23/2/2015 07:55

Rival de São Paulo e Corinthians custa 'trocado' e não manda técnico embora

Leonardo Ramos é técnico do Danubio desde o fim de 2012

Rival de São Paulo e Corinthians custa 'trocado' e não manda técnico embora

É quase que unanimidade: o grupo da "morte" na Libertadores é o 2, que tem San Lorenzo (atual campeão), São Paulo, Corinthians e....Danubio. Também é quase que unanimidade que os uruguaios são os azarões da chave. Acreditar nisso é fácil, basta ver a dificuldade financeira.

O Danubio tem uma folha salarial de pouco mais do que 300 mil dólares (R$ 858 mil, na cotação atual) por mês. Para efeito de comparação, o salário mensal do atacante Alexandre Pato, que pertence ao Corinthians e está emprestado ao São Paulo, é de R$ 800 mil (o Corinthians paga R$ 400 mil, e o São Paulo arca com R$ 510 mil, contando impostos).

As finanças não andam muito bem, e, no final do ano passado, o Danubio pediu um empréstimo de 200 mil dólares (R$ 572 mil) a Conmebol referente ao prêmio pela participação na Libertadores para quitar as dívidas.

O sucesso do clube uruguaio também podem estar na confiança do treinador. Leonardo Ramos é um ex-meia uruguaio que fez mais sucesso no futebol argentino. O clube em que teve mais êxito foi o Estudiantes de La Plata, onde ficou de 1994 a 1998 e atuou em mais de 100 partidas.

Aposentado dos campos em 2007, Ramos começou a carreira de treinador em 2010, no Atlético Colegiales, que atualmente disputa a segunda divisão paraguaia. Depois, ficou até 2012 no Progresso, de divisões inferiores no Uruguai, e, em dezembro do mesmo ano, chegou ao Danubio.

Se no futebol brasileiro é raro ver um treinador ficar muito tempo à frente de um clube, o Danubio aparece com uma boa fórmula. A "insistência" em Ramos foi recompensada no Torneio Apertura da temporada 2013/2014, quando o clube foi campeão e garantiu a vaga na Libertadores de 2015.

No Clausura, o desempenho não se manteve, mas, mesmo assim, a equipe terminou em quinto e sagrou-se campeã nacional contra o Montevideo Wanderers na final. Já no Apertura da atual temporada, a situação mudou, e os comandados de Leonardo Ramos ocupam apenas a décima colocada. Nada que dê motivos para o treinador ser demitido.



Quase presidente da AUF e amigo do vice de Mujica

As coisas mudaram para o Danubio depois que Óscar Curutchet assumiu a presidência do clube em 2013, em meio a uma crise institucional. O novo presidente, dentro de campo, levou o time à conquista do Apertura de 2014, porém, fora das quatro linhas, ele mostrou ser um político ativo.

Desde 2005, Curutchet faz parte da liderança do partido Frente Ampla no setor Assembleia Uruguai, que tem como principal líder Danilo Astori, vice-presidente do Uruguai de 2010 a 2015 na gestão de José Mujica.

Curutchet também foi escolhido pelas equipes da elite do futebol uruguaio como novo presidente da AUF (Associação Uruguaia de Futebol) no ano passado, depois que Sebastián Bauzá renunciou. Ele, inclusive, chegou a falar publicamente como novo líder do futebol uruguaio.

A chegada de Curutchet era certa, até que, em uma reviravolta, o comandante do Danubio recusou o cargo. No fim, Wilmer Valdez acabou eleito o novo presidente da AUF.


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