21/2/2015 08:16
Título ou caixa? Timão vive dilema com bom início na Libertadores
Diretoria promete esforço para não vender jogadores durante a competição, mas sofre com a "tentação" de aliviar as contas negociando atletas
Jadson vem jogando bem e está na mira do futebol chinês (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)
O Corinthians chegou a uma encruzilhada neste início de 2015. De um lado, o sonho de conquistar o segundo título da Taça Libertadores, aflorado pelas ótimas atuações nas primeiras partidas. Do outro, a necessidade de vender jogadores para amenizar a crise financeira. No meio, está o técnico Tite.
Roberto de Andrade, novo presidente, admitiu ainda em campanha que o ano será de ajustes financeiros. Leia-se cortar despesas e fazer dinheiro com a venda de alguns jogadores. Lodeiro, negociado com o Boca Juniors por quase R$ 7 milhões, aliviou, mas não resolveu o problema.
O nome da vez é justamente do substituto do uruguaio: Jadson. O clube ouviu dos empresários do jogador que receberia em breve uma oferta de um clube chinês de aproximadamente R$ 13 milhões para liberá-lo imediatamente. O Timão é dono de 30% dos direitos e ficaria com R$ 4 milhões, valor considerado bom para um jogador de 31 anos e que tem contrato só até de dezembro.
O Corinthians garante que a oferta ainda não chegou, mas, se aparecer, tentará convencer os chineses a levar Jadson somente após a Libertadores, em agosto. No entanto, a tentativa não deverá ter efeito por um motivo simples: em julho, o armador pode assinar um pré-contrato com qualquer outro clube e sair gratuitamente em janeiro. Bastaria aos chineses esperarem mais quatro meses e ter Jadson acertando apenas os salários.
Quem vive situação semelhante é o zagueiro Gil, titular absoluto e um dos jogadores preferidos da torcida. Wolfsburg, da Alemanha, e Liverpool, da Inglaterra, se mostraram interessados em contratá-lo a partir do meio do ano, já que a janela europeia de transferências está fechada - o Timão tem 90% dos direitos econômicos.
Tite entende a situação financeira do clube, mas não gostaria de perder ninguém agora, principalmente pela maneira como a equipe se entendeu. O treinador acredita que uma nova mudança nas peças poderia dificultar a evolução do time em meio à Libertadores.
Com os titulares definidos, o Timão tenta colocar reservas no mercado. São os casos do meia Petros e do atacante paraguaio Romero. O clube aceitaria vendê-los, mas até agora não recebeu propostas.
O Corinthians vive uma grave crise financeira desde o ano passado passado. Alguns jogadores estão sem receber os direitos de imagem há mais de quatro meses. No fim de 2014, o ex-presidente Mário Gobbi Filho recorreu a empréstimos para pagar os salários dos funcionários.
Para amenizar o problema, o clube espera fechar nos próximos dias a renovação do contrato de patrocínio com a Caixa, o que renderia cerca de R$ 31 milhões anuais. Tite agradeceria.
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