto ao Corinthians.